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O
inferno astral do chanceler neoliberal
Primeiro-ministro
alemão sofre com surra eleitoral e acusações
de um ex-integrante de seu ministério
Mal refeito
da surra eleitoral de duas semanas atrás, quando foi
esmagado pela direita, o chanceler alemão Gerhard Schröder
não está conseguindo paz para festejar os dez
anos da queda do muro de Berlim: no último domingo
o jornal conservador Die Welt publicou um devastador capítulo
do livro Meu Coração Bate à Esquerda,
do ex-ministro da Fazenda de Schröder, Oskar Lafontaine.
Em silêncio desde março, quando pediu demissão
do governo, Lafontaine desanca o ex-amigo, acusando-o de ter
sido eleito com um programa de esquerda e, no poder, ter dado
uma guinada radical "em direção ao neoliberalismo".
Pelo direito de publicação de trechos do livro,
o Die Welt pingou na mão de Lafontaine nada menos que
400 mil dólares.
A outra
face
Sinal dos tempos: enquanto o Papa fala em oferecer indulgência
em troca de bom comportamento (quem quiser um lugar garantido
no céu não pode fumar, beber ou fazer sexo),
a Igreja da Espanha bate pesado. O novo catecismo espanhol
justifica o recurso à pena de morte - desde que seja
para "defender-se de agressores injustos". Ah, bom...
Fênix
ecológica
Ausente das primeiras páginas dos jornais europeus
desde a desvalorização do real, em janeiro,
o Brasil ressurgiu das cinzas no último fim de semana.
Pela mão de Zequinha Sarney.
A imprensa européia destacou o lançamento, pelo
ministro do Meio Ambiente, do que está sendo chamado
de "colossal plano de turismo ecológico na Amazônia".
A matéria aparece em quase todos os jornais, com especial
destaque no espanhol El País e no alemão Berliner
Zeitung.
Indústria
de base
Uma delegação de trezentos militantes ambientalistas
de Berlim zarpa na primeira semana de novembro para Amsterdã,
na Holanda. Os verdes berlinenses vão participar da
VII Copa do Mundo da Maconha. Sim, da cannabis, vendida legalmente
lá. Há sete anos os donos de pubs da capital
holandesa realizam um concurso para escolher quem oferece
o melhor baseado da cidade. No ano passado o brasileiro ficou
em terceiro lugar, colado no jamaicano e um pouco atrás
do zairense, que reina soberano desde que o concurso começou.
Barbie
censurada
Nem nos áureos tempos da censura, no Brasil, chegou-se
a tanto: o governo saudita mandou recolher das lojas do país
milhares de Barbies importadas, alegando que os seios da boneca
"comprometem a inocência das crianças".
A ordem foi dada na mesma semana em que o rei Fahd voltava
de suas férias no balneário de Marbella, paraíso
espanhol onde localiza-se a maior concentração
de mulheres fazendo topless em toda a Europa.
Frase
"No dia em que eu andar sobre as águas, o New
York Times vai dar em manchete: 'Johnson não sabe nadar'."
(Lindon Johnson, ex-presidente dos EUA, queixando-se da oposição
que lhe fazia o diário nova-iorquino.)
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