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“A
rainha dos emergentes agora é dona Marisa. Sou apenas
a musa”, diz Vera |
A socialite
Vera Loyola preferiu passar o Réveillon na Capital Federal
para estar a postos na posse do presidente Lula. Ela e seu marido,
o empresário Pelino Bastos, comemoraram a chegada de 2003
numa festa com pouca badalação. Tudo para Vera economizar
energias e estar pronta para o dia 1º de janeiro. A socialite,
que participou ativamente da campanha petista no Rio e chegou a
fazer panfletagem no terminal ferroviário da Central do Brasil
e no Restaurante Popular do Betinho, no centro da cidade, assistiu
à posse como convidada vip junto à rampa do Palácio
do Planalto: “Comecei o ano da melhor forma possível”,
diz ela. “Era um desejo meu
que Lula chegasse ao poder.”
O
cerimonial enviou o convite para Vera uma semana antes da posse.
“Soube que o presidente disse: ‘Faço questão
da presença da minha amiga Vera Loyola’”, conta
a socialite que até então pretendia ficar no meio
da multidão. “Tenho certeza de que Lula me viu quando
subiu a rampa, ele me olhou!”, diz ela. Dona de uma rede de
padarias e motéis
no Rio e símbolo de uma classe de novos afortunados da Barra
da Tijuca, Vera acredita que o termo emergente
está novamente em alta graças à eleição
de Lula. “Ele
é o rei emergente do Brasil”, afirma. Por isso, ela
passa
a coroa adiante. “A rainha dos emergentes agora é a
dona Marisa. Eu sou apenas a musa.”
Vera
se diz a primeira pessoa da sociedade a ter coragem de assumir a
opção por Lula. E ela entrou de corpo e alma na empreitada.
Além de participar de carreatas e panfletagens, a ex-apresentadora
da CNT abrigou um comitê petista num prédio da Avenida
Sernambetiba, Barra da Tijuca, onde funcionava uma de suas padarias.
Lá, ela e outros emergentes que aderiram ao partido conheceram
pessoalmente o novo presidente. A princípio, os amigos estranharam
a adesão da socialite à campanha de Lula. “Quando
coloquei um adesivo do PT na minha BMW fui tratada como um ET”,
conta Vera, que durante a campanha pediu votos em todos os eventos
sociais a que compareceu.
Ela pretende se filiar ao partido em breve, mas não decidiu
se pretende ser candidata. “Prefiro ser amiga do candidato
a me candidatar porque deve ser muito sofrimento perder uma eleição”,
explica ela, que diz ter sentido como sua a derrota de Benedita
da Silva na eleição para o governo do Rio. O deputado
Carlos Minc, líder do PT na Assembléia Legislativa,
não vê problema numa eventual filiação
de Vera Loyola. “É legal ter uma socialite que apóie
o PT”, diz, “Mas é preciso que ela incorpore
a cultura do partido e conheça os programas”, ressalva.
Enquanto isso, Vera não esconde o sonho de voltar a ser apresentadora,
de tevê ou de rádio, quem sabe numa emissora educativa
ou pública. “Quero mostrar que as comunidades carentes
têm coisas ótimas além das escolas de samba”,
explica a socialite, para quem a época da ostentação
e do glamour definitivamente acabou.
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