Nada mais engraçado que um dramalhão
levado às últimas conseqüências.
E é justamente por não ter medo de parecer
melodramático ou ridículo que A Maldição
do Vale Negro, de Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur
Nunes, configura-se em uma surpresa. Surpresa nem tão
grande para aqueles que já aplaudiram a parceria
anterior dos atores e produtores Camila Pitanga e Marcos
Breda com
o diretor Luiz Arthur Nunes, Arlequim, Servidor de Dois
Patrões.
A Maldição do Vale Negro parte
de um drama mirabolante. Rosalinda (Camila) é a mocinha
sofredora que desconhece um segredo ocultado pela maquiavélica
governanta Ágata (Marcos Breda, hilário).
Com uma direção ágil sem parecer televisiva
e que não menospreza marcações e tampouco
faz disso um gesso para os atores, o espetáculo mostra
que comunicabilidade e qualidade não formam uma equação
impossível.
Belos figurinos, cenografia necessária e um elenco
sintonizado proporcionam uma peça com razão
de ser. Resultado de uma pesquisa sobre as diferentes vertentes
da comédia ocidental, A Maldição
atesta um óbvio esquecido. Não basta pegar
um texto, gastar em produção e rodar por aí.
Se quem está no palco não entende a proposta
do diretor, é pedir demais que a platéia embarque
na viagem. Vale abençoado
Teatro Sesc Vila Mariana
r. Pelotas, 141, São Paulo, tel. (11) 5080-3000.
Até 19/6.
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