O nova-iorquino
James E. Quinn, presidente da Tiffany & Co., veio a São
Paulo na semana passada especialmente para a abertura da segunda
loja da marca no País, sinal de que os negócios no
Brasil vão de vento em popa. Na segunda-feira 20, abriram-se
as portas da Tiffany no quadrilátero mais luxuoso da capital
paulista, onde se concentram as marcas mais caras e exclusivas do
planeta. Um dia depois da inauguração, ele recebeu
Gente no espaço de 280 metros quadrados na Haddock
Lobo, dispostos em dois andares, para explicar o sucesso no Brasil
e no mundo das jóias imortalizadas no cinema por Audrey Hepburn,
no filme Bonequinha de Luxo. Aos 51 anos, 18 deles na Tiffany,
James festeja o faturamento recorde de US$ 1,7 bilhão no
ano passado, mas se nega a dar números da participação
brasileira nesse bolo. Vendas turbinadas por peças como o
colar de rubi e 700 diamantes, que custa R$ 647.203,00, a mais cara
à venda no Brasil. Às voltas com um dilema de que
presente dar à mulher no aniversário de casamento
nos próximos dias, James conta que em família a jóia
de maior valor não é assinada por Jean Schlumberger,
o conceituado designer da Tiffany. “Há dois anos estive
em Roma e levei três crucifixos de ouro benzidos pelo papa
para minha mãe, tia e irmã. Foi a jóia de que
mais gostaram”, conta rindo.
Por
que resolveram abrir a segunda loja Tiffany na
cidade de São Paulo?
A primeira do (shopping) Iguatemi fez muito sucesso. Nós
a abrimos há mais ou menos dois anos e meio. São Paulo
é um mercado muito grande, muito importante e já estávamos
procurando um ponto nos Jardins há alguns anos e finalmente
conseguimos um, que é excelente.
Abrir
uma segunda loja em São Paulo em tão pouco tempo é
sinal de que a loja vende muito?
É isso. A primeira loja, no Iguatemi, tem um grande desempenho
e isso nos convenceu a abrir a segunda
mais cedo até do que havia sido estabelecido em
nosso cronograma.
O
senhor pode dar uma idéia de faturamento da loja?
Não, não falamos, por exemplo, de desempenho de venda
individual ou de cifras específicas.
Como
é o planejamento de expansão da marca?
São vários fatores. Primeiro, o tamanho da economia,
a
riqueza do país. Tentamos também compreender o interesse
do consumidor daquele país em relação a estilo,
moda e qualidade. Portanto foi bastante fácil tomar essa
decisão
de abrir uma loja em São Paulo. Aqui, existem consumidores
extremamente sofisticados, interessados nas coisas boas
em geral. Já estava no nosso horizonte de planejamento
abrir essa loja há alguns anos.
Quais
são os planos de crescimento da Tiffany no Brasil?
A nossa expansão não acaba por aqui não. Nós
estaremos abrindo mais lojas no Brasil, porque trata-se de um país
imenso. Acho que há muito espaço para a Tiffany se
expandir no Brasil nesses próximos anos.
Por que a Tiffany se tornou um ícone de luxo? O filme Bonequinha
de Luxo (Breakfast at Tiffany’s) teve
alguma influência?
Acho que o livro Breakfast at Tiffany’s (de Truman
Capote, lançado em 1950) foi escrito justamente porque
Tiffany já era um nome muito famoso. Claro que a notoriedade
aumentou depois que o livro foi lançado. Aí foi feito
o filme (Bonequinha de Luxo, com Audrey Hepburn, em 1961),
o que reforçou essa imagem da Tiffany como símbolo
de algo bonito, exclusivo, e também de um lugar muito agradável
e gostoso de ir. Tanto que a Holly Golightly, a personagem de Hepburn,
diz numa cena do filme: “Nada de mal pode acontecer com você
quando você está na Tiffany”. É a frase
que eu mais gosto do filme.
Qual
é a peça mais cara que já foi vendida pela
Tiffany?
Posso dizer que no ano passado nós vendemos um diamante azul
extremamente raro por quase US$ 2 milhões.
Quantos
quilates tinha?
Um pouquinho acima de um quilate apenas. Mas extrema-
mente raro. Temos várias cores diferentes de diamante: cor-de-rosa,
amarelo, azul.
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