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Macmania Test Drive

por J.C.França

O fotógrafo profissional - aquele sujeito que prostitui a nobre arte da fotografia, vendendo seu olhar por preços vis - é, na maioria das vezes, um ser bastante crítico em relação a todo tipo de equipamento. Para ele, não existem limites no tamanho das exigências. Uma câmera deve ser forte, com qualidade óptica excepcional, além de muito bonita e charmosa, para que todos à sua volta dispensem o devido respeito ao aparato. Ah, e deve ser barata, mas não a ponto de se democratizar. Afinal de contas, o fotógrafo profissional gosta de exclusividade.

Já o amador - aquele que pode se dar ao luxo de clicar os momentos prazerosos da vida e transformá-los em recordações para ele e seus amigos ou família - valoriza outros aspectos do equipamento. Portabilidade (quanto menor melhor, mas não tão pequena que não possa ser exibida). Capacidade de impressionar os amigos; um visual "moderno" (sei lá o que este adjetivo camaleão significa exatamente, mas acho que você, leitor, sabe do que estou falando...). E o mínimo de qualidade para permitir ampliações mais avantajadas das fotos favoritas. Além de uma interface amigável, fácil de utilizar.

Essas duas tribos jamais imaginaram antes da revolução digital que seus mundos iriam convergir. É claro que os dois universos sempre estiveram em contato ocasional: o amador cheio de dinheiro, por exemplo, sempre gosta de comprar equipamentos caros, a fim de aumentar seu status quo diante do grupo. E alguns profissionais gostam de mostrar seu talento utilizando-se de câmeras muito simples e sem recursos, a fim de provar que o que importa mesmo é a imagem final, e não os botõezinhos extras do equipamento...

O fato é que, com o uso da tecnologia de captura digital nas câmeras portáteis, há uma convergência de diversos aspectos técnicos. Surge um paradoxo: muitas vezes o amador entende mais das especificidades técnicas de um determinado equipamento do que o veterano, que nem sempre pode se dar ao luxo de testar ou experimentar algo novo, pois tem compromissos com seus clientes e não pode se arriscar.

A melhor maneira, portanto, de se fazer uma avaliação mais abrangente dos equipamentos digitais é assistir à interação destes com amadores e profissionais. E foi o que fiz. Mostrei o equipamento a diversas "tribos", forcei as pessoas a fotografarem, troquei idéias com colegas de profissão. Após esse longo e divertido exercício empírico, seguem as principais conclusões. Acabei por fazer uma divisão em dois grupos:

  • "Para meros mortais", em que a relação preço/atributo é equilibrada.
    São escolhas inteligentes para quase todo mundo. Neste grupo estão as máquinas da Casio, HP, Kodak, Canon e Pentax.
  • "Objetos de desejo", que custam muito mais porque possuem atributos nem sempre visíveis mas de forma geral superiores. Essa superioridade implícita é mais ou menos como a comparação entre um Gol e uma Ferrari. Ambos posssuem os mesmos atributos básicos: quatro pneus e um motor, não é mesmo? (Ou então, a velha comparação Mac x PC: "se ambos têm HD, monitor, mouse, processador e memória, então devem ser a mesma coisa"... Mas você se apressará a corrigir: "É claro que não!") No grupo dos "objetos de desejo" estão a Sony CyberShot, a Leica e a Fuji FinePix.

PhotoSmart 120 e 812
Movidas a pilha

A grande fabricante de PCs e impressoras entrou nesta avaliação com duas câmeras: a mais barata do teste (120) e a mais cara (812). Diferentemente da maioria das digitais, que usa baterias recarregáveis, as HP são alimentadas por pilhas alcalinas (duas na 812 e quatro na 120). Parece boa idéia, já que no meio de uma viagem é melhor ter como comprar um par de pilhas em qualquer muquifo do que procurar uma tomada elétrica e esperar pelo recarregamento. O problema é que as pilhas são consumidas num ritmo alucinado, obrigando a comprar muitas para ter de reserva. Nada recomendável para os que têm consciência ecológica.

