Que monitores e telas de LCD me perdoem, mas impressora é fundamental.
Verdade seja dita: mais dia ou menos dia, você vai precisar de uma. Um trabalho gráfico feito no Mac só se
encerra realmente com a impressão do arquivo. Aquele desenho irado deve poder ser fixado no papel para
o deleite das futuras gerações. De nada serve tirar belíssimas fotos na câmera digital e só deixá-las
guardadas em seu HD, onde ninguém mais pode ver. Nisso tudo, todo mundo concorda. O problema é: qual
impressora?
A boa notícia para os macmaníacos é que quase todas as impressoras atuais têm porta USB, sempre
acompanhadas da velha porta paralela, que ainda é obrigatória no mercado PC. Dos oito modelos
testados, apenas a Canon BJC-8500 não tinha porta USB. O que na verdade não foi problema, já que
existem no mercado cabos conversores paralela/USB. A Epson, por exemplo, vende um por R$ 275,00.
Outra preocupação dos usuários de Mac é saber se a impressora desejada é compatível com o Mac OS X.
De novo, apenas a Canon BJC-8500 não dispunha de driver (software específico da impressora) para o OS X.
A outra impressora da Canon, a BJC-8200, e todas as impressoras da HP e Epson funcionaram no OS X sem
nem mesmo ser preciso instalar o driver. Isso acontece porque o sistema novo já vem com drivers instalados
para a maioria das impressoras disponíveis. Para ver a listas dos drivers pré-instalados no OS X, vá à pasta
/Library/Printers. Estão todos lá, agrupados bonitinhos em pastas por fabricante. Rotineiramente, novos
drivers são disponibilizados pelo Software Update. Para as impressoras da Lexmark, no entanto, foi preciso
baixar o driver direto do site da empresa, já que o CD que acompanha a impressora não contém ainda o driver
para o OS X.
É aconselhável baixar o driver para Mac OS X para todas as impressoras. Mesmo sendo compatíveis,
alguns recursos podem não funcionar. Na HP Deskjet 1220c, por exemplo, não é possível imprimir em
A3 sem uasr o programa original.
As opções no mercado são múltiplas e os fabricantes lançam novos modelos a cada temporada. Para
confundir mais, todos eles são muito parecidos uns com os outros. Para algumas marcas, o ciclo de
vida de um modelo é de apenas seis meses.
É de deixar qualquer um perdido, até porque cada usuário tem sua necessidade específica. Dependendo
do uso pretendido, a impressora mais cara nem sempre é a melhor escolha.
Para ajudar o macmaníaco indeciso que pretende comprar uma jato de tinta, resolvemos comparar oito
modelos (impressoras a laser merecem uma matéria à parte). Escolhemos os quatro principais fabricantes
(HP, Canon, Epson e Lexmark), que juntos respondem por cerca de 90% do mercado mundial de impressão a
jato de tinta. Para cada fabricante solicitamos dois modelos:
Outro com capacidade para imprimir no formato A3, com o dobro da área do A4 e tamanho um pouco menor
que um jornal standard. Esse tamanho extra é necessário para muitos trabalhos
gráficos profissionais, como provas de peças publicitárias e embalagens. A Lexmark, que não produz
impressoras A3, mandou duas A4: a Z43 e a Z52.
Jato de tinta ou Laser?
Oh, dúvida cruel. Impressoras a laser são bem mais caras, mas têm um custo por página impressa
cerca de dez vezes menor. Enquanto um cartucho de jato de tinta pode ter capacidade para algumas
centenas de cópias, um cartucho de toner para laser imprime milhares.
Os preços das lasers caíram drasticamente nos últimos tempos. Hoje já é possível achar algumas por
menos de mil reais. Elas também são mais rápidas e mais precisas (e não precisa esperar a folha de
papel secar...), mas têm o grave defeito de serem em preto e branco. Laser colorida existe, mas não
sai por menos de R$ 8 mil.
Em contrapartida, a qualidade de impressão das jato de tinta coloridas melhorou assombrosamente de
uns anos para cá. Com a explosão das câmeras digitais e a abundância de imagens de todo tipo e
qualidade baixáveis da Internet, a briga entre as impressoras jato de tinta é para saber quem
oferece a melhor "qualidade fotográfica". Nenhuma chega verdadeiramente perto de uma impressão
em minilab digital (comentado nas Macmanias 72 e 91), nem são tão fidedignas com arquivos
PostScript quanto as laser. Mas, alimentadas com papel adequado, não fazem feio.
Canon
Atualmente, a atuação da Canon no Brasil é mais direcionada para o mercado corporativo, concentrando
na marca Elgin as opções de impressoras para usuários domésticos. Isso provavelmente deve mudar com
a recente inauguração de uma fábrica própria em São Paulo.
Canon BJC-8200
A BJC-8200 (R$ 1.420) não é exatamente para quem só imprime trabalhos escolares e fotos da família.
Não é das mais rápidas, e sua qualidade de cores no papel fotográfico deixou um pouco a desejar.
