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Com a
mulher Júlia Lemmertz, em cena rodada na Lagoa
Rodrigo de Freitas: “O Alexandre tem o lado
sensível do personagem”, diz ela |
O cenário não podia ser mais perfeito.
É domingo à tarde e a Lagoa Rodrigo de
Freitas, um dos cartões-postais do Rio, é
o pano de fundo das filmagens do longa O Gatão
de Meia Idade, de Antônio Carlos da Fontoura.
Baseado nas aventuras do personagem criado pelo cartunista
Miguel Paiva, há dez anos, o longa retrata as
aventuras e desventuras de um homem diante das crises
existenciais com a chegada dos 40 anos. Alexandre Borges,
38, foi escolhido pelo diretor para dar vida ao personagem.
“Reflito com as questões levantadas pelo
gatão”, diz o ator, enquanto se prepara
para rodar mais uma cena em meio à curiosidade
de dezenas de pessoas que observam o set montado ao
ar livre. “Assim como ele, estou numa fase madura,
em que a barriga cresce e o fôlego diminui”,
compara.
De short e camiseta, o ator conversa com a mulher,
Júlia Lemmertz, que também está
no filme, no papel de sua ex-mulher. “O Alexandre
ficou bem na pele do Gatão, o personagem está
bem plantado nele”, diz ela, enquanto brinca
com o filho, Miguel, de 4 anos, que acompanhou os
pais nas filmagens. “O Alexandre tem humor e
picardia, além do lado sensível que
o personagem tem”, avalia Júlia. Ela
acha natural trabalhar mais uma vez com o marido –
eles fizeram par romântico em Celebridade.
“Somos atores de uma mesma geração,
estamos na mesma roda”, afirma.
Previsto para chegar às telas em setembro
de 2005, o filme mostrará a atriz Flávia
Monteiro, que vive a namorada do Gatão, em
um novo papel, o de assistente de direção.
No domingo, era ela quem dava orientações
aos atores. “No início foi difícil.
Estava acostumada o ver o set como atriz. Agora, vejo
os problemas pelo olhar da produção.”
Já anoiteceu, Alexandre e Júlia são
chamados pelo diretor para gravar mais uma seqüência
da produção. Agora, a câmera está
apontada para uma barraca montada em pleno jardim
da Lagoa. O diretor expli-
ca porque escolheu alguns cenários do Rio como
locação: “Quis mos-
trar o que a cidade ainda tem de bonito. Sou apaixonado
pelo Rio”.
Poucos minutos antes de a cena ser rodada, Miguel
se diverte dentro da cabana. A farra acaba quando
Júlia avisa o menino de que ele precisa sair
do cenário. A cena é um flashback
da época em que os personagens ainda estavam
casados. Entre olhares curiosos, dezenas de pessoas
acompanham a seqüência de sexo. Segundos
depois, Fontoura grita: corta! Em seguida, ele deixa
o posto para abraçar Júlia. “Obrigado,
adoramos você!” Satisfeito com o filme,
Alexandre se prepara para gravar madrugada adentro:
“Fiquei feliz em viver o Gatão. Este
projeto tem uma vertente de comédia de que
gosto muito. O filme é leve e vai atingir uma
faixa etária vasta”.
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