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Macmania Test Drive

Eu e o eMac

- Então, é ele? -Sim... Pode ir lá ver...


Assim fui apresentada ao meu companheiro de reportagem. Confesso que à primeira vista achei o bicho meio esquisitinho; um trambolho branco, meio-reto-meio-arredondado, com parafusos à mostra... Mas aí, sentando e conhecendo o dito cujo mais de perto, até que achei simpático. Simpático não; bem simpático. Pensando bem, é até bonitinho! Aquela telona plana de 17" e o branco mais branco que roupa em propaganda de sabão em pó impressionam qualquer um.








Sentei lá, configurei o Mac OS X (que já vem instalado) e aí já começaram os desentendimentos. Não com o eMac, mas com o OS X, já que além de estrear no mundo do chip G4, eu também estreava no novo Mac OS. Tudo bem; nada fora do normal para um início de relacionamento. Para esquecer, nada melhor que um filminho em DVD. Mas onde mesmo é que eu abro esse drive? Tentativa natural: apertar a maçã prateada na porta frontal. Pééé! Nada disso. O drive Combo do meu amigo aqui a gente abre é pelo teclado. VD, Play e...Uau! Que sonzão!!! A qualidade dos speakers é excelente, mesmo com o volume alto. E o melhor, que eu só descobri depois, é que o "ralinho" plástico de proteção é removível (o que, na verdade, faz mais diferença esteticamente).


Atenção aos detalhes é coisa que sempre se pode esperar da Apple. O cabo de força, por exemplo, tem um encaixe redondo que disfarça a entrada do conector. Note, porém, o botão de ligar em posição não muito usual. Será que é para as crianças não ficarem apertando ele de bobeira durante a aula?


A ventoinha, localizada no "bumbum" do computador, é um colosso. Também, pudera: não existem buracos para ventilação natural como no antigo iMac. O gabinete é totalmente liso e não tem nem mesmo alça de carregar. Talvez porque seriam necessárias duas alças, devido ao peso.


Os parafusos externos aparentes dão um ar industrial e um tanto "barato", se bem que esse detalhe agradou a várias pessoas. O que ninguém gostou foi o gabinete ser branco leitoso opaco, e não translúcido ou de outra cor.


Assim como no iMac atual com tela de 17", a tipografia do logo mudou da conservadora fonte Apple Garamond para a mais informal Myriad.


A tela é grande, sim, mas a área dela desperdiçada na forma de uma faixa preta permanente ao redor da imagem chama muito a atenção, especialmente de quem se acostumou com os esbeltos monitores de cristal líquido.

Bem, após o primeiro encontro é hora de levá-lo para casa e ficarmos a sós. Então veio nossa primeira briga: o tamanho e o peso da caixa quase me fizeram desistir. Mas com coragem (e a ajuda de alguns distintos cavalheiros para carregá-lo escada abaixo e escada acima), consegui chegar em casa.

E agora, olhando ele aqui em cima da mesa, tenho que dizer que valeu a pena; até combinou com a decoração do meu quarto. Liguei "tudo" (teclado, mouse e cabo de força) rapidinho e comecei a "desbravar" meu novo objeto de desejo. Os quase 40 GB do disco rígido só eram ocupados pelos sistemas (Mac OS X 10.1.4 e Mac OS 9.2.2) e por alguns poucos aplicativos, entre eles iMovie, iPhoto, o iTunes, AppleWorks, FAXstf, PCalc (calculadora científica) e World Book (enciclopédia)... Deixando aproximadamente 35 GB livres, o que é mais que suficiente para um estudante ou usuário doméstico.

Em compensação, o meu novo amigo é meio "desmemoriado": apenas 128 MB de RAM. Um disparate para um G4 de 700 MHz. Ainda bem que é muito fácil colocar mais memória, através de uma abertura embaixo dele. Vem ainda com um microfone embutido acima da tela, à esquerda, por trás de um furinho quase imperceptível.


O eMac tem uma opção com SuperDrive e outra com drive Combo, ambos dos mesmos modelos usados no Power Mac G4.


As tampas dos falantes são destacáveis. Se você conseguir resistir ao terrível impulso infantil de cutucar o domo prateado, pode tirá-las de vez.



O teclado e o mouse são os mesmos que vêm com o iMac "abajur". Caso você goste mais das versões com acabamento preto, fique ligado que a Apple parou de fabricá-las.

