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Macmania Test Drive

Kodak DC240

Uma câmera digital com zoom e tudo a que um bom fotógrafo tem direito

Você já teve a sensação de receber um presente que imaginava ser meia boca, daquele tio velho que não vê há anos, e ter uma grande e agradável surpresa?

Foi exatamente o que aconteceu comigo quando abri a caixa que veio da "Big Yellow" com esta pequena maravilha digital: a Kodak DC240. Logo de cara deu para perceber que por trás daquela aparência cosmética de moça bem comportada havia algo mais intenso, meio escondido. A embalagem, profiça, não tenta colocar tudo apertadinho como numa lata de sardinhas; a câmera, acessórios e a documentação vêm muito bem embalados, com espaço suficiente para não ralar as mãos na tentativa ansiosa de tirar tudo logo para experimentar.

CDs, cabos, manuais e a maquininha prateada já na mão, resolvo usar como teste o "approach" brasileiro: vamos logo ao que interessa, fingindo não ter manual nenhum. Aqui cabe um aparte: sou metódico, e depois de vinte anos fotografando profissionalmente, aprendi a apreciar a importância dos manuais na vida de quem quer aproveitar direito o equipamento que possui; a maioria das pessoas que conheço, porém, não pensa como eu, e detesta ler manuais.


Aponte e atire

Pois bem, decisão correta! A câmera é auto-explicativa, qualquer pessoa que já tenha fotografado com uma "point and shoot" dessas automáticas sabe logo o que fazer. Ergonômica na medida do possível (tenho mãos pequenas), a pegada é segura e confortável; tudo parece se encaixar naturalmente. Visor convencional, uma pequena tela de cristal líquido, disparador, flash embutido, botões de comando, botão de liga-desliga, bem fácil. Acompanhando o pacote, vem um carregador de pilhas e quatro baterias tipo AA, recarregáveis, mas preferi usar pilhas alcalinas para testar o gasto.

Ao ligar a câmera, a objetiva (zoom de grande-angular à tele curta) se desloca para a frente, um LED verde acende e ela está pronta para disparar.

O controle de zoom é bem localizado, e apesar de ter botões bem pequenos, não dificulta o fotógrafo nem tira a atenção do que se está enquadrando. Apesar de o visor digital ser mais preciso, por uma questão de hábito usei muito mais o visor convencional. Este, por ser um pouco distante demais da objetiva, cria um pequeno problema de paralaxe, onde os objetos enquadrados, quando fotografados, aparecem ligeiramente deslocados, já que o ângulo do visor e o da objetiva são diferentes; com um pouquinho de prática, porém, o problema é facilmente corrigido com uma pequena compensação no enquadramento. Primeiro disparo, resposta rápida, flash automático, imagem no visor digital. Aparece por alguns instantes um pequeno ícone de uma lata de lixo, bem parecido com o do Mac, que pode apagar a imagem se algo estiver errado; deixo ficar e tento outra sem flash. Um conveniente botãozinho na parte superior do corpo da máquina controla as opções do flash; desligo-o totalmente e faço a segunda foto, desta vez só com a luz de uma janela. Surpresa!

A imagem é nítida, bela, com luz suave e de bom contraste.

Parece que os designers de câmeras digitais em geral não se ligam muito em ergonomia.
O painel traseiro é meio confuso

Ligo o visor em modo Preview e observo as duas fotos, com cuidado. Alternar entre as fotos gravadas no Flash Card de 8 MB é simples, usando as duas pequenas setas abaixo do visor digital, que fazem a navegação. Decido apagar a primeira que fiz e, usando os comandos, todos intuitivos, levo poucos segundos para jogar a imagem no lixo. Passados os primeiros momentos de empolgação, analiso os comandos com mais calma. O menu de opções é incrivelmente completo, com ícones bem desenhados, divertidos, e com algumas possibilidades que você só vai encontrar em câmeras muito mais caras, quase profissionais, e outras opções que eu nem imaginava!


Bordas, para que te quero

O que me chamou a atenção logo de cara foi a possibilidade de se corrigir a temperatura de cor da luz (tungstênio é amarelo, fluorescente é verde, luz do dia é azul etc.) tanto manualmente quanto automaticamente. Depois, as possibilidades de correção de exposição (mais escuro/mais claro), os efeitos especiais (sépia, branco e preto), os dois tipos de medição de luz pelo fotômetro através da objetiva, a possibilidade de se fazer macrofotografia e gracinhas como as bordas (muitas delas!), que podem ser aplicadas a qualquer foto que se queira. Gostei da borda chamada "Carefree", moderninha.

