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Renato Russo ganha uma segunda biografia
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O JORNALISTA ARTHUR DAPIEVE já perfilou a personalidade inquieta e atormentada de Renato Russo (1960 - 1996) no livro O Trovador Solitário, editado em 2000 e relançado há três anos.
Mas o também jornalista Carlos Marcelo amplia esse perfil em O Filho da Revolução (Agir, 416 Págs., R$ 59,90), biografia em que não se limita a reconstituir os principais passos do mítico líder da extinta banda Legião Urbana. A trajetória do artista é refeita paralelamente à exposição dos fatos políticos que marcaram a gênese e a evolução de Brasília.
Com texto bem construído, o autor expõe acontecimentos que nortearam a vida do artista sem deixar de sublinhar o temperamento determinado e por vezes calculista do autor e intérprete de rocks como "Que País É Este?".
O tom é meio romanceado, com reproduções de diálogos que, provavelmente, não foram travados da maneira como aparecem no livro. Contudo, mesmo que não seja uma biografia em formato tradicional, O Filho da Revolução revira o berço que impulsionou Renato Russo a traduzir na sua música as angústias e sentimentos da Geração Coca-Cola.
Mauro Ferreira