A obra de José Leonilson (1957-1993) ecoa com força
dez anos após sua morte prematura aos 36 anos. Afeito
a um ideal romântico, seus desenhos, panos e instalações
remetem a um diário de vida. Com isso, Leonilson
tornou-se um dos grandes expoentes da chamada Geração
80 e, atualmente, referência para uma nova geração
preocupada com o tema da identidade.
A Galeria Vermelho, em São Paulo, abre no dia 2 a
exposição Vizinhos procurando afinidades
entre a produção contemporânea e o legado
de Leonilson. São
12 artistas reunidos pela curadoria de Cauê Alves,
Juliana Monachesi e Paula Alzugaray, cuja preocupação
foi buscar relações conceituais e de atitude
com a sua obra. Ana Teixeira instalou uma barraquinha na
rua em que pedestres recebiam novo RG, com uma foto da sua
nuca e um texto poético. O
registro disso está na mostra e redimensiona a questão
da subjetividade, tão presente em Leonilson.
Outros artistas criaram obras que procuram transcender o
suporte mais característico do artista, os tecidos.
“Enxoval”,
de Marta Lacerda, reproduz um chão de taco de madeira
e desenha nele com açúcar queimado. Ainda
lembrando os dez anos da morte do artista, o CCBB/SP, que
nesta semana inaugura exposição dedicada a
Artur Bispo do Rosário, reservou lugar para o último
trabalho realizado por Leonilson, uma instalação
apresentada na Capela do Morumbi, em 1993.
Galeria
Vermelho – r. Minas Gerais, 350, São
Paulo,
tel. (11) 3257-2033. Até 23 de agosto.
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