Show
Olhos
de Farol
Aos
58 anos, Ney Matogrosso mostra em seu novo show que o quadril
está tão ativo quanto sua voz
Gabriela
Mellão
Ney
Matogrosso continua o mesmo. Está provocativo e debochado
como sempre no show Olhos de Farol, provando ser um
eterno contestador das mesmas causas. “Sou um transgressor
assumido. As pessoas acham que um homem de 58 anos não faria
mais determinadas coisas, mas a minha idade cronológica não
me diz nada”, disse ele a Gente. No espetáculo,
que acaba de chegar de turnê européia, Ney ainda mantém o
quadril tão ativo quanto a voz. “Na Alemanha, me perguntaram
se o que eu fazia era igual ao axé e eu disse que o fato de
eu ser um homem tem um significado totalmente diferente do
que uma loirinha mostrando a bundinha.”
A grande
surpresa do show não é o físico de Ney, nem sua interpretação
dramática realçada pela sofisticada iluminação, talentos já
notórios do intérprete. É o repertório que inova. “Admiti
voltar a cantar músicas de sucesso e fui direto no Secos &
Molhados. Nesse processo de abertura, encontrei músicas dos
anos 70 e 80 que gostaria de cantar, de Erasmo Carlos e Cazuza”,
diz. Mas não espere só sucessos. Novidades de seu último disco
também estão presentes, como a biográfica “Vira-Lata de Raça”,
de Rita e Beto Lee, e músicas de compositores recém-consagrados
que, aliás, foram a marca do CD. “Já tinha feito um trabalho
voltado para o nosso passado musical e achei que estava na
hora de vir com um pensamento mais atualizado. Busquei compositores
que, apesar de estarem aí há uns dez anos, são considerados
novos, como Lenine, Pedro Luís e Paulinho Moska” diz.
Olhos
de Farol está no Olympia, em São Paulo, e terá mais 36
apresentações até o ano 2000, incluindo Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Brasília, Campos do Jordão e Salvador. “Quero fazer
uma festa para recepcionar o ano 2000. Um show alegre, que
estimule o interior das pessoas”, diz.
Na boa e velha forma
|