Home Page





Pergunte aos Pros




Macmania
Resenhas


Por Alberto V. Mendonça e Mario AV

X de 10, X de "incógnita", mas também X de Unix. Queira você ou não, este não é o velho Mac OS que aprendemos a amar e suportar. A base do sistema é Unix puro e isso traz várias consequências. O sistema é multiusuário (mesmo que só você utilize a máquina), possui uma série de ferramentas mais próprias de um sistema servidor (como programas que servem páginas Web e FTP), e tem uma opção de interface de linha de comando. O Terminal pode parecer uma heresia ou um passo atrás para macmaníacos da gema, que acham (com toda a razão) que a interface gráfica é uma forma mais evoluída de interação homem-computador. Mas a verdade é que, para aplicações como administração remota e configuração de máquinas, a linha de comando é o padrão. E como está dentro dos planos de dominação mundial da Apple atrair os geeks de Unix para o seio do Mac OS X, a linha de comando é fundamental para que eles se sintam em casa. Nestas páginas, escolhemos os melhores truques de linha de comando do OS X, para os macmaníacos mostrarem para os amigos Unixistas, Linuxeiros ou SauDOSistas. Hoje, coisas simples como mudar ícones do HD ou instalar sons de alerta ainda exigem uma ida ao Terminal, mas isso acontece só porque a Apple ainda não teve tempo de deixar o OS X totalmente redondo. A cada dia que passa, aparecem programinhas e updates que tornam mais intuitivo executar essas tarefas. Se você quer fazer algum dos truques ensinados aqui, mas não está a fim de mexer no Terminal, basta ter um pouco de paciência. Para os que querem se iniciar no maravilhoso mundo dos comandos crípticos, preparamos também um pequeno dicionário e a primeira parte de um cursinho de Unix. Divirta-se. Não é sempre que pode se aproveitar o melhor dos dois lados da Força simultaneamente.

Habilite o root

Root é o super-usuário, a pessoa que tem controle total sobre o sistema operacional. O usuário normal tem o status de admin (administrador), mas não pode mexer em arquivos do sistema. O root tem poderes ilimitados. Ficar usando a máquina como root em vez de admin pode ser necessário em alguns casos, mas também é um perigo se feito por pessoas leigas ou mal-intencionadas. Tanto é perigoso que a Apple o deixou desabilitado por default. Veja agora como habilitá-lo.

  1. Abra o programa NetInfo Manager, localizado em /Applications/Utilities.
  2. No NetInfo Manager, acesse o menu Domain ¡ Security ¡ Authenticate.
  3. Entre com seu login normal de admin.
  4. Novamente no menu Security, selecione Enable Root User.
  5. Escolha uma senha para o root (se só você usa o Mac, ela pode ser a mesma do admin, para não complicar) e confirme.
  6. Desligue o NetInfo Manager e dê Log Out ([?][Shift][Q] no Finder).
  7. Agora você pode "logar" de novo como root, usando a senha que escolheu.

Pronto. O super-usuário está habilitado. Mas use-o somente se você souber mesmo o que está fazendo. Usar o Mac OS X como root é o melhor jeito de escangalhar o seu sistema sem querer. Mais elegante e seguro é utilizar o comando su no Terminal. Esse comando muda temporariamente a sua identidade. Se você digitar apenas su, o shell vai entender que você quer mudar para root, e pedirá a senha. Depois que terminar o que tinha que fazer como root, digite exit para voltar à identidade normal.

Deixe o Terminal transparente

Uma das coisas mais "show" do OS X é que dá para deixar as janelas do Terminal transparentes. Essa é uma preferência que não é acessível de dentro do programa; por isso, será necessário um pequeno hack.

  1. Abra o programa Terminal.
  2. Digite o seguinte comando: defaults write com.apple.Terminal TerminalOpaqueness 0.5 [Return]

Esse comando manda adicionar uma linha de texto ao arquivo de preferências do Terminal (com.apple.Terminal). O número que aparece no exemplo como 0.5 pode ser qualquer coisa entre 0.0 e 1.0 (0 ou 100% opaco). No exemplo abaixo, foi usado 0.75 (75%).

Instale sons de alerta

É possível adicionar sons de alerta personalizados ao Mac OS X. Eles precisam estar no formato AIFF de 16 bits, estéreo. Caso o formato dos arquivos seja outro, utilize o QuickTime Pro, iTunes ou outra ferramenta de sua preferência para convertê-los para essas especificações. Com os arquivos de som prontos, temos duas opções: sons para um único usuário ou para todo mundo que usa o seu Mac.

