Variedades
Mulheres
Um
dos mais antigos programas femininos muda a receita e melhora
a audiência
Lilian Amarante
Você
acharia absurdo um homem fantasiado de macaco, numa cozinha
enjaulada, ensinar receitas com banana? A culinária eletrônica
- assunto favorito das donas de casa - já não é mais a mesma,
pelo menos num dos mais antigos programas femininos da tevê,
o Mulheres, apresentado por Claudete Troiano na Rede
Gazeta. Nele, o humor virou o fermento que faz a audiência
crescer.
Na cozinha
do programa, Palmira Onofre é a única a defender o formato
feijão com arroz. Seu colega Zé Fofinho, um mestre-cuca de
180 kg, só dá receitas de peso para quem não se importa com
ele. Que tal um sanduíche de seis andares, frios em excesso,
500g de mussarela e uma dúzia de tomates? Mas o prato principal
é um mascarado: Mister W, um Mister M tupiniquim que, em vez
de infernizar os mágicos, se concentra nos segredos da culinária
industrial. Fantasiado, sob fumaça e focos de luz, ele entra
na cozinha para contar como são feitos os produtos dos supermercados:
molho inglês, mostarda ou o iogurte Danoninho (“O Danoninho
do Mister W custa menos que um bifinho”). O Mister W, na verdade
um ex-engenheiro químico da indústria alimentícia, já contou
até como são feitos os hambúrgueres do McDonald’s e o molho
especial do Big Mac. É claro que a empresa não gostou e retirou
a publicidade do canal, mas o mascarado, a exemplo do Mister
M original, promete revelar o segredo do rocambole Pullman
e continuar fazendo barulho.
Mister
W entrou no programa em julho, numa grande reformulação do
Mulheres, que ganhou humor e novos colaboradores -
o fofoqueiro Leão Lobo é um deles - e acertou na receita.
A audiência passou de um a dois pontos para variações de três
a sete. O público permanece o mesmo - donas de casa e aposentados
-, mas as tardes da Gazeta estão mais engraçadas que nunca.
Mulheres
CNT/Gazeta
(Segunda a sexta, 14h)
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