
Carreira
O
salto de Carolina Abranches
Sensual estrelinha de Malhação, a atriz cresceu livre em Arraial
d’Ajuda, reduto cult no sul da Bahia, escreveu romance que pretende
lançar este ano e garante que tem vergonha demais para posar nua
Viviane
Rosalem
Foto:
Leandro Pimentel
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“Minha
mãe sempre foi uma grande amiga, foi a primeira a saber quando
dormi com meu namorado”
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Na
infância, Carolina Abranches, 23 anos, adorava se deitar no
chão para escrever versinhos em seu caderno de poesias. Também
ficava fascinada quando via a avó materna, Suzana Camilo,
declamar poemas na sala de visitas. Chegou a escrever um romance
nas aulas de redação do Colégio Anglo Americano,
no Rio, onde estudava. Ela gostava tanto de escrever, que pensava
em ser jornalista. Mais tarde prestou vestibular para a faculdade
de Comunicação Social na Pontifícia Universidade
Católica. Na época, já era modelo e integrava
o elenco de Malhação, seriado para o qual fora
convidada pelo diretor Flávio Colatrello, depois de assisti-la
em comerciais de televisão. Durante um ano, conciliou a faculdade
com as gravações na TV Globo. Mas seu futuro não
estava nas letras. Quando teve certeza de que queria mesmo ser atriz,
trancou matrícula. Percebi que tinha mais inclinação
para interpretar, diz. Afastada das telas, no início
de agosto ela volta a Malhação com a personagem
Marilu.
Carolina
é atriz há cinco anos e está em turnê
com a peça É, de Millôr Fernandes, que
chega a São Paulo em agosto no Teatro Bibi Ferreira. Antes
de estrear no palco, ficou conhecida como a Lara de Meu Bem Querer.
Para ganhar seu primeiro papel numa novela, a Lara, ela teve que
derrotar outras 30 concorrentes num teste de seleção,
em 1998. No ano seguinte voltou para Malhação
e de lá só saiu em abril deste ano, quando sua personagem
seguiu outro rumo na trama.
Sem
trabalho à vista, Carolina decidiu apostar no teatro. Foi
surpreendida pelo diretor Camilo Átila, que a convidou para
fazer uma leitura da peça É, de Millôr
Fernandes. Adorei o jeito dela, conta Camilo. Ele
me ligou na véspera dos meus 23 anos dizendo que eu acabava
de ganhar o meu presente de aniversário, lembra a atriz.
Ela estreou nos palcos em maio, e após turnê por Estados
do Nordeste e Sul, se prepara para entrar em cartaz em São
Paulo. A temporada coincidirá com seu retorno ao vídeo.
Carol é cria da casa e tem talento, confirma
o diretor de núcleo Marcos Paulo, responsável por
Malhação.
"Não
namorei Rodrigo Santoro. Ele é uma pessoa interessante, superbacana,
mas é apenas meu amigo" |
Quem
conheceu a atriz na infância não poderia imaginar que
aquela menina que adorava subir nas árvores do quintal se
transformaria no mulherão que, este mês, estampa as
páginas de uma revista voltada para o público jovem,
num ousado ensaio fotográfico no qual encarna Lolita, a sensual
adolescente personagem do romance de Vladimir Nabokov. Lido
bem com o corpo, diz a atriz.
VIRGINDADE
Aos 16 anos, Carolina perdeu a virgindade com o primeiro namorado.
Hoje ele é um grande amigo meu. A mãe,
a produtora de cinema Eliane Abranches, foi a primeira a saber e
a levá-la ao ginecologista. Sou filha única
e minha mãe é minha melhor amiga, afirma. Quando
a mãe se separou do pai, o médico Vanízio Melo,
as duas se mudaram para Porto Seguro, onde Eliane abriu um restaurante,
em Arraial dAjuda. Eu tinha muita liberdade, brincava
nas praias e ruas o dia inteiro, lá era tranqüilo e
todo mundo se conhecia. Hoje, mãe e filha dividem um
apartamento em Botafogo. Só sairia de casa para ir
morar com alguém, avisa a atriz.
Além
de exigir que as fotos da revista fossem aprovadas por ela antes
de serem publicadas, Carolina fez questão de deixar claro
que não mostraria os seios nem o bumbum. Não
vou posar nua, tenho pudor, vergonha, afirma. Solteira, ela
desmente os rumores de que estaria namorando o ator Rodrigo Santoro.
Ele é uma pessoa interessante, superbacana, mas é
apenas meu amigo, afirma. Numa recaída literária,
Carolina resolveu lançar o livro que começou a escrever
no colégio. Ela fez revisões, mudou aqui e ali a história
de amor de um casal que se conheceu em Porto Seguro e deu-lhe o
título provisório de Esperança.
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