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O Mac OS é 10

Saiu o novo sistema operacional. Você está pronto para ele?


O Finder agora tem Undo! Cool! A única coisa que não dá pra desfazer é o Empty Trash.

Pronto. Acabou a espera. O Mac OS X está entre nós (pelo menos, nos Estados Unidos: a Apple Brasil prometeu vender o OS X por aqui no final de abril e uma versão em português deverá estar pronta no início do próximo semestre). O que muda na vida dos macmaníacos com o novo sistema operacional? Bem, na verdade, no momento, quase nada, mas até o final do ano, a revolução já terá tomado conta do mundo Mac.


Se todos os seus botões não cabem em uma janela, eles ficam em um menu pop-up do lado. Não é a solução mais elegante, mas dá pro gasto.

Desde 1984, quando o primeiro Mac viu à luz do dia, o sistema operacional da Apple foi sendo recauchutado e reescrito para atender as várias necessidades da modernidade informática. Com o X, a coisa foi diferente. Escrito do zero, sob uma base Unix, o OS X é mais eficiente que seus antecessores em vários aspectos, como gerenciamento de memória, e pretende revolucionar (novamente) a maneira de se usar o computador.


Pastas no Dock ganharam menus pop-up permitindo a navegação por todo o conteúdo do disco.

As festas de lançamento do Mac OS X começaram à meia-noite do dia 24 de março (um sábado). Várias lojas de produtos para Mac nos EUA abriram na madrugada para vender cópias do novo sistema operacional (algumas, dizem, nem mesmo esperaram o dia 24 chegar, entregando "por debaixo dos panos" algumas caixas para clientes especiais).


Arraste um disco para a lata do lixo e ela se transforma em um ícone de Eject.

No site da Apple, a farra continuou: o visual da página do OS X foi modificado, tutoriais em QuickTime foram disponibilizados para os macmaníacos conhecerem o novo sistema e updates de dois programas essenciais compatíveis com o OS X, o iTunes (para áudio digital) e o iMovie (vídeo) também foram lançados. Além deles, foi lançado um preview do AppleWorks 6.1 (que por causa de pequenos bugs teve de ser retirado do site e só voltou depois de uma semana). Porém, para usar o preview do AppleWorks (que expira em 1º de setembro de 2001), é preciso ter instalado a versão 6.0 do pacote de aplicativos (que foi o primeiro programa "carbonizado" da Apple).

Mas, depois da festa, vem a ressaca. Agora que ele chegou, será que nós estamos prontos para o X? É o que vamos ver.


O Menu Apple voltou, mas com funções diferentes. E infelizmente não pode ser personalizado. Ohhh…


O que mudou?

Não dá para ficar aqui comparando o que mudou entre o novo sistema e o clássico, nem mesmo seria uma comparação válida. Portanto, vamos verificar o que ficou diferente entre o versão final do Mac OS X (também conhecida por Build 4k78) e o beta público do X.


Docklets, como este, podem trazer menus próprios.

Em setembro, a Apple se armou de muita coragem e lançou comercialmente uma versão beta pública do Mac OS X. Centenas de milhares de macmaníacos compraram o CD com um sistema operacional ainda em fase de desenvolvimento para sentir um pouco o que estava por vir. Com essa manobra, a Apple conseguiu, mais do que vender muitos CDs, feedback dos usuários para acertar alguns bugs ou então melhorar alguma função do sistema.


A palete para personalizacão da barra das janelas foi chupada descaradamente do Internet Explorer.

Do beta público para a versão final, o OS X mudou em várias coisas: o Menu da Maçã voltou para o seu lugar de origem e aquela maçã azul no centro da barra de menus deixou de ser apenas decorativa. Foi criado um botão no lado direito das janelas que esconde a barra de ícones, que agora pode ser personalizada, como no Internet Explorer. Basta ir no menu "tal" e arrastar os ícones ou funções que você quer ter na sua barra para automaticamente todas as janelas serem atualizadas.

Uma função que não existia no beta público e agora funciona no final é a de impressão, o que torna o Mac OS X um sistema operacional de verdade. Drivers para os principais modelos de impressoras (Epson, HP e Lexmark) estão disponíveis no iDisk, o disco virtual dos associados ao iTools (as ferramentas de internet da Apple). Do iDisk também é possível copiar vários programas para Mac OS X.

Vale a pena?

O Mac OS X é o futuro da Apple, já se cansou de dizer Steve Jobs em seus discursos nas várias Macworld do ano passado. Tudo bem, o futuro é um lugar bacana, mas e o presente? Bem, aqui o problema é mais embaixo.

Em primeiro lugar, a quantidade de programas"carbonizados" (adpatados para o X) é pequena. No VersionTracker, a lista de programas compatíveis não é grande e a maioria são pequenos aplicativos shareware ou betas. Softwares de primeira linha, como Photoshop, Dreamweaver ou mesmo o Office, ainda estão sendo "carbonizados" e não tem data para serem lançados (todas os fabricantes falam em segundo semestre). O site da Apple também tem uma lista de programas compatíveis, alguns betas poderosos, como o LightWave (programa de animação 3D), mas é só.

Então, quem usa direto algum desses aplicativos se vê numa encruzilhada: porque usar o Mac OS X se o meu programa de trabalho só no roda no ambiente Classic (o Mac OS 9 dentro do X), que deixa a máquina mais lenta se você tem "apenas" 128 MB de RAM? Essa é uma pergunta chave na hora de decidir instalar o OS X no seu Mac.

Outra função que o Mac OS X não tem é a capacidade de queimar CDs e/ou DVDs, logo agora que a Apple resolveu lançar iMacs e G4s com gravadores de CD. É claro que isso será corrigido (a empresa afirma que até o final deste semestre isso já estará resolvido), mas essa incapacidade gera uma grande frustração em quem acabou de gastar uma boa grana num novo Mac ou já estava acostumado a fazer becape de seus arquivos em CD.

Isso sem falar que o Mac OS X só instala em máquinas novas (com chips G3 ou G4), deixando de lado as máquinas antigas que ainda estão por aí, trabalhando. É claro que essa opção de deixar de lado os Macs antigos é compreensível (a Apple precisa vender mais máquinas para continuar dando lucro), mas mesmo assim, não deixa de frustar vários macmaníacos que ainda tem carinho por seus velhos companheiros.

A recomendação da Apple como requisito de hardware para rodar o Mac OS X é exatamente isso: mínima. Você até pode rodar o novo sistema num iMac 233 com 128 de RAM, mas vai achar sua máquina lenta demais. Em um Mac de 350 MHz e 256 MB de RAM, a coisa muda de figura. O Mac OS X adora memória RAM e trabalha bem melhor quando há uma boa quantidade de memória sobrando.

Por outro lado, a instalacão do novo sistema é menos traumática do que se possa imaginar. Ao contrário do beta público, não é preciso reformatar o HD e criar uma partição só para o X. Você pode instalá-lo sobre o Mac OS 9.1 e a qualquer momento, dar o boot pelo sistema velho para executar tarefas que o X ainda não faz (como queimar CDs). A única diferença que você vai notar é uma pasta System ao lado do seu System Folder e 30 mil arquivos a mais ocupando pouco mais de 1,1 giga no seu disco. Um preço pequeno para estar na crista da onda. O ambiente Classic funciona perfeitamente e os programas rodam praticamente com o mesmo desempenho do Mac OS 9.1, desde que você tenha memória suficiente (128 MB não é suficiente, é o mínimo). Talvez, hoje, o Mac OS X não seja o melhor opção de sistema operacional para você. Mas, tenha certeza: logo, logo, ele será simplesmente imprescindível.