Oi, Pedro, tudo bem?

Existe, sim, uma tendência à sobreposição lançada pelas marcas mais jovens tanto do casual quanto do streetwear. A proposta é muito simples: camisas abertas sobre camisetas, cangurus sem mangas e até mesmo coletes funcionais, como os dos fotógrafos, que são usados muitas vezes sobre blusões.

Mais do que sobreposições, o que se prega hoje na moda masculina jovem é a funcionalidade nas peças: calças com zíperes, que viram bermudas, jaquetas que viram tanto coletes quanto mochilas, enfim, um pouco de brincadeira no campo do adventure.

A função é normalmente esportiva: os metais, plásticos e borrachas dos aviamentos usados nas roupas dos alpinistas e paraquedistas vão para o guarda-roupa casual.

Nylon, tactel, microfibras e acabamentos especiais como o teflon - enfim, todas as matérias-primas tecnológicas antes só usadas em roupas funcionais - entram em uso cotidiano.

Quem já trabalha muito bem neste campo é o estilista Helmut Lang, que lança sua coleção em Nova York. Quem conhece e acompanha moda sabe que ele é considerado um dos grandes. Suas peças são normalmente dupla face, com estampas internas que, em algum momento, num desdobramento, acabam se destacando. Seus tecidos, que à primeira vista passam como "discretos", tem acabamento e toque prá lá de especiais.

Aqui no Brasil, no São Paulo Fashion Week, semana de moda mais do que nunca internacional, todas as marcas jovens do streetwear mostraram algum tipo de sobreposição e funcionalidade nas peças.

Mas, como em moda não existe um único caminho, temos, por outro lado, as marcas mais clássicas, que vestem um homem mais sofisticado. Estas propõem uma roupa mais clean, com menos adereços e cores mais sóbrias como o preto, branco e cinza, numa modelagem mais reta, menos volumosa.

A escolha é sua. Tem a ver com sua personalidade, seu estilo de vida e os ambientes que freqüenta. Idade e tipo físico são relativos, pois a produção da roupa é que deve ser adaptada a cada um.

Maria Helena Lodi