As fotos feitas com o flash da HP 120 "estouram" em vários pontos (o flash é potente demais para a sensibilidade do CCD). A reprodução das cores também deixa a desejar. O menu de visualização não apresenta nenhuma novidade, mas é bem organizado. As imagens aparecem em grupos de nove miniaturas (thumbnails). Após o disparo, cada foto permanece alguns segundos no visor, dando a chance de deletá-la no ato. Ela possui botões individuais para controle do flash, qualidade da imagem e temporizador (timer).

A HP 812, além de ótima imagem, recursos semiprofissionais, flash e macro, oferece gravação de vídeo (máximo de 60 segundos) ou gravações de voz associadas às fotos. E é compatível com um berço de conexão (opcional), por meio do qual pode-se imprimir as fotos nas impressoras DeskJet ou PhotoSmart da HP e também exibir as imagens em slide show numa TV.

HP PhotoSmart 120
Preço: (R$) 1.299
Resolução do CCD (Mpx): 1,0
Formatos (px): 1152x864, 576x432
Dimensões (mm): 111x44,5x69
Peso (g): 151 (sem pilhas)
Zoom óptico: Não
Zoom digital: 2x
Bateria: 4 pilhas AA alcalinas
Softwares para Mac: Não
Saídas de vídeo/áudio: Sim
Padrão de memória: 4 MB de memória interna +CompactFlash opcional
Foco macro: Não (fixo 1,2m-infinito)
Alcance do flash (m): 3
Velocidade (s): 1/30-1/1000
Abertura: f/2.8
Sensibilidade: ISO 100
Manual em português: Não
Balanço de branco: Automático
Self-timer: Sim
Slide show: Não
HP: 11-3747-7799 - 0800-157751
www.hp.com.br

HP PhotoSmart 812
Preço (R$): 4.999
Resolução do CCD (Mpx): 4,13 (3,92 efetivo)
Formatos (px): 2272x1712, 1136x848
Dimensões (mm): 95x41x70
Peso (g): 200 (sem pilhas)
Zoom óptico: 3x (equiv. 37-111 mm)
Zoom digital: 7x
Bateria: 2 pilhas AA alcalinas
Softwares para Mac: ArcSoft PhotoImpression
Saídas de vídeo/áudio: Sim
Padrão de memória: Secure Digital e MultiMediaCard
Foco macro: Sim; dois colchetes enquadram o objeto e informam se a imagem está em foco ou não
Alcance do flash (m): 2,8
Velocidade (s): 12-1/2000
Abertura: f/2.6-f/9.0
Sensibilidade: ISO 100-400 (automático)
Manual em português: Sim
Balanço de branco: Automático
Self-timer: Sim
Slide show: Não
HP: 11-3747-7799 - 0800-157751
www.hp.com.br

PowerShot S200
O elfo digital

Na mitologia escandinava, elfo era um gênio da natureza, simbolizando o fogo, o ar ou a terra. Só para lembrar que a Canon escolheu a dedo o codinome da sua maquininha: Digital ELPH. Ela já era um enorme sucesso na versão analógica, baseada no padrão de filme APS.

Toda em aço, parece preparada para ir à guerra. Não sabemos se é à prova de fogo, mas a máquina dá conta da água e da terra na boa: você pode utilizá-la debaixo d'água com a caixa estanque opcional.

Chapada de inovações técnológicas, a S200 se destaca pelo seu sistema de foco sofisticado. Com o pomposo nome de Artificial Intelligence Autofocus (AiAF), o sistema parece ser bastante preciso em toda a área do visor. Também é possível travar o foco em uma determinada região - um recurso inesperado em câmeras nessa faixa de preço.

O visor LCD é bem preciso para o enquadramento, mostrando praticamente 100% do que vai sair na foto (o que não é necessariamente a regra com outros displays). A qualidade dos filminhos AVI é boa e a possibilidade de fazer panorâmicas VR, usando o software anexo de costura (stitch) de imagens, é um luxo.

Em resumo: prazerosa para o amador e divertida para um profissional. Mas nada nesta vida é perfeito, portanto fique ligado em dois detalhes antes de tomar a decisão de compra. Um: não se esqueça de mantê-la sempre carregada ou investir em baterias extras. Dois: a S200, com poucos meses na praça, já foi substituída pela S330 (a qual, infelizmente, ainda não se encontra oficialmente disponível por estes trópicos). Vamos fazer uma breve comparação das duas, só para deixar você com água na boca: a S330 tem 3 megapixels contra 2 da S200; o zoom óptico da S330 é de 3x, enquanto a da irmãzinha é de 2x; e para completar, a S330 tem um falantezinho embutido...

