forum
assine
anuncie
extras



webpower
macmania

Mac x PC - o confronto final

"Minha plataforma é melhor que a sua!"


1 - "PC é mais barato que Mac"

Por mais que a Apple baixe o preço dos iMacs, sempre vai haver um PC mais barato, com especificações de hardware (disco, memória, CD-ROM) iguais ou até melhores. Isso acontece porque o PC tem uma arquitetura aberta, o que permite às montadoras comprar componentes de diversas procedências, pelo menor custo possível.

Só que esse barato sai caro para o consumidor final não-nerd. Abrir a máquina várias vezes porque componentes refugados em Taiwan pifaram é mole para escovadores de bits, mas para um dono ou dona de casa significa uma sangria permanente de dinheiro em peças e mão-de-obra. Você pode montar um PC na garagem, mas quando ele pifar, é por sua conta. E os PCs de griffe não estão livres de problemas na qualidade da manufatura, área em que a Apple tem se sobressaído com o uso de novos materiais e novas técnicas de construção.

Uma vantagem do PC é que as montadoras não têm que arcar com os custos de pesquisa e desenvolvimento do hardware e do sistema operacional, como é o caso da Apple. Felizmente, ela já percebeu que o caminho não é tentar brigar com os PCs no preço por megahertz ou megabyte. A grande sacada do iMac é trazer algo que os PCs não têm (design inovador e facilidade de ligar e sair surfando na Internet) por um preço competitivo. Os modelos topo de linha (G3 e G4) oferecem uma performance imbatível para quem quiser pagar por isso. O iBook é o primeiro computador a trazer uma tecnologia eficaz e barata de comunicação sem fio. O novo iMac DV vem com portas FireWire, permitindo a qualquer um editar vídeo em casa com qualidade digital, pronto para ser veiculado pela TV.

Isso sem falar que os custos de propriedade, manutenção e obsolescência são drasticamente menores no Mac que no PC. Ao contrário dos PCs, que são eminentemente descartáveis, muitos Macs de seis ou oito anos de idade não só ainda são úteis como nunca precisaram ir para o conserto. Cerca de 80% dos Macs fabricados até hoje estão em uso.

A retrocompatibilidade dos programas também existe. Softwares de até dez anos atrás ainda rodam sem problemas nas máquinas atuais.


2 - "Cadê o software para Mac?"

Não confunda disponibilidade de software nas lojas no Brasil (que realmente é precária) com ausência de software. A grande maioria dos programas pode ser baixada ou comprada pela Internet.

Não há um aplicativo significativo para PC que não tenha versão no Mac. Atualmente, a maior lacuna existente é a falta de uma versão oficial decente do ICQ, mas essa situação deverá virar em breve, graças a um acordo recente entre a Apple e a America Online, que comprou a empresa criadora do ICQ. A situação dos games para Mac melhorou bastante nos últimos tempos, gracas à explosão do iMac. O Quake 3 Test até saiu para Mac primeiro. Mas, de vez em quando, ainda somos obrigados a esperar que games de sucesso no PC sejam lançados para Mac.

Outro fator que conta pontos a favor do Mac é a possibilidade real de emulação do Windows. Se você precisar mesmo rodar alguma coisa que só existe para Windows, o Mac tem excelentes emuladores de PC, com destaque para o Virtual PC, que roda qualquer coisa criada para rodar em chips Pentium. O PC tem emuladores de Mac, mas são toscos e incompatíveis com os sistemas recentes.


3 - "PC existe em todo lugar; Mac é um gueto"

É verdade, mas e daí? Até algum tempo atrás, fazia sentido você dizer que o computador bom para ter em casa era aquele que o seu vizinho tinha, pois qualquer problema era só bater na porta dele. Com a Internet, isso mudou de figura. Mesmo sendo uma minoria quase insignificante (3% do mercado brasileiro, segundo a própria Apple), os macmaníacos se organizam em comunidades online.

Os usuários de Mac em geral são mais solidários: por serem uma minoria, eles demonstram um senso de comunidade muito mais afiado que o dos pecezistas e sempre têm boa vontade em ajudar os companheiros de plataforma em dificuldades.

Somos uma minoria, sim, mas uma minoria que está na vanguarda. A Apple inventa, a indústria de PC copia. Isso não vale apenas para o Windows, que é 90% cópia do Mac OS. Vale também para o design do hardware. Até o surgimento do iMac – simples, elegante e colorido – os fabricantes de PC não se importavam em fazer coisas melhores que a surrada "caixa bege cheia de fios", com exceção das caras workstations. Um ano depois, toda a indústria de PC está querendo "inovar", apresentando gabinetes escancaradamente chupados do iMac (e-One e ePower) ou idéias simplesmente ridículas (o PC-puff da Intel). Para completar, estão aparecendo PCs com portas USB no lugar das seriais, sem disquete e com rede sem fio similar à AirPort, o que prova uma de duas coisas: a indústria de PC está prestando muita atenção no que a Apple faz, ou seja, a Apple está fazendo a coisa certa antes da concorrência.

