O conto de fadas não
acabou em agosto de 1997, com a morte trágica
de Lady Di num acidente de carro em Paris. A princesa
teria sido resgatada em vida por uma conspiração
secreta, e hoje vive sob nova identidade, em uma favela
de Montevidéu, dando aulas de yoga. Esse é
o argumento de The Rose Conspiracy, vídeo
e fotografias do jovem artista uruguaio Martin Sastre,
em cartaz na Galeria Leme, em São Paulo. O
vídeo recria o formato das reportagens televisivas
em um roteiro com citações a videoclipes
e filmes de ficção científica.
Um pastiche bem costurado da cultura pop.
Artista da última safra de “emergentes”,
Sastre surgiu no circuito internacional com uma trilogia
de vídeos em que a América Latina confisca
o poder de Hollywood. O ativismo por trás de
suas histórias mirabolantes aparece também
em sua Martin Sastre Foundation for Super Poor Latin
American Art, criada em Madri, cujo slogan é
“Adote um artista latino-americano”. Cultura
sampler ativista
Galeria Leme – r. Agostinho Cantu, 88, São
Paulo, tel. (11) 3814-8184. Até 1º/10.
Ping
Pong
A futuro de Diana
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Martin
Sastre e sua Lady Di: na verdade, ela é
a professora paulistana Denise Watson |
A professora de inglês paulistana Denise Watson
é a imagem de uma Princesa
Diana que não conhecemos, com 42 anos
e mais gordinha.
Quando você descobriu
que era sósia da princesa Diana?
Eu tinha cabelo comprido, mas quando fazia rabo-de-cavalo
todo mundo falava. Eu não gostava, porque a
semelhança maior estava no nariz. Depois, tive
uma depressão e tive de cortar meu cabelo.
Na rua, todo mundo olhava. Foi quando conheci o Fabio
Arantes, que fazia o Jack Nicholson, e ele me levou
para a agência de sósias.
Que trabalhos você faz
como sósia?
Eventos, festas, entregas de prêmios. Com tailleur
ou vestido longo, dependendo do evento. Ano passado
teve o lançamento mundial da camisa da seleção
inglesa e me chamaram, junto com os Beatles. Quando
ela morreu, me senti muito mal. E os trabalhos diminuíram.
Já tinha visto alguma
exposição de arte contemporânea?
Não, sinceramente nunca.
O que mais a surpreendeu ao
trabalhar com Martin Sastre?
Por ser um diretor de arte, achava que ia ser uma
coisa amadora, mas foi muito profissional. Achei o
roteiro fantástico. O Martin é uma pessoa
muito agradável. A equipe funcionava como um
relógio.
O que achou do resultado?
É interessante porque ele não pensa
no lado comercial. Uma amiga minha disse que teve
que assistir duas vezes para entender. Eu expliquei
alguma coisa, mas é bem subjetivo.
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