
MPB
O Som do Sim
Herbert Vianna promove encontros de tribos
e gerações em CD solo
Paula
Alzugaray
Divulgação |
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Herbert
de "férias" dos Paralamas |
O
Som do Sim, o terceiro CD solo de Herbert Vianna, é uma celebração
de estilos onde evidenciam-se as imensas vantagens dos novos encontros.
De “férias” dos Paralamas, Herbert cria, em cada canção, um novo
grupo musical.
Em
onze faixas há nove duetos com vozes femininas, cinco produtores
musicais e diferentes músicos convidados. Lado a lado, estão, só
para começar, o canto de Nana Caymmi e a bateria de Wilson das Neves;
a voz de Fernanda Takai (Pato Fu) e os scratches do DJ Nuts.
A vida
urbana contemporânea abre o disco. Sem fazer rap, Herbert cita o
rap, chamando o baixista Marinho, do Pavilhão 9, e destilando nas
letras crônicas da violência. Na seqüência, assume o espírito pacifista
que rege seu estilo de vida e relembra verões mais doces na bossa
nova “Hoje Canções”, parceria com Paulo Sérgio Valle. Depois pede
paz em “A Mais”, composição em homenagem à irmã do músico carioca
Pedro Luís, assassinada este ano.
O espírito
rock’n’roll mantém-se como mastro do trabalho de Herbert, na balada
“Mr. Scarecrow”, marcada pela personalidade da voz rouca de Cássia
Eller, e em “Eu Não Sei Nada”, que revela a roqueira gaúcha Luciana
Pestano. O rock dos anos 80 é lembrado na bela versão meio bossa
nova de “In Between Days”, do grupo britânico The Cure.
Na
produção, revezam-se o veterano Liminha e uma nova geração de talentos,
como Beto Villares, Carlo Bartolini e Chico Neves, que em “Um Truque”
faz um mix de instrumentos com edição digital.
Mesmo
navegando em tantos mares, Herbert deixa de fora a latinidade, terreno
habitual dos Paralamas. Os sopros, recurso usual da música caribenha,
aparecem em O Som do Sim em climas bastante distintos. Com
seu arranjo jazzístico de metais, a derradeira “Une Chanson Triste”
– uma espécie de réquiem, composta no dia da morte de Renato Russo
– é uma belíssima amostra disso. Encontros criativos
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