A fidelidade dos usuários ao Mac é muito grande, não só no ramo da informática, mas na indústria em geral. O próximo computador de mais de 90% dos usuários de Mac é outro Mac.

Existe uma área em que o Mac é maioria e o PC é minoria: as artes gráficas. A principal razão é que o Mac simplesmente criou esse mercado. E até hoje o gerenciamento de cores do Mac ainda é muito superior ao de qualquer outra plataforma, graças ao ColorSync, o que torna o Mac fundamental no trabalho gráfico.


4 - "O PC é mais rápido que o Mac"

Até agora, era uma afirmação difícil de comprovar, dependendo de benchmarks nem sempre reproduzíveis na vida real. Quem usa o Office nas duas máquinas, por exemplo, diz que no Windows ele é mais rápido que no Mac, o que não quer dizer muita coisa, posto que ele é feito pela mesma empresa que faz o sistema operacional.

Mas agora, com o processador G4 não há discussão sobre quem é mais rápido. Os pecezistas não conseguem acreditar que o G4 tem o dobro da velocidade do Pentium III. Com razão, já que, na vida real, o G3 não tem o dobro da velocidade do Pentium II, como a Apple divulgava. Só que está comprovado que o G4 é o primeiro chip para computador pessoal a alcançar 1 gigaflop (um bilhão de operações em ponto flutuante por segundo). Quanto aos chips da Intel e seus clones, qualquer um que já rodou as versões para Mac e PC do Photoshop (programa que exige o máximo de qualquer computador) pode dar o seu testemunho de qual funciona melhor.


5 - "O Windows é melhor para trabalhar em rede"

A Microsoft conseguiu comer um bom espaço do Mac em bureaus com o Windows NT como servidor de arquivos, numa época em que a Apple não tinha uma solução para servidores. Isso começou a mudar com a chegada do Mac OS X Server e com a fantástica revigorada que a Apple deu em seu AppleShare Server. Hoje, o AppleShare IP 7 tem desempenho equivalente ao sistema de redes do NT e é infinitamente mais fácil de se configurar e manter. O NT, entretanto, dá suporte a um número maior de protocolos de rede.

A padronizacão das placas-mãe dos Macs também ampliou a facilidade de colocá-los em rede. Hoje qualquer Mac, incluindo todos os portáteis, tem embutida uma conexão Ethernet 10/100Base-T. Isso, somado ao fato de que todos os Macs têm software de rede embutido, torna possível que você chegue com um computador novo e o ponha para "conversar" com os outros na rede local em menos de 10 minutos. Tente o mesmo com um PC.


6 - "O Windows é multitarefa, o Mac não é"

Uma simplificação grosseira que acaba transformando uma verdade numa mentira. O Mac apenas utiliza uma implementação de multitarefa cooperativa, diferente da do Windows, que é preemptiva para os aplicativos de 32 bits.

Quando o Windows 95 saiu, apontavam como uma grande vantagem o fato de ele ter uma implementação razoável da multitarefa preemptiva e da memória protegida, duas características que o Mac OS jamais teve e cuja ausência era responsável direta pela incrível quantidade de bombas que o sistema dava naquele tempo. E agora, como ficou?

O Mac OS 8 trouxe um nível de estabilidade muito superior.

O Finder passou a ser genuinamente multithreaded, isto é, pode executar várias cópias de arquivos, lançar programas e esvaziar o lixo ao mesmo tempo. As bombas e a máquina "presa" deixaram de ser as principais queixas dos usuários. Mas isso ainda não é a tal da multitarefa preemptiva, que extrai o máximo rendimento do processador.

O futuro Mac OS X terá um núcleo (kernel) totalmente novo, que incorporará o tão sonhado recurso.

Outra característica importante atualmente ausente no Mac OS é a memória protegida. Nesse esquema, o sistema administra a divisão da memória entre os programas, de tal maneira que eles nunca interferem um com o outro e fica impossível que um pau em um programa trave o sistema inteiro. Isso existe no Windows NT, no Linux e no Mac OS X Server, e deverá existir no Mac OS X também.

Mesmo com a implementação parcial da multitarefa preemptiva no Windows 95/98, até hoje aplicativos produzem paus inesperados e mensagens de erro indecifráveis, cuja origem é impossível determinar, e cuja única solução é a reinstalação completa do sistema! Outras vezes, programas que funcionavam bem no Windows degringolam sem razão aparente. A grande pergunta que os pecezistas estão fazendo sobre o Windows 2000 é: "Mas ele vai mesmo ser mais estável que o 98?"


