|
|
Ivan
Lins
por
diógenes campanha
 |
Essa foto cobre bem minha vida de 1977 a 1983”,
diz Ivan Lins. “Eu era isso aí: barba toda por
fazer, jeans, tênis, camisa aberta. Não estava
nem aí para roupa.” A imagem ao lado foi feita
em 1978, ano em que o cantor e compositor lançou o
álbum Nos Dias de Hoje. E era praticamente
com esse visual que Ivan aparecia na capa do disco, no qual
sua foto era exibida dentro de um cartaz de “Procura-se”.
A mensagem era clara em um tempo em que o Brasil ainda vivia
sob a ditadura militar e Ivan Lins era um dos artistas que
se posicionavam contra o regime. “A barba e a roupa
também fazem parte dessa politização”,
diz. Nessa época, os músicos se reuniam para
discutir as letras que fariam e que postura tomariam nos shows.
Também bolavam meios de driblar a censura. “Quando
mandávamos uma música para Brasília,
sempre acrescentávamos duas ou três letras muito
mais pesadas”, conta Ivan. “Eles censuravam tudo,
aí o advogado da gravadora pedia que pelo menos uma
delas fosse liberada. Com isso, conseguíamos a liberação
da canção que queríamos.” Com esse
artifício, clássicos como “Bandeira do
Divino”, “Desesperar Jamais” e “Cartomante”
puderam chegar aos ouvidos do público. Considerado
o brasileiro vivo mais gravado no Exterior, Ivan Lins conquistou,
em novembro, o Grammy Latino de melhor álbum do ano,
com o disco Cantando Histórias. E o mercado
internacional está em seus planos para 2006. Pretende
gravar dois discos de inéditas e receber, em um deles,
convidados estrangeiros como Lucio Dalla, Sting e Jorge Drexler.
|
|
|