
Religião
Marcelo
Rossi
A volta do padre pop - continuação
Silvana
Garzaro |
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Ele
não faz exercícios e come uma pizza inteira, à noite, de gorgonzola
ou quatro queijos |
AÇÃO
CONTRA MALUF Padre Marcelo esteve longe dos programas de artistas
na tevê, mas continuou presente na vida dos fãs e fiéis.
Aos
domingos, às 6h da manhã reza missa transmitida pela
Rede Globo.
Nos
outros dias, no mesmo horário, está na Rede Vida,
da Igreja Católica. Aos sábados, apresenta um programa
na Rádio AM América. É líder de audiência
na emissora. Pode
ser visto todos os domingos celebrando as missas dominicais no Santuário
do Terço Bizantino, em Interlagos, para cerca de 400 mil
pessoas.
Até
na política, o padre movimenta a cena. No
dia 1º de outubro, quando saiu para escolher o prefeito no
primeiro turno, distribuiu 1.500 medalhas no trajeto da porta do
colégio onde votou, em São Paulo, até a urna.
E até
na Justiça Eleitoral o padre marcou presença. Na quarta-feira
25, decidiu processar Paulo Maluf por uso indevido da sua imagem.
O
candidato do PPB utilizou no programa do horário eleitoral
declarações do sacerdote contra o aborto. Padre Marcelo
não gostou. Prefere aparecer na tevê como um padre
pop.
“Não
temo as mulheres” |
Silvana
Garzaro |
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Pouco
antes da entrevista que concedeu à Gente, padre
Marcelo distribuiu terço a todos numa sala de reunião na Diocese
do bairro de Santo Amaro, zona sul paulistana, e pediu um
minuto para uma oração. Feita a prece, abençoou os presentes.
O
senhor fica envaidecido de sair na rua e dar autógrafos?
Autógrafos não, porque não sou artista, sou padre, eu dou
a bênção. Escrevo “Jesus abençoe” e o meu nome. Só quando
tenho muitos compromissos não paro, peço desculpas e digo
que estou com pressa. Mas para essas ocasiões levo medalhas,
já distribuí milhares.
O
senhor recebe muitas cantadas?
Aprendi uma coisa, quando um não quer nada acontece. Eu trato
as pessoas como filhos, a primeira coisa que eu faço é colocar
a mão na cabeça. Onde vou, tenho sempre meus pais me acompanhando.
As pessoas podem até achar que sou filhinho de papai. Fui
para Assis, na Itália, e minha mãe foi comigo. Se não fosse
assim, imagine quantas mentiras a meu respeito já não teriam
surgido. Mas, de qualquer maneira, não temo as mulheres.
O
senhor gosta de ser chamado de santo e do assédio das pessoas?
Não, esse é o alto preço que pago. Às vezes, na rua, fico
horas dando a bênção. Tenho evitado dirigir, coisa que adoro,
nesse período em que estou na televisão. Quando estou dirigindo
e as pessoas me vêem, ficam tão desesperadas para falar comigo
que me fecham. Já fui fechado umas três vezes.
Já
foi ameaçado?
Já recebi faxes com ameaças às pessoas que mais amo, meu pais.
Mas sempre os coloco em oração, sei que estarão protegidos.
As pessoas me respeitam, ando em favelas e todos me pedem
a bênção.
Silvana
Garzaro |
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Como
as pessoas que freqüentam a igreja vêem a sua amizade com
os famosos?
Trato todos da mesma maneira. E estou tanto no programa da
Xuxa quanto no Santuário atendendo as pessoas igualmente.
Faço trabalhos em hospitais e as pessoas não me vêem, graças
a Deus, de maneira diferente.
As
maratonas de divulgação do disco não atrapalham os trabalhos
da pastoral?
Um pouco. A missa no Santuário, eu não abro mão, mas sem dúvida
sobrecarrega e é aí que eu emagreço. Por isso, em janeiro
eu tiro férias.
O
que o senhor faz nas férias?
Só não posso tirar férias de Deus. Nos primeiros cinco dias,
fico recluso e nos dez dias seguintes procuro me abastecer.
Adoro ler escritos dos primeiros séculos e textos da eucaristia.
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Cenas
do padre que adora rock
Padre Marcelo nasceu em São Paulo e foi criado no bairro
de Santo Amaro, onde mora. É o mais velho de uma família
de três irmãos. Fez faculdade de Educação Física, virou
professor de ginástica mas abandonou tudo para usar
batina. Há seis anos tornou-se sacerdote. É um celibatário
convicto.
Corintiano, é um legítimo representante da geração de
30 anos. Gosta de rock e ouviu muito U2, Legião Urbana
e Paralamas do Sucesso. Aos quatro meses (1).
Na formatura da 4ª série (2). Com as irmãs, Mônica
e Marta, vestido de caipira para a festa junina (3).
De férias em Santos na adolescência (4). Aos
18 anos, quando serviu o Exército (5).
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