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Juca
de Oliveira, Tom Cavalcante, Ciro Gomes e Paulo Pereira da Silva:
“Ele é o mais preparado para assumir a Presidência”,
diz Juca |
Protegida
pelos braços do marido, o candidato da coligação
Frente Trabalhista Ciro Gomes, a atriz Patrícia Pillar provoca
tumulto em cada cidade que chega. Tudo acontece no caminho do aeroporto
até o caminhão que vai à frente da carreata
ou do carro até o palanque onde ocorrerá o comício.
O povo grita seu nome, quer tocá-la, dizer-lhe coisas e pedir
autógrafo. No curto, mas lento percurso, a atriz ganha terços,
santinhos, flores e até jóias. “Em Diamantina
ela ganhou uma pequena pepita de ouro de um cidadão”,
conta o assessor do candidato, Egídio Serpa. Apesar da confusão,
Patrícia mantém o bom humor. “Estou conhecendo
o verdadeiro Brasil, indo a lugares onde nunca fui. Vejo nesses
brasileiros alguns dos personagens que representei. Essa é
a melhor parte da campanha”, diz, do alto do caminhão
da carreata na cidade goiana de Rio Verde.
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Oscar
Niemeyer apoia Ciro |
O entusiasmo
de Patrícia, 38 anos, em nada lembra a luta contra o câncer
de mama que travou no início do ano, ao extirpar um tumor
maligno e submeter-se à quimioterapia. “Ela está
absolutamente curada. Só fica em observação
porque é praxe nesses casos”, diz o oncologista Marcos
Fernando Moraes, responsável pelo tratamento da atriz. Com
o aval do médico, Patrícia não pára.
“Esse comportamento é coerente com a personalidade
dela. A Patrícia sempre foi determinada e se empenha quando
acredita numa idéia”, diz o músico Zé
Renato, que foi marido da atriz por dez anos. Ela é considerada
o principal cabo eleitoral do candidato Ciro Gomes e grande ameaça
aos adversários do marido, que se vêem obrigados a
lutar contra o novo fenômeno na história política
eleitoral do País: o carisma e a fama de uma atriz global
que se engajou de corpo e alma na campanha presidencial. “Numa
eleição apertada, ela sem dúvida pode ser um
diferencial, pode definir o resultado”, analisa o diretor
do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra.
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Marco
Nanini apoia Ciro |
A participação
de Patrícia é bem diferente dos demais artistas que
aparecem nos programas eleitorais de rádio e tevê,
muitas vezes em troca de polpudos cachês. “Eu acredito
no que ele diz, sei que o Ciro pode mudar o País”,
diz ela, que além dos programas, esteve nos palanques, nas
ruas, compilou o livro Um Desafio Chamado Brasil, de Ciro
Gomes, lançado em maio, e ainda organiza encontros com os
colegas de trabalho para ele explicar sua proposta de governo. “Ela
está movida por duas paixões: a do lado social, motivada
pela vontade de melhorar o País, e a pessoal, que é
a paixão pelo marido”, avalia a atriz Eva Wilma. “Gostei
que ela tivesse entrado na campanha. Isso dá um colorido
especial ao candidato”, diz o ator Marco Nanini, que já
declarou voto a favor de Ciro e participou da reunião com
os artistas no Rio.
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Juca
de Oliveira, que participou do evento com a classe artística
organizado por Patrícia em São Paulo, também
definiu o voto no ex-governador do Ceará. “Ele é
o mais preparado para assumir a Presidência. Estou declarando
meu voto a ele, mas não vou fazer campanha”, afirma
o ator. O arquiteto Oscar Niemeyer, histórico comunista,
resolveu se engajar nas eleições. Gravou um depoimento
que já foi ao ar no horário gratuito e marcou para
quarta-feira 28 um encontro com personalidades em seu escritório.
“É preciso uma pessoa altiva como Ciro, que pense no
futuro”, diz o arquiteto.
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“Estou
conhecendo o verdadeiro Brasil, indo a lugares onde nunca fui.
Vejo nesses brasileiros alguns dos personagens que representei’’
Patrícia
Pillar, abaixo em carreata em Rio Verde |
A força
do fenômeno Patrícia Pillar na campanha foi medida
pelo Datafolha no final de julho. O instituto constatou que um em
cada cinco eleitores com intenção de votar em Ciro
confessa ter tomado a decisão em função do
relacionamento dele com a atriz. E 54% dos entrevistados acham benéfico
o relacionamento para a candidatura de Ciro. “A presença
da Patrícia Pillar criou a imagem do casal de verdade e não
da mulher como mera figurante do marido. Isso mudou a dimensão
da campanha eleitoral trazendo as mulheres para o centro das discussões.
Depois dela, os outros candidatos passaram a aparecer com suas esposas
e uma mulher se tornou candidata a vice- presidente”, analisa
Marcos Coimbra.
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