Em compensação, obteve bons resultados na impressão em papel comum, pois pode imprimir até em 1200 x 1200 dpi
(pontos por polegada). Os micropontos ficam realmente invisíveis na impressão em qualidade máxima.
É uma boa opção para quem quer imprimir páginas diagramadas com boa precisão de texto. A "qualidade
fotográfica" mesmo só se atinge depois de dar um tapa nos ajustes de cores, no software da impressora.
Um diferencial da BJC-8200 é ter seis cartuchos separados de tinta colorida. Assim, quando uma cor acabar
antes das outras, não será preciso trocar todos os cartuchos. O suporte da cabeça de impressora também é
descartável. A margem deixada por essa impressora é a menor e mais homogênea dentre todas.
Canon BJC-8500
Se você tem espaço sobrando na sua mesa e dinheiro disponível, a melhor opção é a BJC-8500, a "mastodonte"
(19 quilos) da Canon. Segundo a empresa, é um novo lançamento no Brasil. No entanto, por não ter porta USB,
não funcionar no Mac OS X e ter um design begezão quadrado, parece já ter pelo menos uns três anos.
A velocidade também não é seu forte; em qualidade de impressão, mesmo com os oito cartuchos de cor,
o resultado não fica claramente melhor que os das outras. Segundo a empresa, ela é ideal para
profissionais em DTP que queiram uma idéia fidedigna da saída de seu trabalho. Mas, pelo preço de R$ 8.542,
já chega perto demais de outras opções, como as impressoras de cera da Tektronix (testamos uma na edição 90).
Sua grande vantagem é a versatilidade. Tem três modos de alimentação: por uma bandeja na frente da impressora;
por trás e por cima; e por trás e sem bandeja, permitindo a impressão em rolo. Além disso, imprime em folhas
maiores que A3. Enfim, imprime qualquer coisa, até grandes faixas e banners. Mas ela tem seus problemas.
Quando a BJC-8500 fica parada por alguns minutos, os cartuchos entram em modo "sleep". E toda vez que é acordada,
ela faz uma limpeza interna; assim, ela gasta mais tinta se não for usada continuamente. Além disso,
é preciso trocar alguns toners, de acordo com o tipo de impressão que se vai fazer.
Fora isso, ela venceu nas categorias "vibração do copo de café" e "barulho". Quando em ação, parece um terremoto...
Epson
A Stylus Photo 780 é uma impressora que surpreende pelo tamanho.
Tem um belo design, arredondado e simpático, com tampa azul translúcida lembrando os velhos iMacs.
Seu desempenho em qualidade e velocidade é muito parecido com o da Stylus Photo 1280, sua irmã mais
cara. Não imprime em preto e branco tão rápido quanto os modelos da Lexmark, mas ficou em primeiro
lugar em velocidade na impressão colorida, junto com a 1280.
Epson Stylus Photo 780
As Epson foram as únicas a imprimir a imagem de teste em menos de um minuto. Tanto a 780 quanto a
1280 têm driver em português (de Portugal) para o Mac OS clássico, e funcionam direto no Mac OS X, sem precisar
baixar software algum.
A 780 não se mostrou das mais silenciosas, mas não é nada que acorde o vizinho se você resolver
imprimir de madrugada. Aliás, esse parece ser o público certo da 780: o usuário doméstico com
pouco espaço em casa e que quer uma impressora que não dê trabalho. Não é ideal para escritórios,
pois os cartuchos (um colorido e um preto) acabam num piscar de olhos.
Epson Stylus Photo 1280
Além de custar R$ 2700 a mais que a 780 e ter a vantagem de imprimir em tamanhos A3
(e isso vale muitos pontos), a 1280 tem como carta dentro da manga a possibilidade de imprimir
em rolo de papel contínuo. De brinde com a impressora, vem um rolo de papel fotográfico de 10 cm
de largura. Não é fácil usar esse recurso; é um pouco complicado acertar as margens (perdemos boa
parte do papel só nas tentativas), mas é como andar de bicicleta - uma vez aprendido, nunca mais se esquece.
Fora isso, a 1280 é sem dúvida uma impressora profissional. O alto custo justifica-se pelo seu
desempenho. No teste de velocidade colorida, ela teve o melhor desempenho dentre todas. Fora a
qualidade de 2880x720 dpi, que, diferentemente das de 2400x1200, disfarça perfeitamente os pontos
de tinta. Entretanto, essa resolução ultrafina parece ser a causa do pior problema da 1280. Na hora
de imprimir no papel fotográfico, a tinta borra com facilidade. Mais do que nunca, é preciso paciência.
Não é nem preciso tocar na área impressa para borrar; é só deixar o papel na vertical que a tinta escorre.
Mas, quando secas, as fotos parecem reveladas em laboratório.
O design também enche os olhos. A tampa preta e sua largura exagerada e profundidade pequena dão à
impressora uma certa imponência. Ótima opção para artistas gráficos que querem algo além dos limites
do formato A4.
