
Eleições
Célebres
cabos eleitorais
Fábio
Jr., Suzana Vieira, Supla e Camila Pitanga mergulham em campanhas
políticas para ajudar a eleger parentes como irmão, irmã, mãe e
madrasta
Edwin
Paladino e Rosângela Honor. Colaborou Vivianne Cohen
Edu
Lopes |
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Fábio
Jr. e o irmão Heraldo: “Minha
imagem pode ajudar na campanha dele”, diz o cantor |
Em
época de eleição, não há candidato
que resista à tentação de ter em sua campanha
a força de um rosto conhecido. Melhor ainda quando se tem
uma celebridade fazendo um discurso no horário eleitoral
gratuito em favor da sua vitória pela prefeitura ou por uma
cadeira na câmara dos vereadores.
Essa
é a face boa. A ruim é o cachê geralmente
alto desses artistas. Mas há candidatos que conseguem
somar os dividendos das urnas sem, no entanto, esvaziar os bolsos.
São aqueles que tem em família uma atriz global, um
cantor famoso ou um humorista popular. Esses tiraram a sorte grande.
Acho que minha imagem pode ajudar na campanha do Heraldo,
diz Fábio Jr., sobre seu irmão.
Heraldo Corrêa, 44 anos, é administrador de hotéis
e agora batalha por uma vaga na Câmara Municipal de São
Paulo pelo PPS, partido do presidenciável Ciro Gomes. Por
ser um partido acanhado, Heraldo tem alguns segundos por semana
para falar com seu eleitorado paulistano. Para ser eleito por quatro
anos, tem o apoio do irmão famoso, Fábio Jr., 47 anos,
cantor e apresentador de Sem Limites para Sonhar, da Rede
Record. Perguntei para o Fábio se ele queria me ajudar
na campanha por ser famoso e ter mais de 25 anos de carreira,
diz Heraldo. Conversamos muito a esse respeito e sei que ele
acredita nas minhas propostas.
Fábio
topou. Participou sem hesitar do show de lançamento da campanha
do irmão, na segunda-feira 7 de agosto, no Olympia, em São
Paulo. Fábio Jr. cantou Fé na Razão,
música de sua própria autoria, escrita, aliás,
há duas décadas. A canção até
então nunca tinha saído do papel. Só
agora resolvi colocar uma melodia para dar uma força para
meu irmão, conta Fábio Jr.. É uma
letra alto astral.
Kiko
Cabral |
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A
outra Suzana com a irmã famosa: "Ela tem meu apoio
e meu colo", diz a atriz. |
SEM
CACHÊ
Mas não é só no gogó que o cantor vira
cabo eleitoral do consangüíneo. Fábio Jr. faz
fotos, dá entrevistas, distribui panfletos e canta em comícios
de graça. Se o candidato tivesse de desembolsar o cachê
do irmão famoso, seu cofre de campanha já teria esvaziado.
O cantor pop romântico não sai de casa para abrir a
boca e esquentar o gogó por uma hora sem embolsar pelo menos
R$ 100 mil. Apesar de estar presente em boa parte da campanha,
não faço discursos sobre a candidatura do meu irmão
nos meus shows, diz Fábio. Separo as duas coisas.
Acho que se falasse estaria exagerando.
O
estilo musical é antagônico. Mas o roqueiro Supla,
35 anos, filho de Marta e Eduardo Suplicy, tem algo em comum com
Fábio Jr.. Supla mergulhou na campanha eleitoral da mãe,
candidata pelo PT à vaga de Celso Pitta. Chegou a compor
Em São Paulo, uma música específica para
sua campanha. A canção fala do amor que tenho
pela cidade, conta Supla. As pessoas adoram.
A
adesão de Supla à campanha da mãe não
foi fácil. De início, o roqueiro era contra a sua
candidatura, por achar um problema grande demais para ela se meter.
Lia todos os dias as agruras que passava o prefeito Rudolph Giuliani,
de Nova York, nos Estados Unidos, onde morava. E não gostava
nada do que lia. Mas Supla mudou de idéia. Não
comparo a política do prefeito de lá com a qual minha
mãe pretende fazer aqui, diz.
Entre
idas e vindas familiares, o resultado foi sua adesão por
completo. Supla veio morar na terra da garoa até o final
das eleições em novembro. Alugou seu apartamento no
Brooklin, em Nova York. Já fiz panfletagens várias
vezes nas campanhas de minha mãe, diz Supla. Mas
se eu não concordasse com as suas propostas, não apoiaria
sua campanha. Supla não é o único a ajudar
na empreitada. Marta tem ainda a força de João, 26
anos, seu filho caçula. O músico aceitou trabalhar
nos comícios. Já cantei até Tim Maia,
confessa João Suplicy. As pessoas não vão
votar na minha mãe por causa da nossa música. E sim
porque acreditam nas idéias e no trabalho dela.
Kiko
Cabral |
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Camila,
com o pai, apóia candidatura da madrasta Benedita à prefeitura
do Rio. |
Pode
ser. Mas, na dúvida, os candidatos não dispensam uma
mãozinha famosa. Ou uma voz e um rostinho que todos conhecem.
Candidata do PT à Prefeitura do Rio, Benedita da Silva é
uma madrasta de sorte. Sua enteada, Camila Pitanga, 22 anos, sempre
se engajou em suas campanhas. Filiada ao PT desde os 15, a atriz
ainda era uma adolescente quando Benedita disputou pela primeira
vez o posto, nas eleições de 1992.
Mesmo
assim, já atuava como cabo eleitoral da então namorada
de seu pai, o ator Antonio Pitanga. Eles casaram-se no mesmo ano.
A partir daí, Camila é presença indispensável
em seus programas no horário eleitoral gratuito na tevê.
Há 15 dias, antes de embarcar de férias para o Nordeste,
assim que terminou de gravar o humorístico Garotas de
Programa, a atriz deixou previamente gravada sua participação.
Ela me ajuda muito: Marca reuniões, debates e faz corpo
a corpo, diz Benedita, 58 anos.
próxima>>
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