Ping-Pong
Meg
Ryan: a namorada da América
Marcelo
Bernardes, de Nova York
Divulgação
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Meg:
“As mulheres modernas estão oprimidas”
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Em quase 20 anos de carreira, Meg Ryan apoderou-se de
um nicho em Hollywood onde agora reina absoluta: a comédia-romântica.
Considerada para todos os papéis de namoradinha
da América, mesmo que já tenha completado
40 anos, Meg movimenta uma folha de pagamento na casa
dos US$ 15 milhões. Se o seu prestígio
for medido pelo cachê, a atriz
é a terceira mais importante do cinema americano,
logo atrás de Julia Roberts e Jodie Foster.
O
sucesso de Meg também pode ser creditado a sua
parceria com a diretora-roteirista Nora Ephron. Elas
começaram a trabalhar juntas em 1985, quando
Nora fez o roteiro de Harry & Sally Feitos
um Para o Outro. Mais tarde, a atriz seria dirigida
por Nora em Sintonia de Amor (1993) e Mens@gem
para Você (1998), ambos filmes também
estrelados por Tom Hanks. Agora as duas estão
de volta na comédia dramática Linhas
Cruzadas, baseada na história real do relacionamento
das irmãs Ephron. Nora e a irmã Delia
confeccionaram o roteiro e a atriz Diane Keaton dirige
a história.
Meg,
que quase se formou em jornalismo, é casada com
o ator Dennis Quaid desde 1987, quando
eles se conheceram no set de filmagens da ficção-científica
Viagem Insólita, e tem um filho de sete
anos.
Em Linhas Cruzadas, você é dirigida
por outra atriz: Diane Keaton. Como foi a experiência?
Diane é hilariante. Trabalhar com ela é
como ser dirigida pela personagem Annie Hall (de Noivo
Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen)
vezes dez. E ela adora usar aquelas roupas estranhas.
Dois meses antes de filmar, Diane fez uma semana de
ensaios e rodamos tudo em vídeo, o que funcionou
como uma bula para nós.
Gostaria
dessa experiência de dirigir a você mesma?
Seria muito difícil. Tiro o chapéu para
o que Diane fez. Lembro-me de uma cena emotiva no final
do filme: ela estava chorando e, de repente, gritou
corta como se nada tivesse acontecido. Foi
maluco. Diane pula
de uma coisa para outra, sem pestanejar.
Esta
é a quarta vez em que você e Nora trabalham
juntas. Qual é o segredo dessa parceria?
O que ela faz de melhor é flagrar o momento atual
como se estivesse batendo um monte de polaroids. Em
Sintonia de Amor, Nora estava preocupada em discutir
essa cultura americana da confissão, das pessoas
indo ao programa da Oprah Winfrey e abrindo suas vidas.
Em Mens@gem para Você, ela discutiu
a comunicação em tempos dos e-mails. Agora,
acho que ela esmiuça muito bem a situação
da mulher moderna. Nós temos tantas opções,
tantas escolhas, que estamos assoladas, oprimidas.
Como
vai sua produtora, a Prufrock?
Estou produzindo um telefilme sobre a vida de Liz
Tilberis, a editora
da revista Harper's Bazaar que morreu de câncer.
Fizemos um
filme com a Winona Ryder e temos um projeto de uma cinebiografia
sobre a escritora Silvia Plath.
Após
20 anos na profissão, você continua com
a mesma aparência. Que tipo de cuidados toma com
o corpo?
Faço ioga três vezes por semana e tomo
muita água. Eu faço ashtunga, muito antes
de ter virado moda. Adoro a sensação de
ficar em posições desconfortáveis
por mais tempo que poderia imaginar.
Você
é casada com o ator Dennis Quaid desde 1987.
Existe um segredo para manter uma relação
estável em Hollywood?
As pessoas encontram várias tentações
em qualquer outro lugar também. Não acredito
que um encanador vai ter menos tentações
que um
ator. Taxa de divórcio é mais ou menos
igual em todo canto do mundo.
Visita
os sites na internet dedicados a Meg Ryan?
Não, acho aterrorizante. Vai saber quem escreveu
aquilo! Um dia nós atores vamos ter que surgir
com uma idéia para nos proteger dessa exploração.
O
que você está filmando no momento?
É um longa sobre seqüestro internacional,
que até pensamos em rodar no Brasil. Chama-se
Proof of Life e eu interpreto a mulher de Russell
Crowe. A ação se passa no Equador.
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