O "day after" foi bem melhor; afinal, já nos conhecíamos e tudo parecia mais fácil. Naveguei na Web, li alguns emails pelo Mail do X (que é bem parecido ao Outlook Express, ao qual eu já estava acostumada), brinquei com a linha de comando (afinal, meu livro de Unix tinha que servir para alguma coisa)...

A noite corria às mil maravilhas, mas é nessas horas que a gente começa a notar os pequenos defeitos. Pois é, nada é perfeito... O drive abre de uma forma abrupta que pode assustar os mais desavisados, e a ventoinha traseira (gigante!) às vezes parece estar prestes a levantar vôo. O AppleWorks obviamente não é o MS Office, e quem sempre usou o Office vai apanhar um pouco da interface bem diferente (ou vai comprar o Office já antes de sair da loja, o que é mais prático e mais caro). Mas ele vem com um quase-FileMaker que quebra um galho para aplicações simples, enquanto o Office para Mac não traz o Access, software de banco de dados da Microsoft.

Outro detalhe é que esqueceram os jogos. Como assim, um Mac feito para estudantes não tem joguinhos pré-instalados??? Pessoal da Apple: Xadrez é muito chato, incluam uns joguinhos melhores na próxima, por favor.

Mas o pior de tudo mesmo é que o botão "Power" não está mais no teclado: fica na lateral direita, ao lado do cabo de força. Embora esses detalhes pareçam irrelevantes, é difícil mudar velhos hábitos, e isso pode incomodar um pouco (ou bastante) no início. Mas eu não desisto fácil, e resolvi ir atrás de emoções mais fortes. Arranjei um cabo de rede para ligar meu Maczinho velho de guerra ao novo colega de mesa. Tentei, tentei, tentei. Onde fica mesmo o Chooser? Depois de algum tempo procurando, achei algo com função similar ([command][K] ou Go > Connect to Server no Finder). Meio que sem querer, é verdade, mas também o menu Go era o último lugar em que eu iria procurar.

Enfim, copiei meus mp3 e trabalhos da faculdade para minha pasta de documentos; afinal, precisava aproveitar o gravador de CD para fazer backup dos meus arquivos.

Então, resolvi fazer o teste de gravar CD pelo iTunes (a verdade é que eu sempre quis clicar naquele botão "Burn CD", mas nunca tinha um CD-R por perto). Selecionei as músicas, coloquei na orderm, acertei as informações e... Burn, baby, burn! (Desculpe a emoção, é que eu sempre quis dizer isso.) Não que eu nunca tenha queimado um CD na vida, mas é que desta vez foi diferente: em nove minutos já tinha um CD de áudio com 70 minutos de música tocando! Incrivelmente rápido, pelo menos para quem estava acostumado aos primeiros gravadores de CD, que levavam no mínimo 30 minutos.

Quando eu começava a pensar numa proposta de casamento, já estava na hora de dizer adeus. Afinal, o eMac apenas foi emprestado para o teste, não caiu do céu. Tudo o que é bom dura pouco, não é mesmo? Agora vou voltar para o meu bom e velho Mac bege (o "bom" é por minha conta, em nome dos velhos tempos). Arrivederci, eMac.

A pergunta que não quer calar: quanto custa? O eMac é o G4 mais barato nas prateleiras dos EUA. Graças à subida do dólar no último mês, ele não vai ter esse apelo "popular" por aqui. A Apple ainda não divulgou os preços oficiais, mas eles devem provavelmente ficar em torno de R$ 7 mil (700 MHz e drive Combo) e R$ 9 mil (800 MHz e SuperDrive). É bem provável que o eMac acabe atraindo mais o usuário profissional - para quem um G4 com monitor embutido por R$ 7 mil é uma pechincha - do que seu público original, os estudantes.


Hardware

Disco rígido Maxtor 40 GB
128 MB de RAM PC-133, 3,3V, 168 pinos
2 slots de memória, 1 livre
Processador PowerPC G4 700 MHz
Cache L2 256K
Ethernet 10/100 Mb
Modem 56K
nVIDIA GeForce2 MX PCI
Microfone embutido
Pronto para o AirPort
1 entrada de áudio
5 portas USB (contando as 2 do teclado)
2 portas FireWire
1 saída VGA (video mirror)
1 Kensington Security Slot (encaixe para cadeado)

Software

Mac OS X 10.1.4
Mac OS 9.2.2
iMovie 2
iPhoto
iTunes 2
AppleWorks 6
FAXstf 10
PCalc 2
World Book 6


Roberta Zouain
rzouain@gmx.net
Estudante de Publicidade, acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e dólar a 1 real.