Fica aqui um conselho para quem está interessado na S200: espere a s330 chegar por aqui. Mas se você está atrás da melhor barganha e não precisa de fotos com enorme qualidade de impressão, não pense duas vezes. A Canon A100, de 1,2 megapixel (R$ 999, contra RS 3.100 da S200) é a câmera digital com melhor relação custo/benefício do mercado.

PowerShot S200
Preço (R$): 3.100
Resolução do CCD (Mpx): 2,0
Formatos (px): 1600x1200, 640x480
Dimensões (mm): 87x57x26,7
Peso (g): 180 (sem bateria)
Zoom óptico: 2x (equiv. 35-70 mm)
Zoom digital: 5x
Bateria: Recarregável de íon de lítio
Softwares para Mac: ArcSoft VideoImpression e PhotoImpression (Mac OS 9)
Saídas de vídeo/áudio: Sim
Padrão de memória: CompactFlash
Foco macro: Automático
Alcance do flash (m): 4,8
Velocidade (s): 15-1/1500
Abertura: f/2.8-f/4.0
Sensibilidade: ISO 50, 100, 150, 200, 400
Manual em português: Sim
Balanço de branco: Auto, luz do dia, nublado, tungstênio, fluorescente, fluorescente H
Self-timer: Sim
Slide show: Sim
Canon: 11-5070-7200
www.canon.com.br

EasyShare LS420
Recarrega no berço, como um Palm

A Kodak EasyShare LS420 é a segunda menor máquina, só perdendo para a Exilim. Totalmente diferente do padrão estético das demais, ela é alongada e acomoda-se na mão de maneira agradável. Seu charme se inicia na embalagem: a câmera vem acompanhada de um estojinho bem parecido com aqueles de guardar óculos. Um luxo, e bem mais resistente do que as conhecidas capinhas de couro ou lona. A interface e os menus são práticos e claros, mesmo para um leigo; em poucos minutos, o fotógrafo já está em ação. O controle do flash e o comando de impressão direta são botões individuais, o que facilita a vida para aqueles que odeiam ficar navegando por menus. O joystick para navegar pelas fotos e menus é bem bolado e simples de usar. Uma feature simpática é o aviso que aparece no visor LCD ("n" pics remaining), avisando quantas fotos ainda podemos clicar até encher a memória. A qualidade das imagens é muito boa: não deixa a desejar para quem gosta de fotos mais profissionais e é a alegria dos fotógrafos de fim de semana.
Ela ainda grava filmes e tem zoom digital de 3x.
A única coisa que faz falta é uma lente com zoom óptico e macro, mas essa é uma característica de máquinas pelo menos R$ 1.500 mais caras.

Um aspecto que parecia ser um ponto negativo revelou-se, na verdade, uma bela solução de design. Para conectar a câmera ao computador, a LS420 não tem porta USB e cabo, mas um berço (cradle). Além de ser a ponte para a transferência das imagens, ele também serve para recarregar a bateria.

A Kodak vem com memória embutida de 8 MB, o que é uma boa idéia. Nas outras câmeras, o que normalmente acontece é você "micar" com o cartão de 8 MB default, em que não cabe quase nada, até finalmente comprar um com tamanho decente. Ela utiliza os minúsculos cartões Multimedia Card (MMC) e Secure Digital (veja Macmania 98).

EasyShare LS420
Preço (R$) 1.999
Resolução do CCD (Mpx) 2,1
Formatos (px) 1752x1168, 876x584
Dimensões (mm) 109 x 45,5 x 28,5
Peso (g): 160
Zoom óptico: Não
Zoom digital: 3x
Bateria: Recarregável de íon de lítio
Softwares para Mac Não
Saídas de vídeo/áudio: Sim
Padrão de memória 8 MB de memória interna
+Secure Digital e MultiMediaCard
Foco macro Não (fixo 0,8 m-infinito)
Alcance do flash (m) 2,5
Velocidade (s) 1/2-1/1200
Abertura f/3.9
Sensibilidade ISO 100, 200
Manual em português Não
Balanço de branco Automático
Self-timer: Sim
Slide show: Sim
Kodak: 0800-15-0000
www.kodak.com.br

Exilim EX-S1
Pequena notável

A menor câmera de todas as testadas, com largura e altura de um cartão de crédito e espessura de meia caixa de cigarros. Simpática, relativamente rápida e com uma quantidade de recursos difícil de crer para algo tão compacto. É perfeita para o fotógrafo casual e discreto.