  1. Se só você for usar os sons, mova seus arquivos AIFF para a seguinte pasta (diretório) do Mac OS X: ~/Library/Sounds/ (no Unix, o sinal ~ é a mesma coisa que "Home", que é a sua pasta pessoal dentro de Users).
  2. No caso de querer disponibilizar os sons para todos os usuários, ignore a instrução acima; dê um Log Out, entre de volta como usuário root e copie ou mova seus arquivos AIFF para o diretório /System/Library/Sounds. Faça um Log Out e entre de volta como usuário normal.
  3. Para conferir se está tudo bem, acesse o System Preferences, seção Sound, e veja se os sons adicionados estão listados. Teste-os. Se não der certo, verifique se os arquivos estão mesmo no formato correto.

Altere os ícones

Primeiro Dan

Alterar seus ícones no Mac OS X é, teoricamente, a mesma coisa que nas versões anteriores do Mac OS. No Mac OS clássico, os ícones podiam ser copiados e colados na janela de informações Get Info. Pois também é assim no OS X. Basta selecionar o ícone no Finder e dar Get Info no menu File (ou [?][I]). A janela de informações do arquivo é similar à de antigamente. Para copiar o ícone, clique nele e selecione Copy ([?][C]). Agora, uma boa novidade: não é preciso fechar a janela de Get Info e abri-la de novo. É só selecionar o outro ícone no Finder e o conteúdo da janelinha mudará de acordo. Aí, basta colar ([?][V]) o ícone e pronto.

Altere os ícones

Segundo Dan

O método tradicional de mudar ícones funciona com tudo? Não. A sua pasta Home, com o ícone brega da casinha, só pode ser mudada se você estiver "logado" como root. Pior ainda: os ícones de itens genéricos do sistema, como CDs, HDs e discos externos, não podem ser mudados. Mas existem duas maneiras de contornar isso. A primeira é uma gambiarra que vale só para os ícones dos HDs.

  1. Crie atalhos (aliases) dos seus discos rígidos e troque os ícones deles.
  2. Copie esses atalhos para a pasta ~/Desktop (isto é, a pasta Desktop que fica dentro da sua pasta em Users).
  3. Reinicie pelo X.
  4. No menu Finder > Preferences, desligue a opção "Show Disks on the Desktop".
  5. Arraste os ícones dos atalhos para onde você quiser e pronto.

A desvantagem desse método é que, quando você montar um CD, cartucho Zip ou HD de outra máquina acessado pela rede, o seu ícone não aparecerá no desktop e ficará visível somente nas janelas do Finder.

Altere os ícones

Terceiro Dan

Este é um hack profiça, complicado e que exige uma mãozinha do Classic também - não é para os de coração sensível. Este tipo de modificação é somente por sua própria conta e risco. Siga estas instruções apenas se você odeia de paixão aquelas "fotos" de HD no desktop.

No Mac OS clássico, os ícones genéricos do sistema (pastas, discos rígidos, CDs, Lixo e muitos outros) podem ser alterados modificando-se diretamente os recursos do sistema operacional. Para fazer isso, é preciso usar o programa ResEdit. No Mac OS X, muitos dos ícones genéricos estão contidos em um arquivo chamado HIToolbox.rsrc, escondido em um canto remoto no sistema. Arquivos de Macintosh geralmente possuem um resource fork, um data fork ou ambos. Os recursos contidos no HIToolbox.rsrc são do tipo data fork. Para editar os ícones, será necessário mover esses recursos para um resource fork. O modo mais fácil de realizar isso é utilizando o software QuickConvert (https://homepage.mac.com/dmaclach/tools/#QuickConvert). Você vai precisar também do Iconographer (www.mscape.com/products/iconographer.html), um editor de ícones para o Mac OS clássico que suporta os ícones do OS X.

