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“Quero fazer muita coisa
ainda antes de engravidar.
Quero estudar, viajar pelo mundo. Estou com a idade
de Cristo. Se eu não ressuscitar agora, não ressuscito
nunca mais”, diz Flávia |
Aos 33 anos, a atriz carioca Flávia Monteiro se sente madura,
bem resolvida e pronta para novos desafios. Nada mais natural, portanto,
do que querer apagar a imagem de menina meiga, bondosa e comportada
de sua mais marcante personagem da tevê, a Carol, da novela
infantil Chiquititas, que ficou quatro anos no ar pelo SBT.
Um ensaio nu publicado há dois meses selou o início
da guinada da atriz, que acaba de voltar à telinha na novela
Os Ricos Também Choram, também do SBT. “Não
fiz por dinheiro, minha intenção era fazer com que as
pessoas afastassem a imagem da Flávia Chiquititas
e começassem a pensar na Flávia mulher”, diz ela,
que era assediada desde os 14 anos, quando protagonizou o filme A
Menina do Lado (1987), no qual gravou nua cenas de sexo com o
ator Reginaldo Faria.
A vontade de virar a mesa veio com os trinta anos. “Acho
que existem dois tipos de 30 anos na vida de uma mulher. Ou ela
está com o lado biológico gritando, querendo ter filhos,
marido e família ou ela está se sentindo madura para
gritar para o mundo esperar, que ela está chegando. Faço
parte do segundo tipo. Quero fazer muita coisa ainda antes de engravidar.
Quero estudar, viajar pelo mundo. Estou com a idade de Cristo. Se
eu não ressuscitar agora, não ressuscito nunca mais”,
brinca Flávia.
O amadurecimento começou com a mudança para Buenos
Aires, para onde foi sozinha em 1997 por causa das gravações
de Chiquititas. “Ela se tornou mais mulher morando fora, tendo
de trabalhar, cuidar da casa, fazer comida e enfrentar os problemas
sozinha, longe da família”, diz a dona-de-casa Maria
Regina Soares Monteiro, mãe da atriz. Aos poucos, Flávia
se adaptou ao novo país, conheceu um produtor de tevê,
com quem foi casada por quase três anos e se separou em 2000
na hora de voltar para o Brasil. “O casamento só terminou
por causa da distância. Havia duas opções: ou
ele largava a vida dele para vir comigo para o Brasil ou eu esquecia
da minha e ficava com ele por lá. Decidimos que o melhor
seria nos separarmos”, conta a atriz, que no momento está
solteira: “Enquanto não encontro o homem certo, vou
me divertindo com os errados”.
De volta ao Brasil, ela investiu no teatro. Ao lado de Claudio Lins,
fez o musical Frisson, no qual atuava, cantava e dançava
– herança de seu aprendizado de Chiquititas.
Depois, protagonizou a peça A Presença de Guedes,
dirigida por Irene Ravache. Foi nessa época também que
aceitou o convite para posar nua e inaugurou a nova fase. “Nunca
fui daquelas que diz que não tira a roupa, nunca tive problema
com o nu. Foi meu grito de liberdade”, diz Flávia.
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