Pode-se gravar dados como data, hora etc., e o melhor: o menu vem com inúmeras alternativas de idioma, inclusive português, o que só facilita a vida do usuário. Resolvido que a coisa era melhor do que eu imaginava, levei a maquininha para o estúdio, onde fotografei um produtinho simples como se fosse um layout fotográfico, com sucesso absoluto. O fato de se ter, em instantes, uma prova impressa de algo recém-fotografado facilita e adianta a vida de quem trabalha com criação, design e publicidade.

Próximo passo: tentar fazer um casting de modelos usando só a digital, substituindo a Polaroid normalmente usada nesses casos. Primeiro, as meninas ficam muito empolgadas de poderem se ver em poucos segundos, o que aumenta, e muito, o prestígio do fotógrafo com as modelos; depois, a resolução é tão boa que, ao se comparar a imagem digital vista num monitor de 20' (tela cheia) com uma Polaroid 6 x 6 cm, esta literalmente desaparece.


Covardia pura!

Dia seguinte, sabadão, levo a novidade para passear numa festinha infantil, que imagino ser um dos acontecimentos em que as pessoas mais gastam filmes. Tive que passar metade do tempo mostrando aos pais como aquilo era fácil e simples, e a outra metade fugindo das mães desesperadas para terem seus pimpolhos fotografados, já que podiam ver os resultados na hora. Gastei o que não podia com pilhas aos montes, e depois gastei o dedo para apagar (quase) tudo. Um sufoco!

Uma vez editadas as imagens que eu queria guardar, e apagadas as inúteis, hora de transferir tudo para os computadores. A Kodak manda junto com a câmera todos os softwares e cabos necessários para se realizar a transferência, tanto para Macintosh quanto para PC (Windows 95, 98 e NT). Vale destacar a possibilidade de se montar um slide show na própria câmera, e através de um cabo de vídeo (NTSC e PAL), passar as fotos numa televisão comum, de forma muito simples e rápida, e sem ter que transferir nada.

Junto com os CDs da Kodak, a Adobe manda dois CDs (PC e Mac) com os softwares Adobe PhotodeLuxe 2.0 e Acrobat Reader 3.0. Instalo tudo no Mac direto, como faca em brasa cortando manteiga. No PC, tenho que brigar um pouquinho com portas seriais, Autorun do CD que não rola automaticamente, mas no fim tudo dá certo.

Existem câmeras que salvam em disquete, mas o Flash Card de alta capacidade permite um grande número de fotos de alta qualidade

Os programas são diferentes para cada plataforma, sendo que a versão para Windows (chamada Kodak PictureEasy 3.1) é muito mais bonitinha e completa que a versão para Mac (chamada Kodak Picture Transfer Application). Mas, em compensação, o plug-in para Photoshop no Mac é um show! Completíssimo, permite não só escolher, transferir e apagar as imagens, como também controlar a câmera através do computador.

A transferência nas duas plataformas é rápida e simples, e os arquivos de foto são salvos num folder "Kodak" em formato JPEG, com aproximadamente 4 MB cada um. Uma vez transferidas, as fotos podem ser editadas normalmente no PhotoDeluxe ou em qualquer outro programa de manipulação de imagens, e impressas em papel fotográfico, em impressoras de jato de tinta, ou mandadas para separação de cores e fotolitos.

Como conclusão, posso dizer que a Kodak DC240 se presta não só ao uso pessoal, substituindo as câmeras automáticas convencionais, como também ao uso profissional, seja para capturar imagens para a Internet, substituir Polaroids em testes de modelos ou para lay-outs fotográficos.

kodak dc240
Kodak: 0800-15-1000
Preço: R$ 1.199

Clicio
É fotógrafo, faz umas rômipeiges e não clica mais homem pelado para a capa da Macmania.


Pró Design caprichado; definição e cores ótimas; zoom elétrico veloz; . vem com todo tipo de cabo de conexão imaginável e software para Mac e PC, inclusive um plug-in para abrir as fotos direto no Photoshop

Contra Cara; pesada; consome muita pilha; todo mundo a quer emprestada