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Paula - Vestido bandage hERVÉ LEGER para m&Guia, sandálias de cetim Constança Basto e bolsa de paetês Louis Vuitton com anel Patricia Centurion e brincos Juliana Scarpa |
Às 11h da manhã de uma sexta-feira, em uma suíte de hotel cinco estrelas de um badalado bairro paulistano, Paula Burlamaqui observa as muitas opções de cardápio do café da manhã, já servido à mesa. Não escolhe nada, apenas observa e sugere ao ator Daniel Alvim, parceiro deste ensaio para Gente, que pegue algo para comer. “Melhor você comer alguma coisa, Daniel. Você ainda não comeu nada”, se preocupa ela. Carinho e cuidado típicos de quem convive e compartilha com o rapaz a intimidade de quem já foi namorada. Foram dois anos de romance, terminados há aproximadamente seis meses e de maneira bastante nebulosa. No último Carnaval no Rio, em pleno camarote da Sapucaí, Paula fora flagrada aos beijos com o modelo Rodrigo Peirão no domingo 14 de fevereiro. Na noite seguinte, ela retornou ao local de mãos dadas com Daniel, até então, oficialmente seu namorado. O episódio ganhou as manchetes e homepages dos sites de celebridades com as cores carregadas de uma traição pública. Meses depois, a dupla revive o caso, desta vez nos palcos do teatro Frei Caneca, em São Paulo, em um texto do inglês Harold Pinter, sob o título O Amante. A coincidência aqui não existe. Ambos já trabalhavam no projeto antes mesmo de tudo acontecer. Esse “tudo”, porém, pede um parênteses de explicação da história de quem a viveu. Os dois afirmam que já estavam separados na época e, desde então, continuam amigos. “Ninguém (imprensa) veio perguntar para gente o que aconteceu. Não interessava porque iam parar de vender. E é isso que eles querem, essa coisa da fofoca. Depois não adianta falar mais nada. Sua força é o silêncio”, diz a atriz. “Elas (as revistas) publicaram o que quiseram, da maneira que quiseram. Se fosse desconfortável para mim, eu não estaria aqui com ela”, garante Daniel. Na época do episódio, ambos foram procurados por Gente e não quiseram se pronunciar.
Tanto que, nos últimos tempos, os dois estavam passando seis horas por dia juntos, sete vezes por semana, ensaiando a peça. “Estamos mais juntos do que na época em que namorávamos”, comenta ela. “A gente acorda e já se liga. É a última e a primeira pessoa do dia com quem eu falo”, acrescenta. A convivência intensa, a parceria profissional e a sincera amizade deixam dúvidas sobre um possível revival do relacionamento. Paula desconversa em tom de brincadeira. No fim das contas, prefere que o cavalheiro tome as rédeas da situação. Prontamente, Daniel faz as honras. “Somos muito amigos, somos sócios, somos amantes nesse projeto e amantes do projeto. Estamos muito felizes. O resto é especulação”, declara ele. Paula sutilmente concorda, com um sorriso de canto de boca.
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Paula - Corselet e calcinha La Perl a e robe Christian Dior para Fogal com colar Patricia Centurion e brincos Juliana Scarpa |
Mas será que essa intimidade toda ajuda na hora de subir aos palcos? “Eu acho que para mim ajudou muito. se fosse um ator que eu não conhecesse, o processo ia demorar mais”, opina a atriz. Já Daniel acredita que cumplicidade demais pode, em alguns momentos, atrapalhar. “Às vezes você tem uma relação com a pessoa, vai para o palco e não fica tão bom justamente porque existe esse excesso.” No caso da parceria com Paula, o ator avalia que a experiência é positiva. “a gente dá toque um no outro. Se não fosse ela, talvez não fosse tão espontâneo nesse sentido.”
Chama acesa
O texto de O Amante fala sobre um casal que faz de tudo para manter acesa a chama da paixão. Os dois inventam personagens e fazem jogos que, a partir de certo momento, ficam perigosos demais: eles perdem os limites da fantasia e da realidade. Paula acha que muitos casais vão se espelhar no que acontece no palco para reinventarem o relacionamento. “Depois que li esse texto, acho que vou fazer muita coisa para tentar salvar minha próxima relação.” Se ela mostrar a mesma segurança que usou para conquistar o ex, certamente será bem-sucedida. A atriz lembra que conheceu Daniel no Espaço dos Parlapatões, no centro de S ão Paulo, em 2008. A amiga Vera Zimmermann comentou: “Olha lá, que gatinho. Ele acabou de se separar”. Os dois ficaram na paquera, mas foi só no dia seguinte, durante um show do músico Renato Godá, que o romance engatou. “Foi a máfia das mulheres. Porque a gente arma e chega em cima. Bete (Coelho), Verinha (Zimmermann) e eu. A gente faz a teia e não deixa a pessoa passar”, brinca. “É, não tem como escapar”, admite Daniel. Os dois atores, entretanto, dizem não serem chegados a joguinhos na hora da conquista. “Se estou com vontade, pego o celular e ligo”, afirma ele. “Eu não jogo de jeito nenhum. Faço tudo ao contrário, tudo errado. Minhas amigas até comentam que eu sou maluca”, diverte-se ela. Tal autenticidade reforça esse relacionamento único, em que homem e mulher são sócios, cúmplices, amigos e, quem sabe, até amantes. “Acho que a gente não tem rótulo mesmo”, concluiu Daniel.
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