Capa
Thereza,
uma década depois
Há
10 anos ela encantou o País apoiando o marido Pedro Collor nas denúncias
que culminaram com o impeachment de Fernando Collor. Hoje, casada
com Gustavo Halbreich, Thereza Collor curte os filhos e o segundo
marido e diz que o passado é só uma lembrança
Reportagem:
Luciana Franca
Foto:s Edu Lopes
|
Nos
últimos retoques da produção espanhola que
preparava para ir à festa temática da amiga Maria
del Pilar Solla Requejo, Thereza Collor foi surpreendida pelo marido,
Gustavo Halbreich. Encantado com o figurino e o penteado cuidadosamente
escolhidos para transformá-la em uma típica flamenca,
ele voltou atrás e aceitou a sugestão da esposa de
acompanhá-la na fantasia. Thereza prontamente acrescentou
um cinturão e um chapéu à calça preta
e à camisa branca do marido. Na entrada da festa, foram confundidos
com os músicos que se apresentariam, mais tarde, no palco
improvisado. Nos divertimos muito, lembra Thereza, o
sorriso farto a iluminar-lhe o rosto de pele morena. As pessoas
demoraram a me reconhecer. Falavam: Nossa, ela parece a Thereza
Collor, só que mais magra, diverte-se.
Não faltam momentos felizes nos últimos três
anos da vida de Thereza Collor. Casada há quase um ano com
Gustavo Halbreich, empresário paulista do ramo da construção
civil, ela comemora ter encontrado um companheiro para todas as
horas. Gustavo sabe lidar com manias pouco conhecidas da mulher,
como os invariáveis excessos de bagagem das viagens rumo
a destinos exóticos da Ásia e África. Apaixonada
por antigüidades, Thereza demonstra fôlego de maratonista
para percorrer mercados e amontoar na mala pilhas de trajes étnicos.
Tailleurs não têm nada a ver comigo, garante.
Só uso em ocasiões formais, onde tenho que estar
comportada.
Foi
exatamente com um tailleur quadriculado vermelho e turquesa, com
saia curtíssima e blazer acinturado, que Maria Thereza Pereira
Lyra Collor de Mello entrou para a galeria dos personagens inesquecíveis
da história política do Brasil. Teve sua beleza revelada
ao País há 10 anos, em 27 de maio de 1992. Deixou
o anonimato e o conforto de sua casa no Jardim Petrópolis,
em Maceió, para acompanhar o marido, Pedro Collor, na cruzada
de denúncias de corrupção que detonaria o processo
de impeachment do irmão, o então presidente Fernando
Collor de Mello. Na entrevista coletiva em que provaria sua sanidade
mental, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, Pedro teve
o papel de protagonista roubado por Thereza. Os repórteres
aglomerados à margem da passarela em busca de apenas uma
palavra da bela morena de 1,59m e 52 quilos deram a prova irrefutável
de que ela conseguira desviar as atenções do ponto
central da briga Collor x Collor. Alçada à condição
de musa do impeachment, começava a ficar mais importante
do que o marido.
Próxima
>
|