
Documentário
O
Arquiteto do Século
Oscar Niemeyer por ele mesmo e suas obras
Alessandro
Giannini
Divulgação
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Niemeyer,
no MAC, em Niterói: curvas e concreto |
Aos
93 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer foi tema de teses, livros e
outros estudos em diversos países. Agora, ganha a dimensão de filme
no documentário Oscar Niemeyer: O Arquiteto do Século, dirigido
em parceria pelo belga Marc-Henri Wajnberg e pelo pernambucano Marcelo
Gomes. O filme que será lançado na terça 3, no Itaú Cultural, deverá
ser exibido em outras sedes da entidade pelo Brasil.
O próprio Niemeyer dá seu depoimento, contando histórias da infância,
enumerando seus ideais e explicando alguns de seus projetos mais
famosos, como o prédio do Ministério da Educação e Cultura, no Rio,
o conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, e as sedes da editora
italiana Mondadori, em Milão, e do Partido Comunista Francês, em
Paris. Há também depoimentos de amigos e colaboradores, como o poeta
Ferreira Gullar, o cantor e compositor Chico Buarque e o engenheiro
José Carlos Süssekind.
Niemeyer conta, por exemplo, que sua opção pelo socialismo teve
origem em uma passagem da infância, quando ouviu a avó repreender
uma empregada negra por estar usando turbante. “Aquilo me marcou
muito e eu passei a achar que devíamos protestar em nome dos excluídos.”
Sobre
a arquitetura, fala do conceito de seu trabalho, do uso das curvas
no desenho e do concreto nas construções. Com o auxílio de uma prancheta
e de um “pincel atômico”, elucida a simbologia de suas obras mais
conhecidas. Quando fala sobre a construção de Brasília, um dos pontos
altos do documentário, revela o descontentamento que sentiu ao entregar
a obra ao governo militar. “No processo de construção, eu tinha
esperança de que estávamos fazendo um trabalho pela coletividade”,
diz ele. “Mas quando os homens do governo vieram, vi que era um
sonho.” Niemeyer em resumo
Terça 3, 20h30 – Itaú Cultural – Av. Paulista, 149
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