 |
Os
atores Juca de Oliveira (à esq.) e Eduardo
Galvão em A Flor do Meu Bem Querer |
Estamos
em plena campanha de sucessão presidencial, depois
de quatro anos de governo do presidente Lula da Silva. De
um lado está o senador corrupto José Otávio,
que não poupará esforços para chegar
à Presidência da República. De outro,
vê-se o cotidiano de uma família de colonos que
vive na
fazenda do senador e está ameaçada de expulsão,
depois
que ele vende a propriedade para financiar sua campanha.
No meio de tudo isto, A Flor do Meu Bem Querer, a nova
comédia de Juca de Oliveira, com direção
de Naum Alves de Souza, faz uma crítica mordaz e escancarada
a importantes personalidades da política brasileira.
É a primeira peça de teatro em que petistas
pagam o ônus
de ser governo e viram objeto de sátira, como qualquer
tucano da era FHC. Prepare-se para rir de tiradas que envolvem
o próprio presidente Lula, ou a senadora Heloísa
Helena. A peça fala ainda de casos como as confusões
do ex-prefeito Paulo Maluf e da ex-primeira-dama Nicéa
Pitta, que respondem por outros momentos hilários.
Mas a maior das críticas está reservada ao
tucanato, seja a derrota de José Serra nas eleições
presidenciais ou o governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, a quem o senador José Otávio se recusa
a atender ao telefone.
Com humor rasgado, que leva a platéia às gargalhadas,
ritmo ágil e elenco afinado, o espetáculo
é uma ótima pedida para quem quer entender
como uma nação pode chegar ao fundo do poço.
Humor corrosivo
Teatro
Cultura Artística
Rua Nestor Pestana, 196
tel. (11) 3256-0223. Até outubro.
|