Carlos
Lyra
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Em
1959, Carlos Lyra saboreava o sucesso como um dos principais
compositores da Bossa Nova e criava obras-primas como
“Primavera”,
“Você e Eu” e “Maria Ninguém”.
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O
maestro Antônio Carlos Jobim não tinha medo
da concorrência e qualificava Carlos Lyra, o Carlinhos,
como o maior melodista da Bossa Nova. Para alguns pode parecer
exagero, mas é inegável que foi do violão
desse carioca que nasceram obras-primas como “Primavera”,
“Você e Eu” e “Maria Nin-
guém”. “Sabe que ‘Maria Ninguém’
era a música preferida da Jacqueline Kennedy? Foi
fonte segura quem me contou”, garante Carlinhos, orgulhoso
da fã ilustre.
Foi ainda na meninice que o namoro com a música começou
a dar frutos. Em 1954, aos 14 anos, compôs a primeira
canção, “Quando Chegares”, ainda
sem muita noção dos acordes de um violão.
“Era mais preocupado com a letra do que com a melodia”,
diz ele. A carreira ficou séria três anos mais
tarde, quando “Maria Ninguém” foi gravada
pelo amigo
de boêmia João Gilberto. Na foto acima, Carlinhos,
aos 20 anos, solta a voz pequena em um programa da TV Excelsior,
em 1959. “Lembro bem desse smoking com a gravatinha.
Foi um show que fiz com a Nara Leão.”
O tempo passa, e Carlinhos nem se dá conta. Em 2004,
ele celebra cinco décadas de carreira. “Não
é algo para se alardear. Os mais jovens vão
pensar que sou muito mais velho”, brinca ele, aos
64 anos, que acaba de lançar o CD Sambalanço.
A vida também traz novos balanços. Depois
de mais de 30 anos, Carlinhos se separou da atriz Kate Lyra
e, pelo visto, isso não afetará a inspiração.
“Nunca parti das minhas experiências para trabalhar.
Componho a partir do que vejo no cinema, no cotidiano. Sou
muito mais cronista”, afirma.
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