A interface tem vários pontos positivos. Por exemplo:

  • Não é necessário acessar o menu para deletar uma foto. Basta apertar o botão navegador para baixo.
  • É possível proteger arquivos para que eles não sejam deletados acidentalmente.
  • Dá para eleger um grupo de imagens favoritas.

    Devido ao seu tamanho, porém, ela apresenta algumas desvantagens. O botão navegador (para correr o menu e dar o zoom digital) é difícil de usar.

    O formato muito estreito torna a câmera um pouco ruim de manusear. Além disso, a lente (que, alás, é de foco fixo) é posicionada em um ponto de apoio para as mãos (extrema esquerda), sendo possível que uma pessoa coloque o dedo sobre ela ao tirar uma foto através do viewfinder. Para mudar o comando do flash (auto/on/off/red eyes) é preciso acessar o menu, quando isso poderia ser bem mais rápido por um botão individual, como ocorre nas outras câmeras. A qualidade da imagem, de forma geral, corresponde ao que se espera da resolução de 1,2 megapixels (existe, só no exterior, um modelo idêntico de 2 megapixels). A captura de imagem em condições ambientes de luz à noite, por exemplo, se saiu muito bem. Caso seja necessário usar o flash, este tem uma boa potência. A comunicação com o computador (via USB) é feita por meio de um berço; o carregador da bateria é separado.

    A Exilim vem em dois modelos: o testado (EX-S1) e um outro (EX-M1) cuja única diferença são as capacidades do modelo mais caro de gravar pequenos filmes AVI com som e tocar MP3. Como a diferença de preço é pequena, vale a pena ir atrás dele.

    Exilim EX-S1
    Preço (R$) 1.600
    Resolução do CCD (Mpx) 1,24
    Formatos (px) 1600x1200, 1280x960, 640x480
    Dimensões (mm) 88x55x11,3
    Peso (g) 86
    Zoom óptico: Não
    Zoom digital: 4x
    Bateria: Recarregável de íon de lítio
    Softwares para Mac Não
    Saídas de vídeo/áudio Só vídeo
    Padrão de memória 12 MB de memória interna +Secure Digital e MultiMediaCard
    Foco macro Não (fixo 1 m-infinito)
    Alcance do flash (m) 1,2
    Velocidade (s) 1/4-1/8000
    Abertura f/2.5
    Sensibilidade ISO Variável (automático)
    Manual em português Sim
    Balanço de branco Automático, luz do dia, sombra, incandescente, fluorescente, manual ou automático
    Self-timer: Sim
    Slide show: Não
    Eletrônicos Prince: 11-3115-0355
    www.cweb.com.br

    Optio 330
    A faz-tudo de bolso

    Tradicional fabricante de equipamentos fotográficos, a Pentax entrou no mundo das câmeras digitais pelos bastidores. Desenvolveu projetos para a HP durante um longo tempo, e só agora botou as manguinhas de fora. Desde o ano passado, a série Optio vem acertando na mosca em termos de qualidade e recursos.

    Não se deixe enganar pelo tamanho diminuto (praticamente igual ao de uma caixinha de cigarros). Essa coisinha é capaz de ir muito longe. Concorrente direta e visivelmente inspirada nas PowerShot da Canon, tem o mesmo tipo de corpo em aço inox, mesmo cartão de memória e mesmo tipo de bateria.

    Quem já mexeu com uma Canon pega o jeito da Pentax em cinco minutos, e até vai achar esta mais fácil de usar, graças às boas sacadas de ergonomia e interface, que deixam o mais importante bem à mão. Por exemplo, para alterar a exposição (±2 EV), basta pressionar para os lados o controle circular; para deletar a última foto tirada sem sair do modo de captura, pressione OK e então Delete.

