‘‘Tenho uma família maravilhosa, que sempre me orientou, mas eu sempre me senti muito sozinha. Não por falta de amor, mas porque sempre me senti incompreendida’’
Nos 31 dias que passou na região de São Félix do Araguaia, Cleo Pires acordava todos os dias às 4 da manhã. Antes do sol nascer, a atriz já estava pronta para encarnar Estela, sua personagem em Araguaia, a próxima novela das seis da Rede Globo. Mas engana-se quem pensa que estar de pé tão cedo era um sacrifício. Ao contrário. Cleo estava em casa. “O mais legal lá era a disposição da galera, antes do amanhcer, naquele frio. Íamos curtindo, ouvindo música e brincávamos que éramos os Bin Ladens de tanto cobertor que tínhamos”, diz. Embora o Araguaia seja um lugar “muito virgem”, como ela descreve, não é totalmente desconhecido para Cleo, que passou momentos da infância por lá. Numa volta às origens, ela despiu- se das preocupações cotidianas e mergulhou no seu lado selvagem: desde desvendar para os colegas de elenco os mistérios do rio, que seca e vira praia de areia fina e branca, até pescar com Késia, a filha do prefeito de São Félix do Araguaia (a 1.200 km à Nordeste de Cuiabá, Mato Grosso). “Ela ia lá na pousada e já gritava: ‘Ô! Vamo pescar!’. Só pesquei sardinha, mas ela é uma superpescadora. De repente, me saía com uma piranha. ‘Késia, o que é isso?’!, eu perguntava”, conta a atriz. “Késia pegou uma faca e fincou a piranha numa árvore. Uma caçadora sabe?” Sem contar a convivência com bichos como os jacarés que saíam da água para se secar ao pôr do sol. “Vi um deles se aproximando. Botei a lanterna nele, mas, em vez de um, tinha sete jacarés com os olhinhos brilhando. Lá, os bichos não têm medo de você.”
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