É
quase sem querer que o desempregado Máiquel (Murilo
Benício) entra para o crime. Depois de perder uma
aposta por causa de futebol, ele pinta o cabelo de loiro
e vira piada para o ladrão Suel (Wagner Moura). Acaba
marcando um duelo, assassina o rapaz e ganha o respeito
da vizinhança. O bastante para se tornar matador
profissional.
Baseado na obra O Matador, de Patrícia Melo,
O Homem do
Ano foi dirigido por José Henrique Fonseca, filho
do escritor Rubem Fonseca, autor do roteiro. Leva o traço
brasileiro dos bons policiais tupiniquins. Máiquel
não é um matador glamouroso, que usa roupas,
carros e armas sofisticadas.
Mora num apartamento nojento, numa zona comercial ao lado
da linha do trem, num bairro de periferia. É feio,
mas consegue todas as garotas e conquista os vizinhos por
se impor pela violência. A realidade das periferias
das grandes cidades aparece, para quem quiser ver.
Apesar dessa cara brasileira, O Homem do Ano não
é muito diferente de um bom policial americano. Faz
rir, intriga e diverte o espectador, mas deixa uma sensação
vazia, de sair do nada para o lugar nenhum. E Murilo Benício,
que até já fez alguns bons trabalhos no cinema
e na tevê, não está conseguindo mesmo
acertar. Não dá para entender a necessidade
de projetar seu queixo para a frente como fez, o que torna
algumas falas ininteligíveis. Policial à
brasileira
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