    Dois destaques do equipamento são a exposição automática e o sistema de foco TTL. Se você é daqueles que vivem passando vexame por causa de erros de foco, esta máquina veio para resolver seus problemas. Há diversos modos de focalização, adaptáveis a cada situação. Por exemplo, se você sabe exatamente onde quer o foco, pode optar pelo modo spot, ou determinar um ponto de quadro e travar ali seu foco. Ou escolher pontos de foco diferentes. Muito útil, por exemplo, para cenas em movimento. A exposição pode ser calculada e alterada no automático ou manual, o que dá liberdade criativa aos amadores e controle aos profissionais. Para os mais "cyber", apertando-se um botão a máquina mostra um histograma (gráfico de meios-tons da imagem) que muda em tempo real conforme você altera o enquadramento. Não é útil para todo mundo, mas serve adequadamente para encostar o queixo dos seus amigos no chão. Os modos de captura também são diversificados. Um deles (Continuous Shooting), por exemplo, permite segurar o disparador apertado e ir fotografando como se tivéssemos um motor-drive.

    Outro truque bacana é o recurso de dupla exposição: você pode capturar duas imagens seguidas e misturá-las. Os filtros digitais também são bacaninhas. Há filtros para sépia, um slimfilter que estica a imagem na horizontal ou vertical, e até mesmo um filtro pink.

    Como se não bastasse tudo isso, ela grava pequenos filmes QuickTime de até 30 segundos (recurso igual ao das Canon) e ainda traz um acessório para fotógrafos distraídos: despertador a bordo!
    Resumindo, é a melhor alternativa do momento para quem deseja curtir o mundo maravilhoso dos três megapixels.

    Optio 330
    Preço (R$) 3.499
    Resolução do CCD (Mpx) 3,34
    Formatos (px) 2048x1536, 1024x768, 640x480
    Dimensões (mm) 92x59x31
    Peso (g) 205 (sem bateria)
    Zoom óptico 3x (equiv. 37-111 mm)
    Zoom digital: 2x
    Bateria Recarregável de íon de lítio
    Softwares para Mac ACDSee 1.6 (OS 9)
    Saídas de vídeo/áudio Sim
    Padrão de memória 11 MB de memória interna +CompactFlash
    Foco macro Sim; foco paisagem; além do manual, possui opções para foco automático e ponto de foco
    Alcance do flash (m) 3,7
    Velocidade (s) 15-1/2000
    Abertura f/2.6-f/4.8
    Sensibilidade ISO 100, 200, automático
    Manual em português Sim
    Balanço de branco Automático/luz do dia, sombra, tungstênio, fluorescente e manual
    Self-timer: Sim
    Slide show: Sim
    Pentax: 11-3071-3548
    www.pentax.com.br

    Digilux 1
    O Rolls-Royce das câmeras digitais

    A marca Leica sempre foi um ícone entre os profissionais mais exigentes e amadores com água na boca (e muito dinheiro no bolso!). Sua óptica perfeita, seu corpo e design resistentes, duráveis e confiáveis, criaram a lenda que perdura por décadas. O mais divertido é que os japoneses, que fabricam quase todo o equipamento fotográfico do mundo, amam as Leicas made in Germany. Quando a empresa resolveu adentrar no mundo digital, não fez por menos: sua câmera é simplesmente fabulosa. Apesar de pouco conhecida no Brasil, ganha o respeito imediato de quem a manuseia pela primeira vez.

    Seu design não posssui extravagâncias e segue o modelo sóbrio e retangular das Leicas antigas. Essa maravilha em corpo de magnésio não faz a mínima questão de chamar a atenção: nada de botõezinhos piscantes nem corpão prateado. Na verdade, se você não prestar atenção nem vai dizer que é uma digital. Parece que foi feita há uns 25 anos.

    A parte eletrônica apresenta ergonomia excelente, assim como o posicionamento físico dos botões. Possui os recursos tradicionais das boas câmeras digitais e vem com (praticamente) todos os recursos de uma boa câmera convencional: taxa de compressão ajustável, arquivos em TIFF, exibição sequencial (slide show), temporizador (timer), ajuste de sensibilidade ISO, pastinhas para armazenar as imagens de forma mais organizada, sincronismo com flash externo e um balanço tonal (white balance) cheio de truques. O foco manual é tão bom quanto o da Sony.

