Marion
Zimmer Bradley
Morre aos 69 anos, na Califórnia, a escritora
que contou a lenda do Rei Arthur pelo ponto de vista feminino
A escritora
Marion Zimmer Bradley, autora do best-seller As Brumas de
Avalon, morreu no sábado 25, em Berkeley, Califórnia,
devido a complicações de um ataque cardíaco
sofrido quatro dias antes, aos 69 anos. Agricultora pobre
e filha de um pai alcoólatra que perdera tudo nos anos
da depressão econômica, Marion desde cedo refugiou-se
na fantasia. Como não tinha dinheiro sequer para livros,
acabou lendo e relendo até decorar o único que
tinha: A Lenda do Rei Arthur, de Sidney Lanier. Vendeu sua
primeira história aos 19 anos, em 1949, para uma revista
de ficção científica. Mas o sucesso só
veio em 1962, com a série de novelas Darkover. No Brasil,
os quatro volumes de As Brumas de Avalon, a lenda do rei inglês
Arthur contada a partir de personagens femininos, venderam
mais de um milhão de cópias. Ela acabou se tornando
um ícone do movimento feminista no mundo todo. A editora
Rocco lançou em setembro a obra A Senhora do Trílio,
romance de 1995 que faz parte da série Espada e Magia.
Deixa dois filhos.
George
C. Scott, ator que recusou o Oscar de 1971 por sua atuação
no filme Patton, além de ter sido indicado ao prêmio
outras três vezes, morreu na quarta-feira 22 em sua
casa em Ventura, Califórnia, devido à ruptura
de um aneurisma, aos 71 anos.
Aos
17 anos ele ingressou no corpo de fuzileiros navais, de onde
saiu alcoólatra, aos 21, vício que o acompanharia
toda a vida. Scott tinha um temperamento explosivo, o que
lhe rendeu fraturas no nariz em várias brigas de botequim
e cinco casamentos, dois deles com a atriz Colleen Dewhurst.
Ele estudou Jornalismo mas desistiu por considerar-se tímido.
Tornei-me ator para fugir de minha própria personalidade,
declarou numa entrevista em 1968. Apesar de ter feito 40 filmes
e 150 peças, várias vezes Scott cogitou abandonar
a profissão, por considerá-la destrutiva. Ele
deixa seis filhos, entre eles Campbell Scott, também
ator.
Marçal
Versiani dos Anjos, professor de filosofia e jornalista, sobrinho
do poeta Cyro dos Anjos, morreu na sexta-feira 24 de causas
naturais em sua casa no bairro da Gávea, Rio de Janeiro,
aos 71 anos.
Erudito que falava oito línguas, tendo feito pós-graduação
em Paris e doutorado em Roma, ele decidiu abandonar a batina
de padre aos 42 anos, quando casou. Durante as últimas
três décadas ele trabalhou em jornalismo, como
editorialista para os jornais O Estado de S. Paulo, Jornal
do Brasil e O Globo. Seu corpo foi sepultado no sábado
25, no cemitério Jardim da Saudade, no Rio.
Manuel
Bustus, deputado e sindicalista chileno que organizou a resistência
contra o regime do general Augusto Pinochet, morreu na segunda-feira
27 de câncer no cérebro, em Santiago, aos 55
anos.
Bustus foi líder da Central Única dos Trabalhadores
(CUT) até ser preso e exilado pelo regime militar,
em 1982. Ao voltar ao Chile, em 1988, reorganizou os sindicatos
e foi eleito deputado. Seu contato com a causa dos trabalhadores
veio do berço, pois foi recolhido na rua por um casal
de camponeses idosos após ter sido abandonado pelos
pais verdadeiros quando ainda era bebê. Trabalhou na
lavoura até os 14 anos. Seu corpo foi sepultado no
Cemitério Geral de Santiago, com cortejo de sindicalistas,
na terça-feira 28.
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