HP
A DeskJet 930c, como a maioria das impressoras da HP, pode ser classificada como robusta. Sua personalidade
é típica de escritório. Seu desenho parece ter sido feito para demonstrar profissionalismo. E leva a grande
vantagem de ter um preço bem em conta (R$ 499). Essa foi a única participante deste teste com alimentação
de papel apenas na parte frontal, o que economiza um bom espaço em uma mesa apertada. A qualidade e a
tonalidade das cores da DeskJet 930c ficaram muito próximas das do modelo "Pro", a Deskjet 1220c.
HP DeskJet 930c
Infelizmente, nossa 930c apresentou um dos mais irritantes defeitos em uma impressora: engolir papel.
Por causa de seu sistema de captura de folhas, é muito fácil o documento ficar enroscado nas engrenagens.
Aliás, atrás da impressora há uma porta que ajuda a tirar papéis enroscados. Parece que a possibilidade do
defeito estava prevista na concepção do produto. Nos testes de velocidade, descontamos alguns segundos porque
o papel enroscou três vezes para imprimir sete páginas.
HP DeskJet 1220c
Com ar profissional, a DeskJet 1220c é um objeto fácil de se apaixonar. Com a cor escura, corpo compacto e
bandejas espaçosas, o desenho da impressora cria um equilíbro desajeitado, seja lá o que isso queira dizer.
A DeskJet 1220c foi a impressora de mais fácil instalação e uso: muito intuitiva.
A velocidade não é a esperada para um produto desse preço (R$ 1.899) e porte. Não ficou nos últimos lugares
de nosso teste, mas também não ficou nas primeiras colocações. Mas a qualidade de impressão é simplesmente
impecável. Apenas a margem branca nos prints é um pouco maior do que gostaríamos.
Na impressão em A3, a 1220c foi a que deu menos trabalho para a adaptação para esse formato. Dispõe de
alimentação de papel traseira, que permite imprimir papel em rolo, apesar de não vir com um suporte especial
como a da Epson. No entanto, foi preciso baixar o driver para usar esse recurso. Em suma: é uma impressora
ideal para quem precisa imprimir em larga escala, grandes formatos e boa qualidade.
Lexmark
As impressoras Z43 e Z52 são boas para quem precisa soltar muito texto. Nos testes, quando imprimiram em preto
e branco, as duas foram as mais rápidas. No entanto, quando o arquivo era colorido, a Z43 foi a mais lenta
dentre as oito testadas, e a Z52 foi a quinta.
Lexmark Z43
A Z43, que é o mais novo lançamento da marca, surpreende por sua leveza. Parece que ela é só a carcaça.
Mas não é uma impressora de brinquedo, conclusão a que se chega no primeiro contato. A maior virtude dela é,
sem dúvida o preço (R$ 349). Mas nem por isso ela deve ser descartada e taxada de ruim. Se você só imprime
trabalhos escolares e algumas receitas culinárias para a sua mãe, não precisará de mais do que a Z43 oferece.
Até porque ela tem uma das melhores resoluções máximas (2400x1200 dpi) entre as impressoras testadas.
Além disso, foi a única a já vir de fábrica com um cabo USB.
Lexmark Z52
Mesmo sendo o modelo de ponta da Lexmark na área de jato de tinta, a Z52 não é o que se pode chamar de profissional.
Até porque o preço está ao alcance de qualquer amador. Fácil de usar e de instalar e com apenas dois botões, ela
não tem segredo. A Z52 foi a campeoníssima em nossos testes de velocidade em preto e branco.
O maior defeito achado foi a facilidade que a tinta tem para borrar no papel comum. Quem já sofreu com esse
problema bem na hora da entrega de um trabalho sabe como pode ser chato. O preço do cartucho também não é dos
mais amigáveis, chegando a 25% do preço da impressora inteira: R$ 94,50 o preto e R$ 110,90 o colorido.
A qualidade é considerável com 2400x1200 dpi, mas a calibragem dos cartuchos deu algum trabalho. Nada muito
difícil, mas foi preciso fazer algumas tentativas até chegar lá. E você ainda tem que ir até a Internet e baixar
o driver para o Mac OS X (esse sistema está deixando a gente mal acostumado...).
Fora os problemas, a Z52, assim como a Z43, atende às necessídades da maioria do povo. E a Z43 tem a
vantagem de ser a mais barata de todas.
Dizer qual é a melhor de todas não é fácil
A escolha depende do tipo de uso que você faz de uma impressora. Por isso, abstenho-me dessa questão.
Gastar fortunas para imprimir arquivos simples sem muitos detalhes é queimar dinheiro. Também não adianta
alguém que imprime muito economizar na impressora se os cartuchos novos custarem o olho da cara. O importante
quando você for comprar é fazer, dependendo de suas necessidades, uma equação entre preço, qualidade e frequência de uso.
Além dos modelos testados, vários fabricantes têm pelo menos cinco outras opções. Vale dar uma pesquisada nos
respectivos sites para ver se você pode encontrar uma impressora que se encaixe perfeitamente às suas necessidades.
Enfim, só não imprime quem não quer.
Daniel Roncaglia
Tem a impressão de que não fez nenhum trocadilho infame com a palavra "impressão" neste artigo.