★★★ COMÉDIA DRAMÁTICA
SOB A INSPIRAÇÃO do primeiro 5 X Favela, de 1962, projeto coletivo do qual participou como cineasta, Cacá Diegues decidiu potencializar a voz de jovens realizadores. O resultado é 5 X Favela – Agora por Nós Mesmos, que começou seu percurso de maneira promissora ao vencer a 3ª edição do Festival de Paulínia. Os cinco curta-metragens que compõem esse novo longa esbanjam energia. Mas não são os diretores aqueles que mais se sobressaem e, sim, os atores, todos excelentes – não só Dila Guerra e Márcio Vito, premiados em Paulínia, mas também Silvio Guindane, Gregório Duvivier, Thiago Martins, Flávio Bauraqui, Samuel de Assis, Feijão e os veteranos Ruy Guerra e Hugo Carvana.
Com exceção de “Concerto para Violino”, de Luciano Vidigal, a visão solar, em relação ao cotidiano da favela, predomina. Às vezes, os cineastas não conseguem evitar certo grau de idealização, principal problema do filme, presente especialmente no protagonista de “Fonte de Renda”, de Manaíra Carneiro e Wagner Novais, e no tom festivo de “Acende a Luz”, de Luciana Bezerra. “Arroz com Feijão”, de Rodrigo Felha e Cacau Amaral, sobre as peripécias de dois garotos que não medem esforços para presentear o pai de um deles com um frango, e “Deixa Voar”, de Cadu Barcellos, centrado na possibilidade de convívio amistoso entre moradores de comunidades rivais, despontam como os melhores episódios de uma obra adequadamente dedicada ao cineasta Leon Hirszman.
(Classificação indicativa: a conferir)