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Lula
com Zezé di Camargo (à esq.) e Luciano (à
dir.) em Campo Grande, na quarta-feira 21, primeiro
showmício da dupla em favor do petista: “Sou seu
amigo, admirador e maior cabo eleitoral”, diz Zezé |
O cantor
sertanejo Zezé Di Camargo foi um dos primeiros artistas a
aderir à campanha de Lula à Presidência. Eleitor
de Fernando Collor em 1989, Zezé aproximou-se do petista
por intermédio de um amigo comum, o advogado Paulo Viana.
No ano passado, Zezé e o irmão Luciano cederam a música
“Meu País” para o programa eleitoral do PT. Agora
fecharam contrato para realizar até onze showmícios
durante a campanha. Nove no primeiro turno e dois no segundo. “Depois
que conheci o Lula passei a votar nele. Sou seu amigo, admirador
e maior cabo eleitoral”, diz Zezé. “O artista
não pode ficar em cima do muro, tem de dizer o que pensa”,
emenda Luciano, novato em campanhas e eleitor de Lula em 1989, quando
era bancário em Goiás.
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Com
Vera Loyola, na inauguração do comitê
do PT no Rio em imóvel cedido pela socialite: “As
pessoas pensam que estão na Europa. O Brasil é
isso, o homem que vem de baixo e galgou patamares”, diz
Vera |
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A primeira
apresentação aconteceu em Campo Grande, na quarta-feira
21, diante de 50 mil pessoas. Zezé e Luciano começaram
o show e quando cantaram “Meu País” chamaram
Lula ao palco. Os sertanejos exigiram que o palanque político,
onde aconteceram os discursos, fosse separado. Para a quinta-feira
29, está marcado o segundo showmício, no Rio. Horas
antes, eles participarão de um coquetel do PT na churrascaria
Porcão que reunirá 300 personalidades, entre elas
Chico Buarque, Herbert Vianna, Carla Camuratti e Letícia
Sabatella. No dia seguinte, cantarão em Ribeirão Preto
(SP). Pelas apresentações, eles recebem R$ 75 mil,
basicamente para arcar com os custos da produção.
“Como se paga o presidente para trabalhar, também se
paga o artista. Mas não pode ser uma quantia exorbitante”,
diz Luciano.
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Com o cantor Zeca Pagodinho, seu eleitor |
Eles
não temem ter a imagem atrelada ao candidato do PT. “É
melhor se decepcionar depois do que continuar se decepcionando.
O Lula pode não ter experiência administrativa, mas
não faz conchavo com quem manda no Brasil há muito
tempo”, afirma Luciano. “Meu voto é um voto de
confiança. Esse governo não fez nada pelo social,
embora o presidente seja sociólogo. O Lula vai fazer uma
distribuição de renda mais justa.” A dupla faz
questão de frisar que o compromisso deles é com Lula,
não com o PT. “Nunca fui partidário, sou do
partido dos amigos”, diz Zezé. Em Minas Gerais eles
apoiam o candidato tucano Aécio Neves porque são amigos
do governador Eduardo Azeredo.
Não
é o caso da atriz Letícia Sabatella. Militante antiga
do PT, ela não pensa em subir em palanque este ano, mas se
coloca disponível para aparecer no programa eleitoral. “Não
serei egoísta se Lula precisar de mim”, diz ela. Por
enquanto, só foi chamada para participar de palestras no
Rio. “Sei que é uma grande responsabilidade declarar
meu voto porque sou formadora de opinião. Mas não
temo porque é por convicção.” A adesão
do cantor Zeca Pagodinho ficou clara há dois meses num churrasco
oferecido ao candidato do PT em Xerém, no Rio, onde ele tem
uma chácara. “O País precisa de alguém
do povo, que conhece o sofrimento dos mais humildes. Lula é
único que conhece essa realidade”, diz o pagodeiro,
que topa fazer shows em prol da candidatura petista. O cantor e
compositor Gilberto Gil é sucinto ao falar das razões
do apoio. “Agora é o momento do Lula”, diz ele.
Engajada
de corpo e alma na campanha, a socialite Vera Loyola, símbolo
dos emergentes cariocas, transformou sua antiga padaria na Barra
da Tijuca em comitê do PT e visita o local duas vezes por
semana. Para quem estranha o fato de vê-la apoiar um candidato
que já meteu medo na elite, ela tem a resposta na ponta da
língua: “Ele é a favor do Brasil. Se um empresário
do porte de José Alencar não acreditasse na capacidade
do Lula, não seria seu vice”, diz ela. “Está
na hora de darmos uma chance a alguém que se prepara há
30 anos para ser presidente. As pessoas pensam que estão
na Europa. O Brasil é isso, o homem que vem de baixo, galgou
todos os patamares da sociedade e hoje é um nome nacional.”
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