    Ela parece ter sido feita para durar uma eternidade, o que a torna interessante não só como um aparato para tirar fotos, mas também como um investimento (pode ter certeza de que esses brinquedinhos vão valer bastante como itens de coleção um dia...).

    Digilux 1
    Preço (R$) 3.860
    Resolução do CCD (Mpx) 4,0
    Formatos (px) 2240x1680, 1600x1200, 1120x840, 640x480
    Dimensões (mm) 127x83x67
    Peso (g) 365 (sem bateria)
    Zoom óptico 3x (equiv. 33-100mm)
    Zoom digital 2x
    Bateria Recarregável de íon de lítio
    Softwares para Mac Adobe Photoshop Elements 1.0, ACDSee 1.6 (Mac OS 9)
    Saídas de vídeo/áudio Sim
    Padrão de memória Secure Digital e MultiMediaCard
    Foco macro Sim
    Alcance do flash (m) 4,5
    Velocidade (s) 8-1/1000
    Abertura f/2.0
    Sensibilidade ISO 100, 200, 400
    Manual em português Não
    Balanço de branco Automático, manual ou pré-escolha entre luz do dia, nublado, luz incandescente/halógena, fluorescente e flash eletrônico
    Self-timer: Sim
    Slide show: Sim
    Leica Brasil: 11-5052-1206
    www.leica-brasil.com

    FinePix F401
    A câmera "Chienowa"

    Existe no Japão um ramo da marcenaria especializado em construir pequenas caixas chamadas chienowa (pronúncia: tchiê-no-uá, significado: "quebra-cabeça"), que aparentemente são blocos maciços, mas na verdade possuem combinações para serem abertas, como cofres. Leigos podem levar dias para descobrir os movimentos que devem ser feitos a fim de se abrir uma caixinha dessas. A câmera da Fuji, caso você não consulte o manual, apresenta o mesmo enigma: leva-se algum tempo até descobrir como se liga o brinquedo. O sucesso é recompensado com alguns bips curtos e três luzes azuis piscantes.

    É a partir desse momento que a FinePix começa a mostrar porque é uma das campeãs do ranking. O nome da câmera faz justiça às suas qualidades: graças ao sensor utilizado pela Fuji, pomposamente chamado SuperCCD, ela é capaz de interpolar seus 2,1 megapixels efetivos para 4 finais. Mas as virtudes da Finepix não param por aí. Seu visor é bem nítido e luminoso, e a velocidade de captura é rápida - bem mais rápida do que a média dos demais modelos.

    Em nosso rally de benchmark, ela deu um baile, tanto na qualidade das imagens quanto na interface, mais simpática do que as outras. A fotometragem também foi precisa, tanto no flash quanto sob luz natural (daylight).

    Um porém: para o amador, a câmera às vezes faz sons dando a entender que bateu uma foto, mas na verdade nada aconteceu. Pode confundir alguns neófitos.

    A despeito do visual simpático, do tamanho bem pequeno e aparentemente ergonômico, a FinePix é um pouco trambolhuda. Deixa eu explicar melhor: o formato quadrado não permite levá-la no bolso tão facilmente quanto um maço de cigarros, e ao mesmo tempo não nos sentimos confortáveis mantendo-a guardada em algum outro lugar, pois é uma câmera que parece nos chamar à ação a todo momento, devido à sua rapidez e praticidade.

    No geral, essa foi a câmera que apresentou mais virtudes e menos defeitos, sendo o fator preço um dos maiores pecados. Enfim, com exceção do formato quadrado, que precisa ser revisto, a câmera cumpre a maioria dos requisitos de um amador avançado. Ou mesmo de um profissional sem enormes pretensões.