  1. Localize o HIToolbox.rsrc e faça uma cópia de becape para ter como recuperar o sistema em caso de erro. Existem diversas maneiras de fazer isso, mas recomendamos utilizar o Terminal. Depois de abrir o aplicativo, digite o seguinte:
    cd /System/Library/Frameworks/Carbon.
    framework/Versions/A/Frameworks/HIToolbox.
    framework/Versions/A/Resources [Return]
    (A gente avisou que era um "canto remoto" do sistema...)
  2. Digite:
    sudo cp HIToolbox.rsrc HIToolboxBACKUP.rsrc [Return]
    Entre sua senha quando solicitada. (Note a mensagem de advertência - ela foi criada para o sistema BSD, daí esse papo de Administrator.)
  3. Depois de fazer a cópia de segurança do HIToolbox.rsrc, faça uma nova cópia dele para ser editada. Digite o comando abaixo no Terminal; uma cópia do arquivo aparecerá no seu desktop. Mantenha o Terminal aberto; você precisará dele em breve. Digite:
    cp HIToolbox.rsrc ~/Desktop/HIToolbox.rsrc [Return]
  4. Arraste o arquivo para o QuickConvert, a fim de mover o conteúdo do data fork para o resource fork (você não receberá nenhuma mensagem de confirmação).
  5. Abra o arquivo modificado com o Iconographer. O HIToolbox.rsrc contém ao redor de 199 ícones originais do sistema, além de outros recursos. O Iconographer serve para você visualizar e editar cada um dos ícones e suas máscaras. Se você visualizar apenas um ícone genérico e não a família, será preciso refazer o processo.
  6. Para alterar os ícones originais, você pode escolher uma variedade de ícones espalhados pela Internet. Uma vez escolhidos os ícones, abra-os com o Iconographer e selecione Edit > Copy > Icon Family.
  7. Escolha o ícone que deseja alterar no HIToolbox.rsrc. Dê Edit > Paste > Icon Family. Salve o arquivo; repita o processo quantas vezes precisar até terminar a tarefa. Se ligue que todos os itens do mesmo tipo ficarão com o mesmo ícone; portanto, escolha um bem bonito.
  8. Agora você precisará mover o conteúdo do resource fork modificado de volta para o data fork. Para isso, utilize o QuickConvert. Aviso: Falhas ao copiar o resource fork para o data fork antes de instalar a cópia modificada do HIToolbox.rsrc causarão um problema: você não conseguirá reiniciar seu Mac! Se não está seguro do que está fazendo, não siga adiante!
  9. Seu arquivo modificado está pronto para ser instalado.
    Na janela do Terminal, digite o seguinte para sobrepor o HIToolbox.rsrc original à versão personalizada:
    sudo mv ~/Desktop/HIToolbox.rsrc HIToolbox.rsrc [Return]
    Entre com sua senha de administrador quando solicitada.
  10. Para visualizar as modificações, é preciso reiniciar o Finder. Isso pode ser feito selecionando Force Quit no Apple Menu ou pressionando [?][Option][Esc]. Melhor ainda: dê Log Out e entre de volta. Ou reinicie o Mac.
  11. No futuro, se você quiser restaurar os ícones originais, abra o Terminal e digite o seguinte, entrando com sua senha de administrador quando solicitado:
    cd /System/Library/Frameworks/Carbon.framework/Versions/A/Frameworks/
    HIToolbox.framework/Versions/A/Resources [Return]
    sudo mv HIToolboxBACKUP.rsrc HIToolbox.rsrc [Return]

Mude o Genie

O Genie é a animação de minimização de janelas no Dock. Se você já enjoou do efeito original, existem outros dois à escolha - só que, por alguma razão misteriosa, a Apple não os incluiu nas preferências do Dock. Nada que não se resolva com um simples comando.

  1. Abra o Terminal. Digite:
    defaults write com.apple.Dock mineffect suck [Return]
  2. Abra o ProcessViewer e dê Force Quit no Dock. Após alguns instantes, ele abrirá de volta. Minimize uma janela; o efeito da animação terá mudado para um outro, em que a janela é "puxada" por um dos cantos.
  3. Repita o comando no Terminal, só que com a variável scale:
    defaults write com.apple.Dock mineffect scale [Return]
    Dica: você sempre pode teclar [¡] no Terminal para ele repetir a útima coisa que foi digitada, dar [Delete] somente no texto a ser modificado e redigitá-lo sem precisar escrever tudo de novo.
    Dê Force Quit no Dock novamente.
    O efeito agora é mais simples: a janela simplesmente muda de tamanho, sem deformação.
  4. Quando quiser retornar ao Genie, dê o mesmo comando de antes, só que terminado em genie, ou seja:
    defaults write com.apple.Dock mineffect
    genie [Return]
    Dê Force Quit no Dock e tudo voltará ao que era antes.

Mude o fundo de tela

O procedimento para instalar fundos (papéis de parede) é o mesmo dos sons, com a diferença de que só existe uma pasta para eles: /Library/Desktop Pictures. As imagens devem ser em formato JPEG, GIF ou TIFF, em RGB. Se a figura for menor que a dimensão em pixels da tela, ela será repetida até cobrir todo o desktop. Ou seja, não existe mais a distinção entre Desktop Picture e Desktop Pattern, como havia no Mac OS clássico. A tela de fundo é mudada na janela de preferências do Finder.

Otimize o OS X

Você deve ter observado que, sempre que faz um update no Mac OS X, após a instalação é feita uma "otimização" do sistema. Mas para que serve isso? Essa otimização faz um pré-anexamento (prebinding) das bibliotecas dinâmicas (dynamic libraries). Ficou na mesma? Bem, é o seguinte: ao pré-anexar suas bibliotecas dinâmicas, você cria um índice para o sistema com as exatas localizações e versões das bibliotecas dinâmicas. Isso acelera a inicialização dos aplicativos, que não precisam encontrar sozinhos onde estão esses arquivos. Mas as versões e localizações de bibliotecas podem modificar-se com novas versões instaladas. Quando isso acontece, a pré-anexação deixa de ser válida e é ignorada. Você pode, entretanto, atualizar as informações no braço.

