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A
exposição A Poesia da Gambiarra, de Emmanuel
Nassar, traz obras como “Maodrian” |
Manifestando
um pouco do engenheiro que poderia ter-se tornado, o paraense
Emmanuel Nassar, 54 anos, começou sua carreira de artista
plástico nos anos 80, pintando e construindo engenhocas.
Mas o caráter precário de seus aparelhos e pequenas
instalações já denunciava um gosto mais
pela espontaneidade do que pela precisão eficiente.
O encan-
tamento pelo mambembe deu corpo a uma obra de grande
poder de sedução visual, que hoje ganha retrospectiva
no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio.
Sem abandonar as casas de máquinas, Nassar girou
sua atenção para a geometria imprecisa das
fachadas dos parques de diversão de periferia. Brincando
com os limites entre o popular e o erudito, trouxe para
suas telas a diagramação espontânea
dos cartazes comerciais pintados à mão, a
pintura dos bares e dos banheiros públicos e destacou
signos da cultura popular, como o carneirinho de São
João ou a roda do jogo do bicho.
Em todas as suas formas, o trabalho de Nassar apropria-se
do universo popular. Primeiro usando-o como matriz para
sua criação. Depois, recortando-o da realidade
e utilizando-o intacto. Isso acontece tanto na instalação
“Bandeiras”, que reúne as bandeiras dos
municípios do Pará, quanto nas fotografias
de pinturas populares, que são mostradas por primeira
vez. O popular como matriz
CCBB/Rio
– rua Primeiro de Março 66,
tel. (21) 3808-2020. Até 21/9.
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