    FinePix F401
    Preço (R$) 3.204
    Resolução do CCD (Mpx) 2,1 (SuperCCD produz imagens interpoladas de até 4 Mpx)
    Formatos (px) 1600 x 1200, 1280 x 960, 640 x 480
    Dimensões (mm) 85x69x28
    Peso (g) 185 (sem bateria)
    Zoom óptico 3x (equiv. 38-114 mm)
    Zoom digital 3,6x
    Bateria Recarregável de íon de lítio
    Softwares para Mac FinePix Viewer (OS X)
    Saídas de vídeo/áudio Sim
    Padrão de memória SmartMedia
    Foco macro Sim
    Alcance do flash (m) 5
    Velocidade (s) 1/4-1/2000
    Abertura f/2.8-f/11.6
    Sensibilidade ISO 200, 400, 800, 1600
    Manual em português Sim
    Balanço de branco Automático, luz do dia, sombra, fluorescente ("luz do dia", "fria"
    e "quente") e incandescente
    Self-timer: Sim
    Slide show: Não
    Fuji Film
    www.fujifilm.com.br

    CyberShot DSC F707
    O canhão de mão

    A Sony, que na área de foto digital sempre marca presença (apesar de muitas vezes apresentar produtos bonitinhos de resultados duvidosos), depois que resolveu usar as renomadas lentes Carl Zeiss mostrou que sabe tomar decisões acertadas. A CyberShot e seu foco manual dão de dez nas outras câmeras (com exceção da Leica, é claro). Apesar do tamanho avantajado (devido à lente, maior que o resto da máquina) e a aparente deficiência ergonômica (ela pende para diante, devido ao peso concentrado na lente zoom longa), essa Sony é um excelente equipamento, com qualidade de imagem muito boa e capacidade de longa exposição.

    Pode-se aplicar filtro de nitidez (sharpening) na imagem, o que melhora a resolução aparente (recurso que deve ser usado com cautela para não introduzir artefatos indesejáveis na imagem). Com um simples apertar de botão, pode-se verificar registro de abertura do diafragma, velocidade e ISO para cada foto tirada. O flash permite ajuste em três níveis diferentes; além disso, há uma sapata para o uso de uma unidade de flash externa. A função de captura noturna (night shot) pode ser utilizada no modo de vídeo. Outro ponto a favor: as imagens podem ser geradas em TIFF sem compressão em vez de JPEG, o que garante ainda maior qualidade. Essa máquina já foi substituída por um modelo apenas ligeiramente diferente, o F717.

    CyberShot DSC F707
    Preço (R$) 5.649
    Resolução do CCD (Mpx) 5,24
    Formatos (px) 2560x1920, 2048x1536,
    1280x960, 640x480
    Dimensões (mm) 162x124x68
    Peso (g) 667 (com bateria)
    Zoom óptico9,7-48,5 (equiv. 38-190 mm)
    Zoom digital 2x
    Bateria Recarregável de íon de lítio
    Softwares para Mac Não
    Saídas de vídeo/áudio Sim
    Padrão de memória 16 MB de memória interna +Memory Stick
    Modo de foco macro Sim; foco automático e manual
    Alcance do flash (m) 5
    Velocidade (s) 30-1/1000
    Abertura f/2.0-f/2.4
    Sensibilidade ISO 100, 200, 400 e automático
    Manual em português Não
    Balanço de branco Automático/manual
    Self-timer: Sim
    Slide show: Sim
    Sony: 11-3667-1080/0800-888-4444
    www.sony.com.br


    Fotografia digital: futuro certo e inevitável

    A fotografia digital é um caminho sem volta.
    O preço mais alto das câmeras é compensado pela eliminação de gastos com revelação e ampliação de filmes. A última barreira - a de não poder mostrar as fotos para a vovó sem computador - foi quebrada pela proliferação de minilabs digitais (que aceitam suas imagens pela Internet e depois mandam suas fotos impressas com a mesma qualidade de uma foto analógica pelo correio) e pelas impressoras com qualidade fotográfica.

    Fazer uma matéria sobre câmeras digitais é como acertar um alvo em movimento. No momento em que você estiver lendo isto, já terão saído novos e melhores modelos. E no momento em que você finalmente comprar a sua máquina, provavelmente ela já terá uma sucessora com maior resolução e novas capacidades. Mas se você ficar esperando pela próxima geração, periga nunca comprar máquina nenhuma. O que importa mesmo é o resultado. Senão, um álbum de família com fotos seculares não serviria para nada...


    J. C. França*
    www.usinadeimagens.com.br
    É um dos pioneiros da fotografia digital no Brasil.
    *Colaboraram: Sérgio Miranda,
    Heinar Maracy, Mario AV

  • Márcio Nigro
    Fotos Alessandra Cestac