Miss simpatia
Foi com alguma surpresa que se assistiu às premiações de Sandra Bullock como melhor atriz no Globo de Ouro e no Oscar. Era difícil pensar que ela pudesse ser mais do que o rosto das comédias românticas dos anos 2000. Mas os prêmios não seriam surpresa considerando que, sendo uma “girl next door”, como ela mesma classificou alguns de seus papéis, é preciso talento para se destacar, para fazer comédias bem-sucedidas, como Miss Simpatia (2000) e A Proposta (2009); ou para chamar mais atenção que o galã, como em Velocidade Máxima (1994). Sandra representava – ou ainda representa – o que Julia Roberts foi uma década antes. A carreira começou na infância. Filha de uma cantora lírica alemã, fazia participações nos espetáculos. “Sempre havia uma criancinha cigana numa ópera. Era eu, então, quem entrava em cena”, brincou. Se ela fez bobagens? Considera um erro o Velocidade Máxima 2 (1997). Assumiu o Framboesa de Ouro de pior atriz, também recebido este ano, com um discurso bem-humorado, assim como fez ao levar o Oscar por Um Sonho Possível. Concorria com Meryl Streep que, como Sandra disse, deveria ganhar todo ano e ter uma categoria apenas para ela. Logo após a cerimônia, disse que receber prêmios opostos significa que “a vida está perfeitamente equilibrada”. Casada desde 2003, é discreta quando o assunto é família, mas nunca mal-humorada. Ao contrário, tem o grande dom de rir de si mesma: já no colégio havia ganhado o título de “miss simpatia”.