
Por
Luciana Franca
Adhemar
Ferreira da Silva
O único brasileiro a conquistar duas medalhas
de ouro em Olimpíadas, considerado o criador da volta olímpica,
morreu aos 73 anos
Max
Pinto
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Adhemar
Ferreira da Silva |
Adhemar
Ferreira da Silva, primeiro brasileiro a ganhar medalha no atletismo
em uma Olimpíada, morreu na sexta-feira 12, aos 73 anos,
de parada cardíaca provocada por complicações
respiratórias. O ex-atleta era diabético e estava
internado com broncopneumonia no Hospital Santa Isabel, em São
Paulo.
Adhemar
havia sido internado no domingo 7 pela filha, a cantora Adiel, após
desembarcar no Aeroporto Internacional de Cumbica. Ele vinha de
Punta del Este, no Uruguai, onde há 10 anos prestigiava a
Corrida Internacional de San Fernando.
Adhemar
Ferreira da Silva conquistou o ouro no salto triplo nos Jogos de
Helsinque, na Finlândia, em 1952, com a marca de 16 metros
e 22 centímetros. Na Olimpíada de Melbourne, na Austrália,
em 1956, chegou como favorito. E confirmou. Ganhou novamente o ouro,
dessa vez com um salto de 16m35cm. Por quatro vezes ele quebrou
o recorde mundial da modalidade.
Muitos
atribuem o surgimento da volta olímpica ao ex-atleta. Ao
receber sua primeira medalha em Helsinque, um dos juízes
pediu que ele saudasse o público. Comecei a dar uma
volta na pista e acabei criando a tradição da volta
olímpica, costumava dizer.
Problemas
de saúde o impediram de tentar o tricampeonato em 1960. Nos
Jogos Olímpicos de Roma, Adhemar não conseguiu se
classificar para as finais devido a uma tuberculose. Na última
Olimpíada, realizada em setembro passado em Sydney, ele esteve
presente para torcer pelos atletas brasileiros.
AP
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Em
1952 ao receber a medalha de ouro em Helsinque (à dir.)
e em 1956, em Melbourne |
O atletismo
começou a fazer parte da vida de Adhemar em 1947, quando
treinava no campo do clube São Paulo. É por isso que
o uniforme do time paulista de futebol ostenta duas estrelas amarelas
em cima do emblema, que são uma homenagem às medalhas
conquistadas por ele.
Adhemar
falava inglês, espanhol, italiano, alemão, francês,
finlandês e japonês. Formou-se em Belas Artes, Educação
Física, Direito, Relações Públicas e
ainda tirou o registro de jornalista profissional. Em diversas entrevistas,
após ter encerrado sua carreira, ele lamentou ter reconhecimento
maior fora do Brasil do que no próprio País.
Estiveram
presentes ao velório, que aconteceu na Assembléia
Legislativa de São Paulo, a prefeita Marta Suplicy, o senador
Eduardo Suplicy, a ex-jogadora de basquete Paula e o ex-atleta Robson
Caetano. O presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota oficial
dizendo que Adhemar Ferreira da Silva honrou o Brasil e o
esporte e que suas vitórias inspiraram a juventude
a seguir seus passos pelos caminhos das competições.
O corpo foi enterrado no sábado 13 no Cemitério Chora
Menino, em São Paulo, sob a execução do Hino
Nacional.
Luís
Bonfá
Um dos precursores da bossa nova e autor de “Samba do Orfeu” e “Manhã
de Carnaval”, o músico, que fez mais sucesso no Exterior que no
Brasil, morreu aos 78 anos
Alexandre
Campbell/Folha Imagem |
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Luís
Bonfá |
O compositor
e violonista carioca Luís Floriano Bonfá morreu na sexta-feira 12
no Rio, aos 78 anos, de câncer. O mestre do violão, que aprendeu
a tocar o instrumento de ouvido aos 12 anos, é autor de clássicos
da MPB como “Manhã de Carnaval”, “Samba do Orfeu” e “De Cigarro
em Cigarro”.
O músico,
precursor da bossa nova ao lado de Tom Jobim e João Gilberto, era
mais famoso fora do País. Cultuado na Europa, Japão e Estados Unidos,
chegou até mesmo a fazer uma música para Elvis Presley, a “Almost
in Love”, do filme Viva um Pouquinho, Ame um Pouquinho.
Suas composições também foram gravadas por Plácido Domingo, Julio
Iglesias e Frank Sinatra.
Bonfá
gravou mais de 150 discos, muitos inéditos no Brasil. Seu último
trabalho por aqui foi o álbum The Bonfa Magic, de 1991. Ele
costumava lamentar o fato de escutar tantos elogios em inglês, quando,
na verdade, gostaria de tê-los ouvido em português.
O
pintor espanhol Esteban Vicente
morreu na quarta-feira 10 em Nova York, aos 97 anos, por problemas
respiratórios.
Um
dos principais representantes do expressionismo abstrato, Vicente
residia desde 1936 nos Estados Unidos, onde exilou-se após participar
na Guerra Civil Espanhola. Ele nasceu em Turégano, perto da Segovia,
e estudou escultura na Academia de Belas Artes de San Fernando,
em Madri.
Beatrice
S. Burstein, a primeira mulher a trabalhar na Corte Suprema de Justiça
dos Estados Unidos
morreu no sábado 13, aos 85 anos, em sua casa em Long Island, em
Nova York.
Casada
com um renomado advogado e mãe de seis filhos, Beatrice foi a primeira
mulher a ser indicada para a Corregedoria do Estado de Nova York
e também trabalhou na Comissão de Prevenção à Delinqüência Juvenil,
durante o governo de John F. Kennedy.
Jornal
Verdade/Ribeirão Preto |
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Udélio
Scodro, da Mabel |
O
italiano radicado no Brasil Udélio Scodro, dono da indústria de
bolachas Mabel,
morreu
na sexta-feira 12 em um acidente aéreo causado por falha mecânica
em Minas Gerais
O filho
Cláudio, administrador da empresa, os diretores Ricardo Chabud e
Antônio Vieira, o gerente industrial Hector Arcádio Lopes e o piloto
Orládio Domingues também morreram na queda do bimotor prefixo PT-OZY
em Água Comprida, próximo a Uberaba. Os passageiros voltavam para
Ribeirão Preto, interior de São Paulo, depois de participar de uma
conferência em Goiânia.
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