Drama
O
Último Portal
Polanski
cria clima mas mostra incongruências em novo filme
Alessandro
Giannini
Divulgação
|
|
Johnny
Depp: bibliófilo e manual satânico
|
O cineasta Roman Polanski sempre teve uma queda pelo
maligno e sobrenatural. Sua filmografia registra pelo
menos um grande clássico sobre o tema: O Bebê de Rosemary
(1968). Sem filmar desde o bom A Morte e a Donzela (1994),
Polanski voltou ao tema em O Último Portal. Baseado
no romance El Club Dumas, do escritor espanhol Arturo
Pérez-Reverte, o filme acompanha os passos de Dean Corso
(Johnny Depp, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça), jovem
e ganancioso bibliófilo em busca de um poderoso manual
de invocação satânica. O Último Portal começa relativamente
bem, criando um clima condizente com o tema. Contratado
por um colecionador de livros sobre demônios (Frank
Langella, Lolita), Corso viaja até a Europa para localizar
e autenticar o exemplar de uma obra rara. Ao iniciar
o périplo, ele é mergulhado em uma trama absurda em
que se misturam a ricaça Liana Telfer (Lena Olin, A
Insustentável Leveza do Ser) e uma misteriosa mulher
(a péssima Emmanuelle Seigner, mulher do diretor). Polanski
tem momentos de grandeza, como grande diretor que é,
mas não consegue segurar a narrativa. À medida que avança,
a história começa a dar sinais de fraqueza e mostrar
incongruências. É como se apontasse para um determinado
alvo e, no meio do processo, desistisse de alcançá-lo.
Ainda
no vermelho
|