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“Eu
era muito patinho feio, tinha
um franjão, cabelo grande e usava
aparelho com arco externo nos dentes.
Era horrível. De tão dentuça, eu não
conseguia fechar a boca”, diz ela |
Antes
de convencer a mãe, Regiane precisou transpor outro obstáculo:
o espelho. “Eu era muito patinho feio, tinha um franjão,
cabelo grande e usava aparelho com arco externo nos dentes”,
conta ela, que ganhou do irmão mais velho, César,
o apelido de Mônica. “Era horrível. De tão
dentuça, não conseguia fechar a boca.” A decisão
de começar a trabalhar como modelo, aos 13 anos, foi uma
revolução. Ela tirou o aparelho e cortou o cabelo
chanel. “Virei quase uma outra mulher.” Foi nessa época
que surgiu o primeiro namoro, que durou quatro anos. “Ele
era namorado da minha melhor amiga, que era linda. Mas começou
a gostar de mim e achei o máximo.”
Mesmo
com a auto-estima revigorada, a atriz levou tempo para perceber
que virara uma mulher bonita. E isso teve a ver com sua dificuldade
em lidar com a nudez. “Talvez por ser de uma família
do interior e de tradição católica, tinha um
sério problema em relação ao meu corpo.”
Mudar-se para o Rio, em 2001, fez bem a ela: na Cidade Maravilhosa,
começou a se valorizar. “Em São Paulo, as pessoas
andam de terno no metrô, é tudo fechado. Aqui, é
tudo aberto, é tudo sol, lida-se melhor com o corpo.”
Hoje, ela não tem receio de ir ao banco com roupa de praia
e salto alto, algo que não admitia. “O Rio me fez ver
que eu poderia pegar sol, cuidar do corpo, usar roupas mais sensuais”,
diz. “Ainda não estou 100%, mas me acho uma mulher
melhor que há dois anos.”
A
nova Regiane Alves pôde, então, aceitar sem culpa o
convite para viver uma garota de programa – com cenas de nudez
– no longa Onde Anda Você?, de Sérgio
Resende, ainda sem data de estréia. “Achei que ia ficar
mal, mas não fiquei. Fazia parte de um contexto.” Decidir
posar nua também faz parte dessa reviravolta. Regiane passou
dois anos só ouvindo propostas. Descobrir sua capacidade
de seduzir foi a chave para a atriz se destrancar. Não foi
fácil. Ela temia que as fotos atrapalhassem sua carreira.
Pouco antes de assinar o contrato com a Playboy para ser
capa da revista em agosto, ela se questionava até que ponto
queria sua imagem ligada a revistas masculinas. O lado financeiro,
porém, pesou. “O dinheiro mexe, é lógico
que eu gostaria de comprar um apartamento no Rio, moro de aluguel.”
A mãe de Regiane diz que ela e o marido, o aposentado José
Monteiro Alves, 56, ficaram um pouco chocados com a notícia.
“Mas ela pediu autorização ao pai e ele deu.”
Longe
das câmeras e dos flashes, a atriz surpreende pela simplicidade.
Discreta, de jeans, camiseta e óculos de grau, quase não
foi reconhecida na livraria onde deu entrevista à Gente,
entre goles de capuccino. “Em casa, fico de pijama, chinelo,
cabelo preso. Quantas vezes meu marido não me pergunta: ‘Cadê
a mulher da tevê?’”. Ela vive há quase
três anos com André Felipe Binder, 30, assistente de
direção da Globo. É seu segundo casamento.
Aos 19, por pressão dos pais, Regiane subiu ao altar com
seu segundo namorado, o publicitário Carlos Augusto Nogueira,
oito anos mais velho. “Eles não admitiam que eu saísse
de casa para morar junto, como eu queria. Precisei casar.”
Embora diga que não se arrepende, reconhece que poderia ter
peitado os pais. “Devia ter sido mais jovem, namorado mais,
saído mais com as amigas, voltado mais tarde”, lamenta.
“Mas respeito muito meus pais, achava dolorido enfrentá-los.”
A
atriz admite que a pouca idade pode ter influenciado na separação,
que veio dois anos e meio depois. O motivo principal, diz ela, foi
a decisão do marido de ficar em São Paulo e não
se mudar com ela para o Rio, por não gostar da cidade. “Na
tevê, você conhece muita gente interessante. Se a relação
não está resolvida, é muito fácil acontecer
uma traição, é fácil gostar de alguém”,
explica. A traição não aconteceu, mas apenas
três meses depois, ela já estava namorando André,
com quem trabalhava em Laços de Família. “Sou
rápida. Sempre tenho a listinha de espera pronta”,
brinca. Outros três meses mais tarde, eles passaram a morar
juntos. Regiane só não quer ser tão rápida
assim no assunto maternidade. “O André quer muito ter
filhos, mas seguro a onda. Tudo na minha vida aconteceu tão
cedo que vou tentar ser mãe só aos 30.” 
Produção:
Rosângela Alvarenga;
Maquiagem: João Velasques;
Agradecimento: Casa de Arte e Cultura Julieta de
Serpa
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