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Mac de US$ 499 é realidade

por Emerson Rezende

Tinha gente até no lustre do auditório Moscone em São Francisco, Califórnia, para ouvir o que o CEO da Apple, Steve Jobs, tinha a dizer em seu discurso anual na edição 2005 da Macworld Expo. Afinal, a quantidade de boatos gerada nos últimos dias fez com que a comunidade macmaníaca ficasse em polvorosa para saber se tudo o que vinha sendo dito à boca pequena era realmente verdade como o iPod flash ou a "central de entretenimento digital Mac". E tudo se confirmou.

As luzes diminuem. "Vertigo", o som do U2 usado na campanha do iPod aumenta. Steve Jobs aparece no palco e logo de início mostra uma novidade: um telão de alta definição onde serão mostrados os números da Apple: hoje existem 101 lojas em todo o mundo e elas receberam um milhão de visitantes. Logo em seguida, o tema muda para o iMac. "O desktop mais bonito do mundo", "livre de vírus", "o mais popular desktop que já fizemos", discorria Jobs com sua já conhecida "modéstia". Até aí, nenhuma novidade...

Mas eis que surge o novo logotipo do Mac OS X Tiger no telão. Versão demo do Spotlight, novo sistema de buscas para o desktop Spotlight. Jobs digita "bright" (brilho) no campo de pesquisa e a janela de Preferência de Sistemas de vídeo se abre em uma tela widescreen de 20 polegadas em cima da mesa. Ouve-se um "oooh" do público atento. Esse seria só o primeiro dos muitos que ainda viriam.

Em seguida, Jobs digita "soccer" (futebol) e várias imagens e textos aparecerem. Só que as coisas não acontecem como se esperava: o programa trava. "Temos um bug aqui", diz Jobs, que começa a rir junto com a platéia. "É por isso que temos máquinas de backup" (os risos aumentam muito mais). Ele tenta e novo e tudo funciona direito agora.

O demo do Dashboard, com alguns widgets (programinhas flutuantes) novos, como o World Clock, Uber-converter (conversor de moedas), Wheather (tempo/clima), Yellow Pages (páginas amarelas), Dictionary/Theasaurus, Stock Tracker (buscador de cotação de ações) e Translator (tradutor). "Ooohh", responde o público. Mas... e o lançamento do Tiger? "No primeiro semestre desse ano. Bem antes do lançamento do Longhorn", diz ironicamente Jobs, fazendo a platéia viver um misto de alegria e frustração.

Alta definição para as massas

"2005 será o ano do vídeo em alta definição", disse Jobs, continuando a apresentação. Além do Final Cut Pro HD (agora também em versão Express, por US$ 299 ou R$ 810) e do iDVD, o próprio iMovie vai editar filmes em alta definição. Você só precisará comprar uma câmera de US$ 3.500) (R$ 9.484) – como a apresentada pelo próprio presidente da Sony, Kunitake Ando, durante o evento – e uma TV de plasma ou LCD para assistir. O novo iMovie vai vir incluído no pacote multimídia iLife 05, o qual traz atualizações para todos seus aplicativos, principalmente o iPhoto (Jobs explicou: "maior compatibilidade com vários formatos, mais recursos de edição ? você não vai precisar sair do iPhoto e usar outro programa para editar suas fotos e deixá-las perfeitas ? melhorias no slideshow, na interface de usuário e compatibilidade com MPEG-4).

Em seguida, chegou a hora de apresentar o iDVD: 15 novos temas, criação de DVD em apenas um passo, compatibilidade com todos os formatos. O novo Garage Band tem capacidade de gravar oito tracks, registro de gravações em tempo real, recurso de ajuste de pitch/timing, de criação de loops e de transformação da voz. O preço do iLife 05 será US$ 79 (R$ 215) e deverá chegar às lojas norte-americanas na semana que vem. Ele virá incluso no pacote de softwares dos Macs novos.

Ainda na área dos softwares, foi lançado o iWorks, o sucessor do editor de textos AppleWoks e concorrente direto do Office da Microsoft. O pacote traz dois programas: o Keynote 2 (para elaboração de apresentações, planilhas, gráficos e afins, com compatibilidade para arquivos em Flash e PDF e o Pages um misto de Word com PageMaker e capaz de abrir e salvar em .doc). Também vai custar US$ 79 (R$ 215).

