
Drama
Tolerância
Primeiro
longa do gaúcho Carlos Gerbase
discute os limites da liberdade
Alessandro
Giannini
Divulgação
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Maitê
Proença: em forma como a advogada que faz tudo pela família |
Diz
o ditado que a liberdade de uma pessoa termina quando começa
a de outra. Em tempos de globalização e neoliberalismo,
o dito toma outra dimensão. Os limites não são
mais tão definidos e respeitados.
Tolerância,
primeiro longa-metragem do cineasta gaúcho Carlos Gerbase,
discute de maneira inteligente e articulada esse conceito. O filme,
uma das melhores realizações da nova safra brasileira,
estréia na sexta-feira 10 em circuito nacional.
Márcia
(Maitê Proença) e Júlio (Roberto Bomtempo) são
egressos da massa de jovens que enfrentou os anos de chumbo. Acreditavam
que poderiam mudar o mundo assim que tomassem as rédeas em
suas mãos. Ao encarar a rotina e a responsabilidade de criar
uma filha, descobriram que a realidade é bem diferente.
Nos
anos 90, Márcia tornou-se advogada criminalista e Júlio
trabalha como artista gráfico retocando fotos para revistas
masculinas. Estão integrados à classe média
e tentam educar Guida (Ana Maria Manieri), uma adolescente típica,
da maneira mais aberta possível.
Durante
um fim de semana, o casal conhece Anamaria (Maria Ribeiro). Empresária
da banda de rock de Guida, ela é mais velha e mais ousada.
O equilíbrio que existia na família, aliado a um fato
que não merece ser revelado logo de início, acaba
ruindo. A partir daqui, a trama ganha ares de policial, com direito
a reviravoltas engenhosas.
A
todo momento, o filme coloca em cheque a Justiça, a ética
profissional, a fidelidade no casamento e assim por diante. A tolerância,
no caso dos personagens, muito bem interpretados, atinge graus de
elasticidade impressionante. O diretor, que também assina
o roteiro com Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Álvaro Teixeira,
faz um paralelo com o País e a população hoje.
E acerta em cheio. Destaque da nova safra
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