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"Os Aparados inaugura uma nova gaveta, realista e intimista", conta Letícia
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Como surgiu a ideia de Os Aparados?
A produtora Flávia Moraes, da Film Planet, buscava projetos autorais e falamos muito sobre a questão ambiental e problemas como a violência. Ela queria um roteiro, mas entreguei o que sei fazer. É um romance com elementos de fácil adaptação, com poucos personagens e espaços delimitados.
Sua visão de futuro é pessimista.
Pensamos realmente no pior. A situação de calamidade no livro é global, mas há pouco tivemos tragédia semelhante em Santa Catarina.
Como é esmiuçar um personagem masculino?
É um processo instintivo. Não tenho um plano fixo, deixo o personagem me guiar. Meu pai criou três filhas e hoje sou cercada por homens (marido e dois filhos). Observo seu universo peculiar, e o bom de ser escritora é poder me colocar em outras peles.
É seu livro mais intimista.
Foi um desafio. A questão ambiental me afastava do universo ficcional. A internet na trama é outra novidade, algo distante da minha literatura. Livros como O Anjo e o Resto de Nós e Prata do Tempo fazem parte da gaveta onde tudo responde à minha criatividade. Depois há os históricos e os ligados à minha raiz polonesa. Os Aparados inaugura uma nova gaveta, realista e intimista.
Suzana Uchôa Itiberê