Eis que, finalmente, chega a hora da grande estrela da noite: o Mac Mini, a tal "central de entretenimento digital" da Apple que vai custar US$ 499 (R$ 1.352). O equipamento é um pequeno paralelepípedo branco sem nenhum botão frontal, somente a entrada/saída de CDs/DVDs do drive Combo tipo slot loading. Na parte de trás, saída de vídeo DVI (vem com adaptador para VGA), conexões: 1 FireWire 400, 2 USB 2.0, Ethernet 10/100 BASE-T, modem 56K V92 e saída para som estéreo.

Internamente, poderá vir ou com um PowerPC G4 1.25GHz ou PowerPC G4 1.42GHz, HD de 40GB ou de 80GB, memória de 256MB (PC2700) 333MHz DDR SRAM (expansível para até 1GB), placa de vídeo ATI Radeon 9200 com 32MB de memória DDR SDRAM compatível com AGP 4X (o sistema mais "parrudo" sai por US$599 ou R$ 1.615).

O Mac Mini vem com o Mac OS X Panther e o iLife 05. AirPort Extreme é opcional e Bluetooth somente . Há ainda a possibilidade de conectar o bichinho na TV para assistir DVDs ou ver fotos com um adaptador DVI-vídeo de US$ 20 (R$ 54). Um longo aplauso fechou com chave de ouro a chegada do Mac Mini, que também é vista com ótimos olhos por toda a comunidade Mac brasileira de pouca grana.

Depois de tanta informação, muitos se perguntavam se ainda haveria espaço para o iPod. Só para começar, os números do maior blockbuster da Apple de todos os tempos: 733 mil unidades vendidas no final do ano de 2003; um ano depois, esse número subiu para nada menos do que 4,5 milhões de unidades. "Vocês não imaginam o quanto isso nos fez sentir bem", disse Jobs, que emendou na seqüência o número global do iPod: 10 milhões de unidades vendidas até hoje, sendo oito milhões só em 2004. Mesmo sendo números impressionantes, não eram inesperados. Mais surpresas ainda estariam por vir.

Quando todos pensavam que a palestra tinha chegado ao fim, Steve Jobs vem com o seu já tradicional "One more thing" (Só mais uma coisa). "Vamos dar uma olhada na fatia de mercado do iPod", propôs Jobs. Ele mostrou o crescimento de 100% de seu player digital depois da chegada do iPod mini, que também dominou metade do mercado dos players baseados em memória flash. "Queríamos ir atrás da fatia restante do mercado de players em flash. Ele é um verdadeiro zoológico!".

Jobs disse que seu desejo era fazer algo diferente dos players atuais como o iRiver, o Creative e Rio, com suas "Interfaces Torturadoras de Usuário," segundo ele. "A gente pensou bastante e percebeu que os usuários agora podem ter uma nova opção para ouvir suas músicas: iPod shuffle".

O caçula dos iPods é nada mais do que um chaveiro com memória flash, de tamanho menor que um pacote de chicletes com uma conexão USB 2.0 na parte inferior, um botão tipo "click wheel" no meio, baterias recarregáveis de até 12 horas de duração e que também pode armazenar dados. E o display? Pois é, ele não vem com nenhuma telinha. E é esse o "barato" que o tio Jobs propõe (em mais um exemplo de iTalk cuidadosamente calculado): "se a vida é aleatória, a sua trilha sonora também deve ser".

O iTunes escolhe aleatoriamente as músicas baseando-se apenas na classificação de qualidade do arquivo em estrelas e cria uma playlist no iPod shuffle. A única opção do proprietário do iPod shuffle é usar os comandos play/pause/next/back da roda de clique. Os modelos são de 512MB (para cerca de 120 músicas) que vai custar US$ 99 (R$ 268) e o de 1GB (para mais ou menos 240 músicas), ao preço de US$ 149 (R$ 404). Acessórios como uma faixa para o braço, porta-baterias e porta-iPod shuffle vão chegar às lojas dos EUA por US$ 29 (R$ 78).

Isso tudo e ainda estamos em janeiro. Para ver as novidades, acesse o site da Apple .