É interessante que vez ou outra seja feita essa otimização. É parecido (mas não a mesma coisa) com o velho conhecido Reconstruir o Desktop (Rebuild Desktop File).

Para fazer o prebinding, podemos utilizar um programa chamado Xoptimizer (pegue-o em www.codefab.com/unsupported/Xoptimize_v0.1.dmg). Ou faça isso pelo Terminal:

  1. Para obter acesso de administrador, digite su e dê a senha de root.
  2. Digite este comando (atenção com o espaço entre a palavra root e a barra):
    update_prebinding -root / [Return]
O Mac OS X fará todo o trabalho sozinho. Quando aparecer no Terminal a mensagem update_prebinding done, reinicie a máquina.

Compartilhe a conexão com a Internet

Uma aplicação sensacional do Mac OS X é compartilhar uma conexão à Internet via rede. O OSX vem um um serviço, pré-instalado, chamado NAT (Network Address Translation). Ele redireciona as conexões TCP/IP automaticamente para a rede local. Todos os outros computadores na rede podem se conectar à Internet através do Mac com OS X. Só tem um problema: o NAT é um programa sem interface de configuração própria. A boa notícia é que existe um programinha shareware, o gNAT (disponível em www.frognet.net/~lachman), que fornece essa interface e instruções completas de configuração. A má notícia é que ele não funciona sempre, e por isso eis aqui também o método pela linha de comando.
Experimente primeiro o gNAT; se não rolar, use as instruções a seguir.

  1. Entre como root.
  2. Abra um editor de texto puro (plain text), como o TextEdit ou (se tiver prática) o pico ou o vi na linha de comando. Digite o seguinte:
    Isso aí é o script que irá ativar o NAT e fornecer os seus parâmetros de operação. Vários detalhes irão mudar conforme o tipo da sua conexão. O script acima está ajustado para compartilhar uma conexão ADSL de IP fixo via uma única porta Ethernet. As variações possíveis são as seguintes:
    · en0 é a interface Ethernet, usada simultaneamente para entrada e saída. Se o seu Mac acessa a Internet pelo modem, use ppp0 em vez do primeiro en0 (o segundo en0 fica como está). Se o Mac tiver duas portas Ethernet (desejável por questões de segurança e desempenho), você pode substituir o segundo en0 por en1 e assim a porta en0 servirá para a entrada da conexão e a en1 para distribuí-la para a rede local. · O -interface na primeira linha deverá ser mudado para -dynamic -interface se a conexão for via IP dinâmico.
  3. Salve o script. No caso do TextEdit, o arquivo deve estar em texto puro (menu Format ¡ Make Plain Text). Dê Save As e digite, como nome do arquivo, /etc/rc.natd - isso criará o documento rc.natd dentro da pasta /etc (que é normalmente invisível no Finder). O programa perguntará se deve anexar (append) a extensão .txt - escolha Don't Append.
  4. Na linha de comando, digite chmod 755 /etc/rc.natd [Return] para tornar o script executável.
  5. Nenhuma alteração é necessária nas preferências de rede (Network) do OS X, mas os demais computadores ligados à rede precisarão ter a sua configuração alterada. Abra o painel de controle TCP/IP e dê File ¡ Configurations ([?][K]). Selecione a configuração de Internet corrente e clique em Duplicate e depois em Make Active. De volta à janela normal do painel, modifique os seguintes campos:
    · Connect via: Ethernet
    · Configure: Manually
    · IP Address: 10.0.0.2 (dê esse número para o primeiro Mac, 10.0.0.3 para o segundo, 10.0.0.4 para o terceiro e assim por diante).
    · Subnet Mask: 255.255.255.0
    · Router Address: 10.0.0.1
    No campo restante (DNS), mantenha os dados originais.
  6. Dê Log Out no OS X e entre de volta como usuário normal.
  7. É preciso ativar o NAT manualmente a cada novo login.
    Abra o Terminal, dê um su, forneça a senha de root e digite: /etc/rc.natd [Return] Se funcionar, deverá aparecer uma mensagem semelhante a esta:
    00000 divert 8668 ip from any to any via en0
    00000 allow ip from any to any

Digite exit para sair do root e feche o Terminal.

Os outros computadores na rede já deverão estar enxergando a Internet através do NAT. Para acessar as máquinas pela rede, é só usar os novos endereços IP locais: 10.0.0.2, 10.0.0.3 etc. A máquina com o OS X usa o endereço 10.0.0.1 na rede local; para quem está fora da rede local, o endereço dela é o IP fornecido pelo provedor . µ