Se você está ansioso para ver o Brasil
em campo e não consegue
pensar em nada além de futebol, passe a mão
em um livro. Paris, 98! (Objetiva, 108 págs.,
R$ 19,90), a saborosa novela lançada por Mario
Prata às vésperas da Copa da Alemanha,
é um show de bola até para quem não
curte ver o tempo passar com a ajuda da literatura.
Divertido, bem amarrado e fácil de ler, é
um daqueles livros que consomem pouco tempo, talvez
menos que os 90 minutos de uma partida, e deixam a
sensação de um golaço.
Prata, como sempre, não escreve apenas, bate
papo com o leitor. E
para contar essa história criou Gregório,
um brasileiro típico, ferrado até
a alma. Recém-casado, ele mal respira com tantas
dívidas e, em um sorteio promovido por um magazine,
ganha um pacote completo para acompanhar a Copa da
França. Trocar o prêmio pelo dinheiro
resolveria sua vida, mas como perder a chance de ver
Ronaldo e Cafu nos
gramados europeus?
Com a coloquialidade habitual, o autor reinventa
o retrato do malandro. Nada de navalha e sapato bicolor.
Hoje esse cara dá duro e não consegue
tempo, dinheiro e energia para a farra. Curte a vida
quando a oportunidade se faz. E justamente a despretensão
é o trunfo de Paris, 98!. Prata, malandro
que é, não deve ter perdido muitas horas
no computador e presenteou mesmo os que não
são chegados na leitura com um gol de placa.
Show de bola.