Personalidade
do ano 2000
Comunicação
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De
volta à Globo depois de 11 anos no SBT, o apresentador
renova a fórmula de sucesso do talk show mais engraçado
e influente do País |
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Foto: Lalo de Almeida/ Folha Imagem |
Marianne
Piemonte
La Costa/ Editora Globo |
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Se
o programa fosse um
fracasso a Globo não iria nos
querer. O sucesso deste ano
é uma continuação do que
está sendo feito há 12 anos
Jô Soares |
Até
o ano passado, o humorista e apresentador Jô Soares ia de
sua casa, em Higienópolis, São Paulo, para os estúdios
do SBT a bordo de um Jaguar. Este ano, trocou de emissora e de carro.
Desde abril, quando estreou o Programa do Jô na Globo, ele
circula pela capital paulista no Beatle vermelho que se deu de presente
no primeiro dia em que seu talk show foi ao ar na maior emissora
do País. Felicidade nacional há pelo menos 30 anos,
Jô deu largada a uma nova fase profissional, renovando na
Globo a fórmula do programa de entrevistas mais engraçado
e influente do Brasil. Na madrugada de estréia, divertiu
960 mil telespectadores o equivalente a 12 pontos no Ibope,
sete pontos a mais que a média que alcançava com Jô
Onze e Meia, no SBT. Entre tantos convidados interessantes e inusitados,
hoje Jô dispõe de uma constelação global
para provar do misterioso líquido de sua caneca. E quase
sempre continua a dar um banho de humor em seus entrevistados.
De
volta à casa que o alçou ao estrelato nacional entre
1970 a 1987, Jô Soares consolidou no novo programa sua integração
com os músicos do Sexteto. Um ingrediente a mais na fórmula
de sucesso, hoje a combinação do humor de Jô
com as tiradas de seus coadjuvantes é hilariante. No final
de 1999, ainda no SBT, os músicos fizeram alguns testes,
mas somente na Globo se soltaram e liberaram a veia humorística.
Tornaram-se personagens que em alguns momentos roubam as cenas e
em outros são suporte para fazer brilhar ainda mais o astro.
Se o programa fosse um fracasso a Globo não iria nos
querer. O sucesso deste ano é uma continuação
do que está sendo feito há 12 anos, garante
Jô. Animado com os resultados, ele tem trabalhado até
onze horas por dia.
La Costa/ Editora Globo |
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“Mesmo
quando discorda
de alguma coisa, Jô é
um gentleman. Ele tem berço’’
Anna Polanck, produtora do Programa do Jô |
Com
62 anos de idade e 41 de carreira, José Eugênio Soares
fez mais de 7 mil entrevistas como apresentador de tevê e
interpretou mais de 200 personagens em 11 programas das emissoras
Record e Globo. Atuou em oito filmes, dirigiu cinema e teatro, expôs
quadros como artista plástico, comandou dois programas de
rádio, foi colunista de jornais e revistas e escreveu cinco
livros. Em todas as atividades, o humor sempre foi a marca desse
carioca que morou na Europa dos 12 aos 18 anos. Nos anos fora do
Brasil, aprendeu a falar alemão, francês, inglês
e italiano, além de descobrir uma de suas muitas paixões:
o bongô. Fanático por jazz, encontrou na música
mais uma forma de expandir a arte. No ano passado lançou
o disco Sexteto and Jô, no qual ataca na percussão,
trompete e canta clássicos como Summertime.
Ao
longo da carreira de
41 anos, Jô fez
mais de
7 mil entrevistas como
apresentador de tevê e
interpretou mais de
200 personagens em
11 programas das
emissoras Record e Globo.
Atuou em 8 filmes,
comandou 2 programas
de rádio, foi colunista
de jornais e revistas
e escreveu 5 livros,
além de dirigir cinema,
teatro e expor quadros
como artista plástico. |
Nas
horas de folga, a equipe de 23 pessoas com quem trabalha há
mais de dez anos transforma-se em um grupo de amigos. Mesmo nesses
momentos, Jô continua sendo a estrela. Conta casos e piadas
rodeado pelos colegas na redação. Além do bom
humor, as pessoas que trabalham com ele dizem que a gentileza é
outra virtude do apresentador. Mesmo quando discorda de alguma
coisa, é um gentleman. Ele tem berço, diz Anne
Polanck, produtora do talk show. E, ao que parece, esplêndido.
Do pai, um investidor financeiro, herdou a delicadeza e da mãe,
o humor. Quando criança, morou com a família no Copacabana
Palace, onde costumava ver a mãe imitando algumas personalidades.
Hoje, curte os 600 metros quadrados de seu apartamento no bairro
de Higienópolis, em São Paulo. Em casa, passa horas
degustando um charuto cubano e lendo algum exemplar da biblioteca
de 4 mil livros. Para manter os 115 quilos leva à risca uma
dieta à base de carnes grelhadas e legumes cozidos. Mas não
resiste a um sanduíche, seu prato predileto.
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