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Nikon Coolpix 990

Máquina digital vem disputar o mercado das câmeras profissionais 35 mm Se você ainda tem dúvida sobre o uso profissional de câmeras digitais compactas, precisa conhecer a Nikon Coolpix 990. Ela faz parte da geração que chega a 3,34 megapixels de resolução. Na prática, isso significa que você consegue fotos ótimas de aproximadamente 13 x 17 cm a 300 ppi. Os recursos dela são comparáveis aos das boas câmeras 35 mm reflex. Antes de entrar nos detalhes, deixe-me dizer de passagem: sim, ela tem os recursos automáticos point-and-shoot das câmeras amadoras digitais. Você pode apertar o botão disparador sem usar muito o cérebro. Basta colocar o círculo de comando na posição A-REC, pronto. Mas isso é como comprar uma Ferrari para rodar em São Paulo na hora do rush. E o preço - mais de quatro paus - já demonstra que ela pertence a outra categoria (veja o box com a lista de preços dos acessórios).

Cinco objetivas

Vamos começar derrubando um preconceito de fotógrafo: o de que câmera digital não troca objetiva. Troca, sim: a Coolpix 990 aceita cinco tipos diferentes. A rigor, são conversores adaptáveis à objetiva do corpo (uma zoom equivalente à 38~115 mm de câmeras 35 mm, com fstop de 2.5 a 4.0). A objetiva que vem com a câmera incorpora uma surpreendente função macro, que focaliza a até 2 cm de distância (veja a foto da flor). Claro que, ao acoplar conversores, você perde alguns pontos de abertura, como ocorre em uma 35 mm normal. Estão disponíveis para a Coolpix: duas grande-angulares, duas teles (2x e 3x de aumento) e a divertida olho-de-peixe, que equivale a uma incrível 8 mm. Se você estiver gordinho, sua querida barriga aparece na foto! Ao acoplar objetivas, o flash simplesmente fica encoberto, em função do seu péssimo posicionamento sobre o corpo. Mas, como a 990 é pensada pra uso profiça, ela permite acoplar flashes profissionais Nikon: toda a linha SB, do 22 ao caríssimo 28. Eu usei o 26, com ótimo resultado.


Opcionais fundamentais

Falando em opcionais, são eles que realmente mostram como a 990 está muito mais próxima do mercado 35 mm, distanciando-se das concorrentes digitais. Existem câmeras com resolução igual ou superior, mas sem disponibilidade de acessórios. Qualquer fotógrafo de reportagem costuma sair com pelo menos três objetivas na bolsa, e a 990 fica beleza com um jogo assim. Tão importante quanto isso é o suporte de flash. Fiquei muito feliz carregando tudo numa pochetona. Acabei usando pouco as objetivas, pois a zoom foi suficiente para quase todas as situações. É importante saber qual será o uso final das imagens antes de sair fotografando, principalmente porque o cartão de memória que acompanha a 990 é extremamente limitado: 16 MB. As opções são: Basic, Normal, Fine e HI. A Basic é direcionada para a Internet, e nesse caso o cartãozinho até dá conta. Mas no modo Fine, cada imagem ocupa 1,3 MB em JPG. Ou seja, você só consegue armazenar 11 imagens. No modo HI, cada imagem em TIFF ocupa 9 MB. Portanto, é extremamente necessário um cartão extra de memória. Além do de 16 MB, usei um de 64 MB, que quebrou um galhão. Equivale a usar quase três bobinas de filme de 36 poses. Dá para cobrir um evento, por exemplo. Mas o ideal seria ter um de 128 MB.

Calcanhar de Aquiles: a bateria

O primeiro teste que fiz foi a cobertura de um evento. O que me limitou não foram os cartões de memória, mas sim as baterias. A Coolpix 990 é uma impiedosa devoradora de energia. Levei três jogos de pilhas AA: dois de alcalinas e um de níquel-cádmio recarregável. Duraram, se tanto, uma hora. Tudo bem, fui para lá sem ter lido o manual, fiquei fuçando muito até me entender com as funções. Não sabia que a tela LCD era a principal culpada pelo consumo desenfreado de energia. Chegando em casa, folheei (enfim) o manual, o qual sugere não usar o visor LCD, mas apenas o visor óptico. Pô, mas aí não dá para visualizar na hora o resultado da foto! E esse é justamente um dos grandes trunfos da foto digital. A outra sugestão - mais sensata - é usar pilhas de maior capacidade e amperagem. Descolei uma bateria níquel-metal-hidreto recarregável, daquelas levinhas, de pendurar na cintura.

Downlodando para o Mac

Para descarregar os arquivos no micro, não tem mistério. O cabo USB acompanha a câmera; basta conectá-lo no Mac ou PC (mesmo ligado) e na câmera (necessariamente desligada). Ao ligar a Coolpix, aparece um ícone na tela do computador, tal qual o de uma mídia qualquer, tipo CD ou Zip. Esse ícone representa o conteúdo do cartão de memória. Você pode visualizar as imagens e obter informações sobre elas no browser de imagens. Selecione somente as fotos boas e copie-as para o seu HD; é simples assim. Mas é preciso ter o Mac OS 8.6 ou superior instalado. Evite abrir outros programas durante a copiagem. Eu fiz isso e o meu Mac travou. Resultado: o arquivo ficou irremediavelmente danificado, mesmo estando lá, no cartão de memória. Ao final da cópia, arraste o ícone da Coolpix para o lixo antes de desconectar a câmera. Outra possibilidade legal é conectar sua câmera diretamente numa TV. Parece uma simples diversão a mais, mas é útil para um grupo de alunos analisar as fotos do dia, por exemplo.

Amada amante

Fora o lance da fome de bateria e da lentidão, o fato é que achei a Coolpix 990 um tesãozinho. Embora eu seja casadíssimo com minha fiel 35 mm, dá para considerar esta câmera como uma bela amante das tardes livres. Falando sério, é um equipamento perfeito pra uso profissional que não demande grandes ampliações. A câmera vale cada tostão investido, principalmente para produção de catálogos e publicações informativas. E haja tostões, pois com os acessórios, o preço final beira os R$ 8 mil. Mas convém fazer uma conta básica: cada filme negativo de 36 poses e suas respectivas ampliações custam, num lab profissional, uns R$ 30. Se você fotografa mais de 30 rolos/mês, já passa de R$ 1 mil a despesa só de insumos e processamento. Sem falar no escaneamento (sempre caro) e no esmero para preservar os originais. Fotos digitais, por sua vez, já estão "escaneadas" e podem ser gravadas em CDs, com baixíssimo custo de gravação e facilidade de conservação.

Marcos Kim
É instrutor de Photoshop e tarado por fotografia, mas prefere a Sheila Carvalho.

Nikon Coolpix 990
nota
Nikon
T. Tanaka: 11-825-2255
www.nikon.com.br

Pró Interface USB e software para Mac e PC; objetivas intercambiáveis; múltiplas resoluções e modos de exposição; boa fotometria; grava movies QuickTime curtos

Contra Muito mais cara que uma 35 mm com características similares; bateria dura muito pouco; cartão de memória original é pequeno