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“Não dava para jogar vôlei até os 50 anos,
então descobri
a corrida de aventura. Fui envenenada pelo bichinho”, afirma
Ida, medalha de prata na Olimpíada de Atlanta, em 1996 |
Ela foi uma das melhores joga- doras de vôlei do País.
Jogou três olimpíadas (Los Angeles-84, Barcelona-92 e
Atlanta-96) e conquistou uma medalha de bronze na última delas.
Depois de uma breve passagem pelo vôlei de praia, Ana Margarida
Álvares, a Ida, encerrou a carreira em 2000 e há dois
anos mudou-se de São Paulo para Maceió para se dedicar
às filhas. Foi na capital de Alagoas, quando pensava estar
aposentada das competições, que conheceu uma nova e
arrebata- dora paixão: corridas de aventura. Desde então,
ela só quer saber de correr, pedalar, remar, andar no mangue
e se sujar de barro.
“Fui apaixonada pelo vôlei, mas o que me atrai mesmo
é a competição, ser a melhor no que faço”,
diz Ida, 39 anos e um enorme gosto pela adrenalina das disputas.
“Não dava para jogar até os 50 anos, então
descobri a corrida de aventura. Fui envenenada pelo bichinho”,
completa ela, um dos destaques da EcoMotion/Pro, a mais importante
corrida de aventura do Brasil, que acontece na Costa do Dendê,
na Bahia, de 18 a 23 de outubro. A prova, em equipes, consiste em
percorrer 435 quilômetros em até seis dias e cinco
noites e envolve sete modalidades, que variam de canoagem e mountain
bike a subidas e descidas em obstáculos naturais, como penhascos
e cachoeiras. “É bom demais, lembra brincadeiras de
infância”, diz Ida, que conheceu as corridas de aventura
quando dois dos integrantes de sua atual equipe, a Fazenda Boa Sorte,
a convidaram para assistir à largada do EcoMotion/Pro do
ano passado. Foi amor à primeira vista: desde o início
do ano, ela participou de todas as etapas do Circuito Norte-Nordeste.
No plano pessoal, a grande curtição de Ida é
a filha Carolina, de 2 anos, que ela apresenta como uma produção
independente. Solteira, Ida mudou-se para Maceió para que
a caçula pudesse conviver com sua primeira filha, Agatha,
17 anos. Ela é fruto do relacionamento de Ida com o ex-jogador
de vôlei Deraldo Wanderley, de quem é divorciada e
com quem vive Agatha. “Achei que seria legal as duas crescerem
juntas. Estou muito feliz por dar à Carolina a infância
que tive, com muita qualidade de vida. Infelizmente, não
consegui dar isso à mais velha, que mal vi crescer por estar
sempre fora devido aos compromissos com o vôlei”, conta.
As mudanças, porém, não afastaram completamente
Ida das quadras: ela é técnica da seleção
de vôlei juvenil de Alagoas, da qual faz parte a filha mais
velha. Ida confessa que ser técnica da filha não é
tarefa simples. “Não posso chamar a atenção
que ela logo acha que pego no pé. Mas, no fim de tudo, sempre
nos entendemos.”
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