7 - "Periféricos para Mac custam mais"

Com a substituição do SCSI e do ADB pelo USB, essa história acabou. Hoje você pode usar mouses, hubs, impressoras, joysticks, Zips, scanners, câmeras digitais e uma infinidade de periféricos de PC no Mac, bastando que eles tenham o driver apropriado (às vezes, nem isso). Curiosamente, apesar de ter sido inventado pela Intel, o USB funciona melhor no Mac que no PC, graças ao driver genérico embutido no Mac OS, que muitas vezes dispensa o próprio driver do dispositivo, bastando plugar o dito e sair usando.

Discos rígidos, memória RAM e monitores de PC também podem ser utilizados no Mac.

Até placas de aceleração gráfica, como as Voodoo3 da 3Dfx, podem ser instaladas no Mac. A Apple continua com a política de adotar padrões de mercado, como o barramento de vídeo AGP e saídas de vídeo VGA.

Quanto aos upgrades de chip, eles são bem mais caros no Mac, mesmo com os avanços que a Apple deu nessa área. Em compensação, hoje é possível transformar em G3 mesmo os Power Macs mais antigos, lançados há mais de cinco anos. Tente fazer isso com um PC Pentium 33 MHz.


8 - "E segurança, vírus, bug do ano 2000...?"

Nem precisaria citar o caso do Exército norte-americano, que trocou o Windows NT pelo Mac OS para se proteger da invasão de hackers (ver Tid Bits desta edição). Ou falar do Back Orifice, programinha simpático que permite a qualquer pessoa administrar os PCs dos outros à distância, sem o conhecimento nem o consentimento dos donos. Ou das falhas de segurança causadas pela integração do Internet Explorer com o Windows.

O Mac é mais seguro e ponto. Aliás, uma das vantagens de ser uma plataforma minoritária, baseada em um OS gráfico sem interface de linha de comando, é que os hackers do Mal e desocupados em geral não dão a menor pelota para ela. Se isso vai mudar com o Mac OS X, que é baseado em Unix, só o tempo e a Apple poderão dizer.

O Mac é imune ao bug do ano 2000. Os Macs atuais lidam corretamente com datas até o ano 29.940. Mesmo os modelos mais antigos, que hoje são itens de colecionador, funcionariam corretamente até 2040.

O Mac tem pouquíssimos vírus. As estimativas giram em torno de 4 mil vírus de PC contra 40 de Mac. A plataforma Windows tem muitos "buracos" de segurança e é mais atraente para hackers maldosos. O usuário de PC vive sob o terror de ter seu HD escangalhado por um vírus a qualquer instante. Enquanto isso, o macmaníaco nem tem os programas antivírus como prioridade – afinal, podem se passar anos até aparecer um Mac infectado. Os usuários de Mac não tomaram conhecimento do Melissa nem do Happy99. Outra grande pergunta que os pecezistas estão fazendo sobre o Windows 2000 é: "Mas ele vai mesmo ser mais seguro que o NT?"


9 - "O Mac OS oculta as entranhas do computador"

Outra "crítica" comum dos pecezistas é de que a interface do Mac é muito bonitinha, mas é uma caixa preta que não deixa você realmente saber o que acontece no computador. Como se editar o arquivo AUTOEXEC.BAT (para conseguir ajustes simples que, no Mac, são feitos pelos painéis de controle) fosse uma coisa muito transparente.

Para esses, a resposta é simples: ResEdit e AppleScript. Essas duas ferramentas gratuitas permitem um nível de automação, personalização e fuxicação do sistema operacional que seria simplesmente impensável no Windows. E tudo de um jeito muito fácil, visual e intuitivo – ou seja, sem a menor graça para um hacker que adora decorar comandos arcanos.

É claro que tudo isso vai mudar. O Mac OS X, segundo as promessas da Apple, unirá a robustez e confiabilidade do Unix (e sua linha de comando) à interface amigável do Mac. Um sistema capaz de agradar aos hackers e aos pokaprátikas. Será possível? Bom, só há uma empresa no mundo capaz de criar algo assim.


10 - "O Windows é igual ao Mac"

Este capítulo merece uma análise mais profunda.

A semelhança (ou não) das interfaces é o ponto polêmico que faz macmaníacos e pecezistas pegarem em paus e pedras para defenderem seu modo de ver as coisas. Geralmente os usuários de Mac se saem com afirmações mais subjetivas, dizendo que a interface do Mac OS é mais bonita, mais elegante e mais intuitiva. Mas afirmações subjetivas não ganham discussões. Então, vamos aos fatos. Leia o próximo capítulo, compare e tire suas conclusões.

 

 

Volta para a capa