
Ping-pong
Herbert
Vianna
Paula
Alzugaray
Nas
gravações de O Som do Sim, Herbert Vianna deu liberdade de
criação para seus convidados. A experiência trouxe uma mudança em
sua forma de trabalho, que a partir de agora será aplicada aos Paralamas.
O
CD reúne vários times. Mas por que tão poucos parceiros nas composições?
Não tenho grande facilidade de trabalhar em parceria, mas é algo
que está mudando. Atualmente venho compondo com meu grande amigo
Paulo Sérgio Valle e esta é uma parceria que ainda vai render muito.
Seus
duetos com vozes femininas estão se tornando célebres. Quem
foi o grande achado desta vez?
Todas as participações foram muito especiais. Foi uma oportunidade
de conhecer melhor pessoas que admiro. No caso específico da Nana,
foi a celebração de uma amizade antiga e muito especial.
Que
descobertas este disco trouxe?
A principal descoberta foi de como ando atropelando o meu próprio
tempo. Os discos mais recentes dos Paralamas foram feitos durante
turnês, sem tempo de experimentar. Como sou ansioso e workaholic,
acabei mastigando as idéias, o que talvez não tenha permitido uma
interação maior entre nós. Com este disco, me esforcei para que
cada um deixasse as suas digitais nas canções. Como resultado direto,
os Paralamas deverão ficar alguns meses sem fazer show no ano que
vem para uma espécie de “mergulho na garagem”, onde trabalharemos
mais juntos em composições e arranjos. O problema é que continuamos
trabalhando como quando tínhamos vinte e poucos anos, e hoje, com
mulheres e filhos, o tempo para interagir precisa ser criado.
Por
que O Som do Sim?
O som do sim seria o som da resistência positiva, da não confrontação,
de reagir de maneira não violenta, oferecendo tempo para a reflexão
a tudo que te agride. Sigo códigos que são uma mistura da minha
vivência com espiritualismo, budismo e taoísmo e este nome representa
o amor ao próximo e valores humanos muitas vezes ausentes numa sociedade
tão brutalizada como a nossa.
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