Cinema - Foco
Tramas
do sucesso
Mike Myers, Heather Graham, Rob Lowe
Ramiro
Zwetsch
Bons atores
e boas histórias sempre levaram público ao cinema,
mas atualmente nada parece ser tão eficiente quanto
uma boa estratégia de lançamento. Basta dar
uma olhada nos filmes em cartaz: pelo menos quatro deles têm
no marketing seu maior trunfo financeiro.
O exemplo
mais gritante é A Bruxa de Blair, um projeto quase
amador que estourou depois de confundir o público com
um site na Internet. A história era ficção
ou realidade? Os diretores alimentaram a dúvida e não
mostraram os atores no lançamento do filme, no Festival
de Sundance. Os americanos compraram a história - e
os ingressos - e o filme se tornou o maior fenômeno
independente da história cinematográfica.
Até
o mestre Stanley Kubrick, de De Olhos Bem Fechados, investiu
no mistério. Tirou Tom Cruise e Nicole Kidman de circulação
e alardeou um segredo absoluto sobre as calientes cenas de
sexo entre eles. Garantiu o sucesso - o filme já contabilizou
US$ 56 milhões nos EUA e levou 620 mil pessoas ao cinema
no Brasil.
Em Noiva
em Fuga, a estratégia foi reviver a dupla Julia Roberts
e Richard Gere, de Uma Linda Mulher (1990). Depois de nove
anos cultivando o possível reencontro, o diretor Garry
Marshall conseguiu faturar mais de US$ 124 milhões
só nos EUA.
Austin
Powers - o Agente Bond Cama foge à regra,
mas não perde em originalidade. Foi um fenômeno
espontâneo de bilheteria graças às locadoras
de vídeo. Mike Meyers só conquistou sua legião
de fãs quando o primeiro filme, Austin Powers 000 -
Um Agente Nada Discreto (1997), foi comercializado em vídeo.
Para o sucesso do segundo, foi só fazer mais algumas
trapalhadas.
(Gabriela
Mellão)
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